sábado, 6 de dezembro de 2008

UM NOVO PARADIGMA NACIONAL

por Ralph J. Hofmann

Os três poderes do Brasil criaram um novo paradigma nacional. Pode ser resumido com as seguintes cinco palavras: “Lei é lei, ou não”

Por este paradigma a constituição é um mero texto orientativo para os que quiserem segui-la.

Ou seja, caso o sujeito ache que sua sobrevivência ou a sua felicidade e a felicidade dos seus não se enquadra com as intenções manifestadas na constituição, o poder e os interesses próprios devem sobrepujar a constituição.

É claro que a constituição, escrita após fazerem tábua rasa do passado, contribuiu para isto. Em lugar de alterar itens que não se enquadravam na constituição dos militares ou mesmo das que a antecederam, os constituintes, na ânsia de mostrarem serem melhores do que os que os haviam precedido jogaram a experiência dos aproximadamente 100 anos anteriores e jogaram as várias constituições anteriores no lixo e criaram uma constituição como se fossem três cegos descrevendo um elefante. Um pegou a cauda e disse que o animal era parecido com um barbante grosso,, outro pegou numa perna e disse que parecia um barril, e o terceiro pegou na ponta da tromba e disse que parecia um braço coberto de uma roupa áspera.

Mas não importava mesmo o que fosse a constituição. Vide o PT que boicotou a assinatura desta constituição e agora a considera quase perfeita.

Mas o pior é que mesmo assim, os artigos da constituição e o conjunto das leis brasileiras, no que tange a proteção dos fracos e oprimidos, exceto os mais pobres por serem massa de manobra eleitoral, e os mais ricos por serem vitais para qualquer projeto político, a constituição e o corpo de leis e instituições de salvaguarda não estão em uso.

Portanto o que vemos é um Ivo Cassol voltando ao poder, pessoas que desviaram dinheiro do povo sentando à mesa do presidente após levar leves tapinhas nas mãos, medidas provisórias não sendo sumariamente rejeitadas por não serem matéria urgentes senão para a “Banda dos Sicofantas” também conhecida por Ministério, do Èbrio-no-Poder, ocuparem o tempo do Congresso Nacional em grande parte amplamente irrigado por recursos desviados de seus objetivos.

Exemplos de impunidade como os que temos observado nos últimos cinco anos me levam a fazer uma sugestão aos advogados criminalistas da nação.

Criem uma lista de casos em que apesar das evidências de crime pessoas foram consideradas inocentes. Citem contra cada caso a lei e as evidências existentes e que foram solenemente ignoradas. E depois exijam a liberdade de seus clientes baseados no fato de que no Brasil na verdade não há lei. Ou seja, ha lei, mas os usos e costumes colocaram as leis em desuso, portanto seus clientes não podem ser condenados, aliás, nem sequer podem ser processados.

Atualmente o país caminha célere para estabelecer a “dívida de sangue”. Os familiares de um assassinado, como por exemplo, Celso Daniel poderiam matar os suspeitos da morte do mesmo assim como do advogado Greenhalgh que ajudou a ocultar as provas e não seriam sequer inquiridos na justiça, pois a lei que cobriria o assunto não esta em vigor de uma forma generalizada.

Quanto à lei do porte de armas? Esqueçam! Na prática é suicídio não portar armas. Um desafeto ou um bandido pode matá-lo. A lei não funciona para os portadores de AK-47 e AR-15. Portanto a lei é letra morta.

E da próxima vez que o fiscal adentrar seu comércio para dar uma mordida não se esqueça de pedir recibo para contabilizar. Seus acionistas e sócios querem saber o que você faz com este dinheiro e vale mais a opinião deles do que a lei. O fiscal que dê um jeito com os seus para não sofrer sanções.

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