"Parece pinto no lixo." Assim um auxiliar dos mais próximos descreve o estado de humor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O petista tem motivos de sobra para estar contente, sobretudo após a pesquisa Datafolha publicada hoje (12/09) que mostra recorde de popularidade e aprovação em todas as camadas sociais do país.
Lula perdeu três eleições presidenciais seguidas. Cogitou desistir do sonho presidencial. Conviveu com uma fundada desconfiança sobre o preparo para governar. Pegou um primeiro ano de mandato para lá de difícil. Beijou a lona no mensalão. Levou um susto no final do primeiro turno da eleição de 2006. Quebrou a maldição de que o segundo mandato é pior do que o primeiro.
Apesar desses obstáculos, as coisas no atacado têm ido bem para Lula até este 12 de setembro de 2008. Há crises pontuais. Um dia é o dossiê. Outro, o grampo. Mas isso faz parte do trabalho de presidente da República. Quem não quiser amolação não deve procurar esse emprego.
Salvo um acidente de percurso, Lula tende a terminar o mandato como o presidente mais bem-avaliado desde a redemocratização em 1985. A expressiva inclusão social e a retomada de um ciclo de crescimento econômico deverão ser suficientes para colocar o petista ao lado de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek na galeria de grandes presidentes do Brasil. O carisma e a sorte inegáveis ajudarão a melhorar sua fotografia histórica.
Confirmado esse cenário, teremos um quadro político pós-2010 no qual um ex-presidente da República será uma força que sombreará quem estiver de plantão no Palácio do Planalto.
Na visão de um observador arguto que acompanhou o presidente nos últimos anos, o tamanho da força de Lula será um problema para os próximos presidentes.
Numa onda queremista, Getúlio voltou ao poder. Mas viveu num inferno político que terminou em suicídio. JK saiu nas graças do povo e confiante no retorno em breve ao poder, mas houve um golpe de Estado no meio do caminho.
Para sorte do petista, a democracia brasileira é madura hoje. Com raras exceções, a oposição é responsável e não flerta com golpes. Um Lula popular poderá aspirar legitimamente a disputar o retorno ao Palácio do Planalto em 2014. Desistir de vez ou concorrer de novo a Presidência é um detalhe até menor. Lula deverá ser um fortíssimo pólo de poder no Brasil durante muito tempo --talvez o mais forte. Ele tende a entrar vivo para a História.
Kennedy Alencar, 40, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre os bastidores da política federal, aos domingos.Também é comentarista do telejornal "RedeTVNews", no ar de segunda a sábado às 21h10.
O petista tem motivos de sobra para estar contente, sobretudo após a pesquisa Datafolha publicada hoje (12/09) que mostra recorde de popularidade e aprovação em todas as camadas sociais do país.
Lula perdeu três eleições presidenciais seguidas. Cogitou desistir do sonho presidencial. Conviveu com uma fundada desconfiança sobre o preparo para governar. Pegou um primeiro ano de mandato para lá de difícil. Beijou a lona no mensalão. Levou um susto no final do primeiro turno da eleição de 2006. Quebrou a maldição de que o segundo mandato é pior do que o primeiro.
Apesar desses obstáculos, as coisas no atacado têm ido bem para Lula até este 12 de setembro de 2008. Há crises pontuais. Um dia é o dossiê. Outro, o grampo. Mas isso faz parte do trabalho de presidente da República. Quem não quiser amolação não deve procurar esse emprego.
Salvo um acidente de percurso, Lula tende a terminar o mandato como o presidente mais bem-avaliado desde a redemocratização em 1985. A expressiva inclusão social e a retomada de um ciclo de crescimento econômico deverão ser suficientes para colocar o petista ao lado de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek na galeria de grandes presidentes do Brasil. O carisma e a sorte inegáveis ajudarão a melhorar sua fotografia histórica.
Confirmado esse cenário, teremos um quadro político pós-2010 no qual um ex-presidente da República será uma força que sombreará quem estiver de plantão no Palácio do Planalto.
Na visão de um observador arguto que acompanhou o presidente nos últimos anos, o tamanho da força de Lula será um problema para os próximos presidentes.
Numa onda queremista, Getúlio voltou ao poder. Mas viveu num inferno político que terminou em suicídio. JK saiu nas graças do povo e confiante no retorno em breve ao poder, mas houve um golpe de Estado no meio do caminho.
Para sorte do petista, a democracia brasileira é madura hoje. Com raras exceções, a oposição é responsável e não flerta com golpes. Um Lula popular poderá aspirar legitimamente a disputar o retorno ao Palácio do Planalto em 2014. Desistir de vez ou concorrer de novo a Presidência é um detalhe até menor. Lula deverá ser um fortíssimo pólo de poder no Brasil durante muito tempo --talvez o mais forte. Ele tende a entrar vivo para a História.
Kennedy Alencar, 40, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre os bastidores da política federal, aos domingos.Também é comentarista do telejornal "RedeTVNews", no ar de segunda a sábado às 21h10.
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