Reposição de aulas durante as férias não agrada professores
Educadores da região estão insatisfeitos com a eliminação do recesso e garantem que poderiam repor as aulas de outra formaFabricia Prado - Cerca de 481,3 mil alunos de Ensino Fundamental e Médio da rede pública estadual terão um recesso escolar de uma semana na segunda quinzena do mês de julho, mas outros 287,6 mil passarão o período em atividades de reposição de aulas. Apesar da determinação do Estado, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte/SC) está insatisfeito com a eliminação do recesso e garante que as aulas poderiam ser respostas aos sábados e em horários vagos durante as aulas. Terão direito ao recesso, os alunos das 263 escolas que tiveram poucos dias de paralisação e a outras 604 escolas que não aderiram ao movimento de paralisação realizado pelos professores em maio deste ano. As outras 249, por determinação do Governo do Estado, irão repor as aulas no recesso, além de utilizar sábados e feriados. A determinação não agradou alunos e professores, pelo menos na região de Itajaí. De acordo com o representante do Sinte na região, Marcus Sodré, a reposição nos sábados foi imposta pela Gerência Regional de Educação e é desnecessária, já que as aulas poderiam ser respostas as sábados e o período letivo ser estendido até depois do dia 20 de dezembro. Sodré explica também, que durante a semana acontece de alguns professores de escolas estaduais faltarem por motivo de doença ou algum problema pessoal e que outros professores que não estiverem em sala poderão repor algumas horas neste período. “Ano passado trabalhamos até o dia 23 de dezembro, e trabalhamos 12 sábados, neste ano ainda não trabalhamos nenhum sábado e as aulas começaram cedo, poderíamos muito bem repor as aulas sem utilizar as férias”, declarou Sodré. Para o professor, a imposição da reposição nas férias é uma forma de punir os professores “que lutaram por seus direitos”, já que, segundo ele, a Gerência não deu nenhuma explicação plausível para não aceitar que a reposição fosse feita por cada escola. Para Sodré, a imposição das aulas nas férias vai contra a Lei complementar 170, de 1998, que dispõe sobre o Sistema Estadual de Educação que diz: “O calendário escolar deve se adequar às peculiaridades da comunidade a ser atendida, considerados os fatores climáticos e econômicos que envolvam seu modo de vida, sem reduzir o número mínimo de horas de efetivo trabalho escolar dos educandos, previsto nesta Lei Complementar”. O Sinte acredita que cada escola poderia organizar seu calendário a fim de atingir os 200 dias letivos e 800 horas/aula determinados pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Agora os professores da região estão organizando reuniões com os pais e alunos e caso fique ratificado que a comunidade está insatisfeita com a eliminação das férias para a reposição, será elaborado um documento para cobrar do Estado, o direito de cada escola definir seus horários. Em contrapartida, a gerente regional de Educação, Maria Alice Pereira, disse que o Estado não abrirá mão da reposição nas férias porque, segundo ela, os próprios pais pediram que fossem utilizados o mínimo de sábados possível, porque nos sábados, os estudantes normalmente desenvolvem atividades extra-escola, como catequese, esportes, etc. Para Maria Alice, as aulas já vão até meados de dezembro e os dias não seriam suficientes para repor as horas necessárias – tendo em vista o pedido dos pais para reduzir as aulas de sábado. A gerente descartou represália e declarou que o direito das escolas de definirem seu calendário não foi vetado, mas que eles terão de utilizar o recesso, alguns sábados e ainda feriados para que sejam atingidas as horas/aula exigidas pela LDB. Até segunda ordem, escolas como a Ruizélio Cabral e João Goulart – ambas de Balneário Camboriú – irão repor aulas nas férias.
COMENTÁRIO
E alguém achava que era para agradar...
2 comentários:
poxa...
a situação das escolas está realmente uma vergonha!
gostei muito do se blgo
tem muito conteúdo!
Parabéns
Olá Professor!!!
Isso realmente é deprimente. Aqui em Manaus, por exemplo, existem escolas que nem começaram o período letivo por causa de reformas.
Gostei do blog!!
Abraços!!!
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