sábado, 22 de julho de 2006

O caldo é mais embaixo!

TINHA GENTE PENSANDO QUE A ELEIÇÃO EM SANTA CATARINA SE DECIDIRIA PELAS PESQUISAS, VÃO TER QUE SUAR A CAMISA, ISSO É MUITO BOM, TÁ CHEGANDO A HORA.

Data de Inauguração

A obra ainda não começou mas a data de inaguração do novo Paulo Schieffler já está marcada é primeiro de abril de 2007

Reunião do secretário regional, Valdir Cobalchini, com pais e professores da Escola Estadual Paulo Schieffler em Caçador, resultou na decisão em demolir o atual prédio da instituição e construir uma nova escola no mesmo local
Caçador
Data Publicação: 20/12/2005 15:47:38

  • TODO MUNDO LEMBRA DA REUNIÃO NA ESCOLA E DAS NOTÍCIAS ATÉ AGORA NÃO SE SABE NADA, POR ENQUANTO É MAIS UM PROMESSA.

domingo, 16 de julho de 2006

Entrevista

Páginas Amarelas Veja.
Entrevista com Maria Sylvia Carvalho Franco
Edição 1963 . 5 de julho de 2006
"Ideologia emburrece"
A filósofa diz que Lula age como um tirano, afirma que Alckmin foi escolhidopara perder e denuncia o oportunismode intelectuais de esquerda Marcelo Carneiro
"Não há nada mais flexível do que a espinha de um político brasileiro"
Professora dos departamentos de filosofia da USP e da Unicamp, Maria Sylvia de Carvalho Franco passou os últimos quarenta anos de vida acadêmica nadando contra a corrente. Durante o regime militar, entre optar pelo exílio – como fizeram muitos de seus colegas que militavam em organizações clandestinas – e manter aberta a cátedra da USP mesmo sob a vigilância da polícia, a decana da faculdade de filosofia preferiu a segunda alternativa. Dava aulas para até 100 estudantes, alguns deles investigadores policiais infiltrados. Começava ali um histórico de polêmicas com boa parte da intelectualidade brasileira, à direita e à esquerda. Seus trabalhos de pesquisa, em especial o clássico Homens Livres na Ordem Escravocrata, de 1969, conseguiram desagradar a marxistas e liberais. Hoje, a professora ainda cultiva o destemor ao refletir sobre o oportunismo na vida política – tanto dos partidos quanto dos intelectuais, em especial os de esquerda.
Veja – Apesar de todas as denúncias contra o seu governo, e com o PT caminhando para um encolhimento nas urnas, o presidente Lula continua com alta popularidade. Como explicar esse fenômeno?
Maria Sylvia – Primeiro, isso se deu graças a uma política populista desenfreada e ao uso desmedido do dinheiro público e da estrutura governamental para propagandear essa política. Depois, ocorreu porque Lula é um sobrevivente, exatamente como na definição do escritor Elias Canetti (búlgaro, prêmio Nobel de Literatura em 1981 e autor do livro Massa e Poder). Para Canetti, os homens que têm uma posição carismática, e de poder, terminam por criar um vazio em torno de si. Exemplo disso é a capacidade que Lula tem de se livrar até dos auxiliares mais próximos, quando isso é necessário. Ele sabe que o perigo o cerca de todos os lados. Atento a isso, criou um deserto à sua volta. Tem mensalão, ministro que pede demissão, outro que é acusado de corrupção, um monte de gente do PT envolvida – mas, para cada um desses problemas, ele inventa uma desculpa. Ora diz que foi traído, ora que não sabia de nada. Ou, então, se livra sem pudores dos auxiliares mais próximos. Veja o (ex-ministro da Fazenda) Palocci. Lula o defendeu até o último minuto. Quando ficou claro que o ministro estava comprometido, ele simplesmente o tirou. O mesmo aconteceu com o José Dirceu. Esse é o destino do tirano: ele acaba se isolando porque, para conseguir chegar ao poder, elimina qualquer tipo de relação, seja ela política ou social, de amizade ou de confiança. Tudo isso em proveito de si próprio.
Veja – Esse seria o traço mais forte da personalidade política do presidente?
Maria Sylvia – Lula é um fenômeno que guarda peculiaridades. Sua característica mais evidente seria a esperteza. Ele tem um certo tipo de inteligência que pega o momento oportuno e segue nesse rumo. Hoje eu não tenho mais dúvida de que, mesmo no período em que era líder sindical, seu projeto era uma mudança de classe. A mudança dele – já que, pela natureza do capitalismo, é impossível a mudança estrutural de toda a classe operária. Ocorre que, quando indivíduos isolados transpõem essa barreira, perdem a determinação da classe da qual saíram e assumem a determinação de outra classe. Essa, aliás, é uma análise marxista. Diz-se que, desde o período sindical, Lula fazia alianças com a burguesia. Era agressivo no palanque e conciliador na mesa de negociação com os empresários. O marco disso é o momento em que ele conseguiu se eleger. Houve uma mudança até na sua aparência física. Hoje seria impossível distinguir Lula em uma reunião de empresários – a não ser pelo fato de que ele talvez estaria mais bem vestido. Aquele alfaiate dele é muito bom. Só não conseguiu mudar tudo, como se vê pelas gafes e pelos erros de português que comete.
Veja – Mas os discursos o ajudam a tornar-se mais popular.
Maria Sylvia – Não sei se o ajudam, mas o fato é que isso não deveria ocorrer. Lula teve trinta anos para se cultivar. Ou ele não fez isso porque é muito preguiçoso ou porque explora essa falta de cultura como mais uma faceta da sua atitude esperta diante do mundo. Ou é preguiça ou é canalhice. Na verdade, o bom português é o mínimo que se exige de um presidente da República. Não aceito o argumento de alguns lingüistas de que a língua falada é dinâmica. Existe uma gramática, com significados definidos. São estruturas que têm de ser respeitadas, senão a língua desaparece, vira um dialeto incompreensível.
Veja – A história da democracia no Brasil tem episódios de avanços e retrocessos. Qual a explicação para o ressurgimento de um fenômeno populista como o lulismo neste momento?
Maria Sylvia – O problema está na forma como o poder republicano se institucionalizou no Brasil. A lógica da Presidência é imperial, de concentração de poderes. Mas há também os defensores dos interesses regionais, que têm sua sede no Parlamento. A função deles é garantir uma parte dos recursos que são sugados para os cofres do governo federal. Nessa queda-de-braço, o presidente da República dificilmente contará com um bloco muito fiel entre os deputados e senadores. Em decorrência disso, passa a exercer pressão sobre o Congresso de duas maneiras: fazendo a interlocução direta com as massas, e virando o pai dos pobres, ou desviando dinheiro público para encher o bolso de parlamentares aliados e, assim, garantir apoio. É Bolsa Família e mensalão.
Veja – Em que medida a tibieza da oposição ajudou o presidente Lula a passar ao largo das denúncias e dar continuidade a esse projeto?
Maria Sylvia – A blindagem de Lula vem, em certa medida, dos interesses políticos envolvidos. Por que o PSDB se cala diante das denúncias? Arthur Virgílio (senador do PSDB do Amazonas), que vinha fazendo um grande ataque, no outro dia recua. A mesma coisa acontece com as CPIs. A CPI dos Correios criou várias oportunidades para que se pedisse o impeachment de Lula – por exemplo, quando foram descobertos pagamentos de campanhas eleitorais em contas no exterior. Isso não aconteceu porque os tucanos têm telhado de vidro – um pouco mais sólido, é verdade. Se nada de significativo apareceu contra os tucanos até agora, foi apenas porque eles têm mais experiência no poder, não são afoitos como esse pessoal do PT, que se juntou com criminosos ligados a esquemas de lixo e a bingos.
Veja – Na sua opinião, quais as chances de o candidato tucano, Geraldo Alckmin, vencer a eleição?
Maria Sylvia – Eu sempre imaginei que havia algo por trás dessa escolha de Alckmin. Por que a opção por uma pessoa tão inexpressiva – sem carisma, sem ligações importantes em lugar nenhum – para enfrentar um homem como Lula? Hoje está na cara. Alckmin foi escolhido para perder.
Veja – Como assim?
Maria Sylvia – Aécio (Neves, governador de Minas Gerais) e Tasso (Jereissati, presidente do PSDB) escolheram alguém para ser queimado. O projeto do PSDB é para 2010. As chances de Alckmin são muito pequenas porque, inclusive, o tucanato não vai se empenhar. Diz-se que Lula não tem herdeiros, daí o "Lulécio", o Lula com Aécio. Meu marido (o filósofo Roberto Romano) tem uma expressão muito adequada. Afirma que os tucanos são primos do PT e que, no futuro, vão se reunir em família e dividir o bolo. Acho que haverá um ajuntamento entre Lula e esses dirigentes mais novos, como Aécio. O único problema é o PMDB, um partido muito forte e oligárquico. O Brasil é assim: de um lado, a força do governo federal; de outro, o poder das oligarquias regionais. E quem congrega essas oligarquias é o PMDB.
Veja – A senhora já disse que tanto Lula como Geraldo Alckmin têm traços autoritários. Quais os exemplos de autoritarismo dos dois candidatos?
Maria Sylvia – Em Lula, há exemplos todo dia, como nessa frase de que é fácil governar para pobre. Porque, segundo ele, pobre não protesta – então, é fácil de dominar. Em Alckmin, o exemplo fundamental ainda é sua atitude na pré-candidatura. Ele disse: "Eu quero ser candidato, e é para já" – apesar de todas as indicações de que ele não ganharia a eleição.
Veja – A senhora acredita que, em caso de vitória por larga margem de votos no primeiro turno, Lula se sentiria tentado a governar desprezando as instituições e dialogando diretamente com as massas, como sugeriu o ex-petista e também candidato a presidente, Cristovam Buarque?
Maria Sylvia – Acho possível, mas não temos muito que fazer, só rezar. Essa reeleição do Lula é perigosa. Há um vazio político muito grande. Toda uma geração está deixando a vida política e não há uma nova para assumir esse posto. Entre os partidos, só vejo o PV, do Fernando Gabeira, e o PSOL.
Veja – Mas o PSOL, além de uma visão de mundo ultrapassada, traz alguns vícios idênticos aos do PT.
Maria Sylvia – Sei disso. Sei que há também demagogia e oportunismo, todos os males da política brasileira. Mas é preciso que um partido de oposição sobreviva. O PMDB não vai fazer oposição, é visceralmente conciliador. O PSDB está mostrando a cara: concilia também, e muito. O PFL é outro conciliador. Quando se trata de repartir o poder, eles estão todos juntos. Não há nada mais flexível do que a espinha de um político brasileiro.
Veja – A senhora é conhecida por distribuir críticas a pensadores tanto do PT quanto do PSDB. Há alguma diferença entre um intelectual petista e um tucano?
Maria Sylvia – No PT, há dois tipos de intelectual. O primeiro é correto, mas tem um fanatismo exacerbado. São pessoas que não tiram vantagem nenhuma de apoiar o PT, às vezes dão de si e do próprio bolso, sem receber nada em troca. Mas são capazes de cortar relações com você só porque você faz críticas ao PT. É um apego ideológico, e ideologia emburrece. O segundo tipo é o intelectual de um oportunismo atroz, como Marilena Chaui. Uma pessoa com a formação dela não pode dizer que, quando Lula abre a boca, o mundo se ilumina. É uma professora universitária que diz que o mundo é iluminado por alguém que faz a apologia da ignorância, que é capaz de dizer "minha mãe nasceu analfabeta". Alguns membros do PT fazem essa apologia.
Veja – E o intelectual tucano?
Maria Sylvia – É cultivado, até mais do que os do PT, mas tem uma certa desvinculação da estrutura partidária. Os tucanos são mais individualistas e têm uma capacidade maior de ajustamento às circunstâncias.
Veja – Qual a origem desses dois grupos?
Maria Sylvia – Os dois grupos são formados por intelectuais originados da ortodoxia marxista. Houve um bom período de domínio hegemônico dessa corrente na universidade. Os partidos comunistas mais ortodoxos sustentavam grupos universitários de poder, controlando cargos acadêmicos, formação de colegiados e até publicações. Nem precisava ser membro de algum desses partidos para ter essa sustentação, bastava ser uma linha auxiliar, um simpatizante. Essa instrumentalização hoje se mantém, ainda que com menor vigor. Esses monopólios são difíceis de ser quebrados.
Veja – Para quem olha de fora, parece que a intelectualidade marxista continua bem forte nas universidades brasileiras.
Maria Sylvia – Sim, mas o fato é que já foi bem mais dominante. Além da ortodoxia marxista, outra corrente acadêmica muito forte era aquela com raízes românticas, representada principalmente pelo Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982). Raízes do Brasil, por exemplo, é um livro de fundamentos românticos.
Veja – Quais as conseqüências da predominância dessas duas correntes na vida acadêmica?
Maria Sylvia – Elas produziram grupos extremamente conservadores. Do romantismo você não pode esperar outra coisa. É uma posição pacificadora. Hoje em dia ninguém acredita no homem cordial do Sérgio Buarque, em uma sociedade harmoniosa, mas essa idéia persiste e passou pela antropologia americana, pela Igreja, pelas comunidades eclesiais de base, pelas organizações não governamentais e deu origem a um vocabulário próprio. Você, por exemplo, não pode mais falar "favela", tem de falar "comunidade".
Veja – Seu livro Homens Livres na Ordem Escravocrata, lançado em 1969, hoje é um clássico. Mas levou dez anos para ser publicado. Qual a razão da demora?
Maria Sylvia. – Ele foi resultado de uma tese de doutorado e, na ocasião, era contra todas as interpretações correntes no Brasil. Desagradava tanto aos ortodoxos marxistas quanto aos liberais. Essas dificuldades do período inicial da minha carreira persistiram até não faz muito tempo. Os estereótipos, as idéias feitas, principalmente quando são propostos por intelectuais de importância, têm uma força enorme.
Veja – Por quê?
Maria Sylvia – Porque são grupos de poder que se instalam e que têm uma circulação interna de auto-sustentação muito grande. Em seus trabalhos de pesquisa, as pessoas se citam reciprocamente, e abundantemente. Se você procurar a literatura publicada imediatamente depois do meu livro, não encontrará nenhuma citação. Isso só foi ocorrer anos depois. A censura ideológica neste país é muito grande.

sábado, 15 de julho de 2006

Entrevista


Tucanos e petistas preparam-se para o confronto nas urnas com planos de fazer da campanha deste ano um festival de retrospectivas. Enquanto o presidente Luiz Inácio da Silva se vale de um emaranhado de números para provar que os quatro anos do PT superaram os oito anos de Fernando Henrique, a oposição prepara um resumo dos piores momentos do escândalo que atingiu o governo.
Sem aprofundar o debate político, PSDB e PT continuam com uma inimizade que, na avaliação da cientista política Maria Lúcia Werneck Vianna, não passa de um artifício para marcar terreno nos latifúndios eleitorais.
Maria Lúcia observa que os partidos “primos” têm de se agarrar às críticas do comportamento ético-político dos integrantes de cada sigla, porque, na apresentação de propostas, não apresentam diferenças.
O mensalão seria o único ponto vulnerável a ser explorado pelo PSDB. Como o presidente Lula herdou de FH o programa de governo, os tucanos correm o risco de bradar olhando para um espelho. (Josie Jerônimo)
É positivo para o PSDB atacar o PT na campanha?
Admitir a estratégia de ataque mostra que o PSDB e o PT não têm projetos a serem confrontados. O PSDB não tem proposta alternativa a Luiz Inácio Lula da Silva porque o presidente deu continuidade ao governo Fernando Henrique Cardoso. Bater é a estratégia mais racional que o PSDB tem agora. Apresentar projeto alternativo ao PT é renegar o PSDB de FH.
Por que a crise não atinge o presidente Lula?
Em parte porque Lula não esgotou a capacidade de sedução em relação a alguns segmentos do eleitorado. Por outro lado, a alternativa da oposição não encanta. Mas por que não escolheram candidato melhor? Ou não existia outro nome, ou podem ter escolhido o
Geraldo Alckmin só para fazer figuração. Podem ter adiado o projeto de governo. Alguns líderes do PSDB se beneficiam com a reeleição de Lula, como o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
A presença de FH na campanha favorece Alckmin?
Os tucanos não podem descartar a presença de um presidente eleito para dois mandatos. Mas Fernando Henrique atrapalha um pouco. Menos pelo fato de ter sido presidente do que por ser vaidoso. O ex-presidente é muito autocentrado, passa por cima dos outros, é cheio de si. Os estrategistas da campanha não querem isso.
A atitude do presidente em desafiar o TSE ao conceder aumento a 1,5 milhão servidores revela fragilidade do Judiciário?
O presidente não está desafiando à toa. Não poderia perder uma base eleitoral forte que é o funcionalismo, adiando o aumento. Mas Lula está jogando um pouco com as interpretações dúbias do tribunal. O Judiciário está fraco, dividido, não tem clareza a respeito das regras. O presidente pode estar apostando nisso. É um confronto que não tende a se alargar. Ou o Judiciário recua, ou Lula recua. Não é interessante entrar em confronto com o TSE às vésperas da eleição e a Justiça não quer mostrar fragilidade.
O uso da máquina pública na reeleição pode ser evitado?
É inevitável. O estatuto da reeleição tem a idéia de permitir que o governo se prolongue. Esse instituto pressupõe que o candidato vai mobilizar o governo. Mecanismos de controle podem ser criados. Não poder inaugurar obras é uma regra. Então, o presidente vai vistoriar, o que dizer? Sendo presidente, não pode deixar de vistoriar obras. Precisaríamos de uma regra dizendo que é preciso licenciar-se do cargo. Mas isso contraria a característica da reeleição que é o prolongamento do governo.
Ainda existem diferenças entre PT e PSDB?
Não vejo nenhuma diferença substantiva. Olhando os dois partidos na origem, são legendas ditas da socialdemocracia domesticada. Até mesmo os dois candidatos. A única diferença é a trajetória pessoal de cada um. Enquanto Alckmin frisa a profissão de médico, dizendo subliminarmente que o Lula não é coisa nenhuma, o presidente quer se diferenciar pelo social.
O PT sofreu metamorfose quando se tornou governo?
Não. O PT começa como um partido antipolítica. Constituía-se muito mais para negar os canais tradicionais da política. Participou da Assembléia Constituinte e não assinou a Constituição. Quando chegou ao poder, demonstrou que nunca teve projeto e incorporou o partido primo, o PSDB.
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Maria Lúcia Werneck Vianna é professora da Pós-Graduação de Ciência Política da UFRJ e Diretora de Graduação do Instituto de Economia – IE/UFRJ.
Fonte: Jornal do Brasil, 2 jul. 2006.

Conheça um pouquinho da Senadora Heloísa Helena

Raio X da guerreira
A senadora do PSOL, Heloísa Helena, participou da seção "De visual novo" de CLAUDIA e concedeu uma entrevista à editora Patrícia Zaidan. Na conversa descontraída, ela reviveu episódios da vida e revelou o que pensa sobre casamento, vaidade, mulheres na política e outros temas. Leia as opiniões da senadora e relembre frases marcantes que ela disse nos principais momentos da carreira.

Frases da senadora (que têm a cara dela)
"A frase não é minha, cito porque é ótima e verdadeira:
"O poder não corrompe, mas revela o caráter das pessoas."(Janeiro 2006)
"Foi estranhíssimo para mim ser expulsa. Trata-se do primeiro caso de expulsão por fidelidade partidária." (Dezembro de 2003)
"Aquilo tomou um porre de uísque com o Delúbio na festa em que eles fizeram para comemorar a minha expulsão do PT e depois vem querer dar uma de amiga. Odeio gente falsa, cínica."(Sobre a senadora petista, Ideli Salvatti, em julho de 2005)
"Só tenho paciência para agüentar briga de criança com menos de 35 anos."(Sobre o embate entre os senadores Antônio Carlos Magalhães, o ACM, e Jader Barbalho. Outubro de 2000)
"Luiz Estevão não faz o meu tipo. Homem riquinho e ordinário eu vomito em cima."(Em resposta a ACM que espalhou que ela havia votado contra a cassação do senador Luiz Estevão por ter um caso com ele. Maio de 2001)
"É conversa de vadios em mesa de bar."(Referindo-se aos inimigos que disseram que ela protegera Luiz Estevão para honrar um acordo político com o senador Renan Calheiros. Maio de 2001)
"ACM sofre da síndrome de capitão-do-mato. Acha que pode arrastar as pessoas pela orelha como se fossem escravos. Comigo isso não funciona."(Junho de 2001)
"Prefiro ganhar inimigos pela franqueza do que conquistar amigos pela hipocrisia e pelos subterfúgios."(Junho de 2001)
"Tratei os boatos sobre mim como comportamento de homenzinhos desqualificados, sem coragem de fazer o debate franco na presença dos envolvidos."(Junho 2001)
"Sou agressiva e intolerante em alguns momentos, mas foi assim que cheguei aonde cheguei."(Julho de 2001)
"Os homens são muito bobos. Nós, mulheres, enxergamos uma celulite a quilômetros de distância. Eles são ludibriados com uma boa meia fina."(Dezembro de 2001)
"Isto aqui serve para cortar o pescoço de homem fofoqueiro, que não trabalha e vive falando da vida dos outros."(Empunhando um abridor de cartas em forma de espada ao então candidato à Presidência, José Serra, depois de saber que o tucano falara mal dela para FHC. Abril de 2002)
"Soube que o Serra disse que os homens do Congresso ficam intimidados quando eu falo, porque todos querem me namorar. Fiquei muito brava, com vontade de cortar a língua dele."(Explicando a fúria contra Serra. Abril de 2002)
"Em Alagoas, o PL é representado por colloridos, moleques de usineiros e indiciados na CPI do Narcotráfico."(Recusando-se a apoiar a aliança do PT com o PL, partido do então candidato a vice-presidente na chapa de Lula. Julho de 2002)
"A democracia sem justiça social não é democracia. É uma porcaria, uma farsa."(Agosto de 2002)
"Botar a bruxa na fogueira atenua as tensões internas do partido."(Dizendo-se bode expiatório na crise do governo com os radicais do PT, fevereiro de 2003)
"O camarada Jesus Cristo dizia: ou quente ou frio, o morno se vomita."(Prometendo um embate entre radicais e moderados do PT, em abril de 2003)
"Estou cansada de saber: o que ocorre é um vergonhoso balcão de negócios sujos, em que eles encham a pança de cargos, riqueza e poder."(Sobre os arranjos que o governo Lula teria feito para garantir a aprovação do relatório da reforma da Previdência Social. Agosto de 2003)
"Não somos a senzala do Planalto."(Reagindo à ameaça de expulsão do PT, em maio de 2003)
"Não posso aceitar que alguns delinqüentes da política nacional sejam aceitos no partido para garantir a base parlamentar, enquanto somos expulsos."(Prometendo lutar na comissão de ética do partido contra a sua expulsão. Maio de 2003)
"A reforma da Previdência só é aplaudida pelos gigolôs do FMI."(Junho de 2003)
"Me sinto supersenadora do PT. Não quero ser expulsa. Agora, o silêncio não dá bons frutos."(Julho de 2003)
"Olhe, eu só sou de briga lá. Aqui sou ternura."(Para um garçom que disse ser fã da fúria que ela encarna no Congresso)
"Grito mesmo, só assim para ser respeitada." (Agosto de 2005)
"Não compartilho da concepção preconceituosa e nojentinha que diz que o Lula é despreparado. Não tem nada a ver. Ele é competente. Só que mudou de lado, traiu."(Agosto de 2005)
"Eu não seria capaz, não. Eu sou capaz! Se tocar em um filho meu, pode ser senador, presidente da República, eu viro uma onça."(Novembro de 2005)
O que ela fala sobre...
Infância: "Nasci como nascem milhares de meninas brasileiras... marcadas para cumprir o destino do quartinho de empregada ou da venda do corpo por um prato de comida. Fui uma criança muito doente, diziam que eu morreria antes dos 7 anos, tinha asma, problemas renais, complicações para todos os gostos. Meu pai, Luiz, era funcionário público, morreu de câncer quando eu completei dois meses. Cosme, meu irmão mais velho, foi assassinado ainda menino. Ficamos eu, meu irmão, Hélio, e minha mãe. Filha de trabalhadores rurais, ela aprendeu a ler junto comigo. Minhas brincadeiras eram correr com cabras no sertão. Muitas vezes, pulava dos trens na cidade, brigava na rua e... apanhava em casa. Engolia meus medos e protegia os mais fracos. Era uma magrelinha sobrevivente! Canhota, tomava uns tapas na mão para aprender a usar a direita - minha mãe achava que eu morreria de fome se não fosse costureira e, como a indústria não fabrica tesouras para costureiras canhotas, eu estaria sem profissão."
Lições: "Em casa, dividíamos o pouco que tínhamos com os outros. Minha mãe tinha criado os irmãos no cabo da enxada, sabia o que era dificuldade. Era durona, não dava moleza, não: ensinou que honestidade estava em primeiro lugar. Ela bordava os vestidos das madames eu ficava encantada, queria usar parte daquelas continhas para fazer uma roupa para a minha boneca Suzi, velhinha e linda, que encontrei no lixo. Minha mãe não permitia, colocava as pedrinhas no saquinho para devolver."
Religião: "Católica. Numa fase da juventude, por influência dos amigos que eram ateus, andei dizendo que também era. Mas passou logo. Tive uma boa base nas leituras que fazia - por sugestão de padres e de freiras holandesas -- sobre as lutas do povo de Deus."
Casamento: "Casei duas vezes com pessoas que foram e são muito importantes na minha vida. Nunca aceitei casamento de mentira, de fachada. Aprendi que não adianta sofrer para preservar convenções medíocres. E logo cedo entendi que quando perdemos o coração de alguém, temos que deixá-lo seguir. No momento, não estou namorando, só tenho tempo para o trabalho, para os filhos e para PSOL."
Filhos: "Tenho dois meninos maravilhosos, meus amores. O Sacha está com 22, o Ian, com 19 anos. Não foi fácil carregá-los de um lado para outro, estudando, trabalhando... assumindo a lida da casa sozinha. Com meus pivetes vivi momentos de alegria inimagináveis, ao acompanhar desde a primeira palavra que pronunciaram ao primeiro amor. Com eles exercito a tolerância. Tento dar o exemplo de que devem abominar a mentira, o ódio, a corrupção. Quero que defendam os pobres, mas espero que busquem ajudar a humanidade de outra forma, bem longe da política. Como mãe, não quero que eles passem por tudo que passei."
Vaidade: "Se as pessoas se sentem bonitas com roupas maravilhosas, tudo bem. Não tenho nenhum moralismo farisaico contra nada. Estamos neste mundo para sermos felizes."
Casa: "Minha casa (um apartamento funcional em Brasília) está sempre cheia de amigos, de afilhados e de crianças. Adoro brincar com elas. Tenho muitos vasos de plantas, de orquídeas e faço coleção de imagens de São Francisco de Assis, o São Chiquinho."
Mulher na Política: "No mundo machista da política, a gente sente raiva e chora. Mas ali, as lágrimas nunca ajudam. É preciso decidir enfrentar ou não as regras dos homens. Eu prefiro enfrentá-las sem esconder o que sou. Argumento sem ter medo das línguas maldosas que condenam, movidas pela perversidade e pela inveja da liberdade da mulher. Muitos dos farsantes abraçam depois tentam ferir a minha honra pelas costas. Já padeci perseguições infames no Congresso. Hoje, tento diminuir o sofrimento, mesmo assim somatizo, adoeço. Mas estou bem, me trato com homeopatia."
PSOL: "Vamos nos afirmar como o partido capaz de realizar o que inspirou a vitória traída de 2002: a ruptura com o modelito neoliberal iniciado por Collor, consolidado por FHC e aprofundado por Lula. Estaremos do lado dos corações generosos que renascem todos os dias com o sol, em coragem e solidariedade e lutam para fazer deste país maravilhoso uma Pátria soberana, ética, igualitária e fraterna. Portanto, fé em Deus e fé na luta do povo." Lazer: "Gosto de costurar com minha madrinha Glorinha. Faço as blusas que visto. Quando estou descansando em Alagoas, cuido dos meus bichos (dez cães da raça rottweiler) que ficam na casa do meu irmão, Hélio. Ouço casos e histórias contados pelos mais velhos da família, leio, ando de madrugada pela caatinga para ver a floração dos cactos. Também vejo o pôr-do-sol nas nossas praias e lagoas, ou o espelho da lua cheia no rio São Francisco. Coisas de sertaneja."
Ficha técnica
Nome completo: Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho Nascimento: 6 de junho de 1962.Local: Pão de Açúcar, Alagoas.Profissão: Enfermeira. Professora de Epidemiologia da Universidade Federal de Alagoas
Vida política: 1985 - Filia-se ao PT 1992 - É eleita vice-prefeita de Maceió1994 - Eleita deputada estadual1996 - Perde a eleição para a Prefeitura de Maceió1998 - Com 56% dos votos, torna-se senadora2002 - Renuncia à candidatura ao governo de Alagoas por discordar da aliança do seu partido com o PL2003 - É expulsa do PT2004 - Funda o PSOL com os deputados Luciana Genro e Babá, também expulsos do PT 2006 - Candidata do PSOL à Presidência da República

domingo, 9 de julho de 2006

Olha a empolgação do PSOL!

Colhendo o que plantou

PT perde terreno na classe média
Para reverter rejeição, governo anunciou redução de tarifas telefônicas e vai rever MP dos Domésticos
Marcelo de Moraes

Apontado como um dos fatores decisivos para a derrota do PT em capitais importantes, como São Paulo e Porto Alegre, nas eleições municipais de 2004, o fantasma da perda do voto da classe média volta a assombrar a campanha petista.
Auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes do comando do PT admitem que a campanha vem perdendo densidade junto a essa camada. O governo começa a apresentar medidas que ajudem a reverter o quadro.
Dados referentes à última pesquisa do Datafolha mostram que o tucano Geraldo Alckmin já leva vantagem sobre Lula entre os eleitores com renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos e na faixa superior a 10 mínimos. Na primeira faixa, que vai de R$ 1,75 mil a R$ 3,5 mil, Alckmin bate Lula por 40% a 37%, segundo pesquisa dos dias 28 e 29 de junho divulgada no dia 30. Na outra faixa, que inclui eleitores com renda familiar acima de R$ 3,5 mil, a vantagem é maior ainda: Alckmin ganha por 40% a 34%.A rejeição ao nome de Lula na classe média também é maior que a de Alckmin. Nesse cenário, a situação do petista é mais grave ainda, já que sua rejeição chega a 46% entre quem ganha mais de R$ 3,5 mil, contra 27% de Alckmin, e a 41% na faixa salarial imediatamente abaixo. O índice do tucano é de 18% nessa camada. A rejeição assusta os petistas. No caso de quem ganha acima de R$ 3,5 mil, os números do Datafolha indicam que Lula é rechaçado praticamente na proporção de um em cada dois entrevistados.
Dirigentes petistas já detectaram alguns pontos que têm feito a candidatura de Lula perder espaço na classe média. Segurança, tributação e tarifas elevadas, crise no setor aéreo no período próximo às férias escolares e a chamada MP dos Domésticos (que obriga patrões a recolher Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para empregados domésticos e pagar multa de 40% na demissão sem justa causa) são alguns dos problemas na mesa de discussões dos estrategistas.
Alguns movimentos têm sido feitos para aliviar a insatisfação da classe média. Na quarta-feira, o governo anunciou a decisão de reduzir tarifas das contas telefônicas, numa diminuição média do custo de ligações em telefonia fixa em torno de 0,50%. É a primeira redução nas tarifas desde a privatização do setor, há oito anos, e contraria as operadoras, que tinham pedido autorização à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para aumentar as tarifas em 4,5% para ligações locais. A Anatel recusou.Outra providência foi a conversa entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com os diretores dos bancos oficiais (Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste), quinta-feira, recomendando que aumentem os empréstimos às pessoas físicas e jurídicas, além de reduzir os custos dos financiamentos.E o governo já revê o formato da MP dos Domésticos. O presidente deve vetar o pagamento da multa de 40% em caso de demissão sem justa causa. O governo também autorizou em abril o reajuste de 8% nas faixas salariais englobadas pela tabela do Imposto de Renda para Pessoa Física. Com a tabela defasada, cada vez mais pessoas deixavam de ser isentas ou mudavam para alíquotas de pagamento mais elevadas por conta das reposições salariais.
A oposição avalia também que a queda de Lula junto à classe média se deve ao maior acesso dessa camada aos meios de comunicação e percepção maior do envolvimento de integrantes do PT em escândalos de corrupção."Isso está mais do que estudado em situações como a do escândalo do mensalão.
Há até um estudo feito para o caso do Canadá, ano passado, que mostra que numa situação de envolvimento com corrupção reage mais quem está mais informado. Estes são os leitores de jornais, ou mais ou menos 20% da população. Sempre, claro, na classe média", avalia o prefeito do Rio, César Maia (PFL). Maia prevê a possibilidade de Lula perder espaço junto aos eleitores de camadas sociais mais baixas, onde lidera com folga, conforme seja divulgado o envolvimento do PT com escândalos.

sábado, 8 de julho de 2006

A reposição das aulas começaram a da vergonha ainda está longe

Reposição de aulas durante as férias não agrada professores
Educadores da região estão insatisfeitos com a eliminação do recesso e garantem que poderiam repor as aulas de outra formaFabricia Prado - Cerca de 481,3 mil alunos de Ensino Fundamental e Médio da rede pública estadual terão um recesso escolar de uma semana na segunda quinzena do mês de julho, mas outros 287,6 mil passarão o período em atividades de reposição de aulas. Apesar da determinação do Estado, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte/SC) está insatisfeito com a eliminação do recesso e garante que as aulas poderiam ser respostas aos sábados e em horários vagos durante as aulas. Terão direito ao recesso, os alunos das 263 escolas que tiveram poucos dias de paralisação e a outras 604 escolas que não aderiram ao movimento de paralisação realizado pelos professores em maio deste ano. As outras 249, por determinação do Governo do Estado, irão repor as aulas no recesso, além de utilizar sábados e feriados. A determinação não agradou alunos e professores, pelo menos na região de Itajaí. De acordo com o representante do Sinte na região, Marcus Sodré, a reposição nos sábados foi imposta pela Gerência Regional de Educação e é desnecessária, já que as aulas poderiam ser respostas as sábados e o período letivo ser estendido até depois do dia 20 de dezembro. Sodré explica também, que durante a semana acontece de alguns professores de escolas estaduais faltarem por motivo de doença ou algum problema pessoal e que outros professores que não estiverem em sala poderão repor algumas horas neste período. “Ano passado trabalhamos até o dia 23 de dezembro, e trabalhamos 12 sábados, neste ano ainda não trabalhamos nenhum sábado e as aulas começaram cedo, poderíamos muito bem repor as aulas sem utilizar as férias”, declarou Sodré. Para o professor, a imposição da reposição nas férias é uma forma de punir os professores “que lutaram por seus direitos”, já que, segundo ele, a Gerência não deu nenhuma explicação plausível para não aceitar que a reposição fosse feita por cada escola. Para Sodré, a imposição das aulas nas férias vai contra a Lei complementar 170, de 1998, que dispõe sobre o Sistema Estadual de Educação que diz: “O calendário escolar deve se adequar às peculiaridades da comunidade a ser atendida, considerados os fatores climáticos e econômicos que envolvam seu modo de vida, sem reduzir o número mínimo de horas de efetivo trabalho escolar dos educandos, previsto nesta Lei Complementar”. O Sinte acredita que cada escola poderia organizar seu calendário a fim de atingir os 200 dias letivos e 800 horas/aula determinados pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Agora os professores da região estão organizando reuniões com os pais e alunos e caso fique ratificado que a comunidade está insatisfeita com a eliminação das férias para a reposição, será elaborado um documento para cobrar do Estado, o direito de cada escola definir seus horários. Em contrapartida, a gerente regional de Educação, Maria Alice Pereira, disse que o Estado não abrirá mão da reposição nas férias porque, segundo ela, os próprios pais pediram que fossem utilizados o mínimo de sábados possível, porque nos sábados, os estudantes normalmente desenvolvem atividades extra-escola, como catequese, esportes, etc. Para Maria Alice, as aulas já vão até meados de dezembro e os dias não seriam suficientes para repor as horas necessárias – tendo em vista o pedido dos pais para reduzir as aulas de sábado. A gerente descartou represália e declarou que o direito das escolas de definirem seu calendário não foi vetado, mas que eles terão de utilizar o recesso, alguns sábados e ainda feriados para que sejam atingidas as horas/aula exigidas pela LDB. Até segunda ordem, escolas como a Ruizélio Cabral e João Goulart – ambas de Balneário Camboriú – irão repor aulas nas férias.
COMENTÁRIO
E alguém achava que era para agradar...

Pergunta que não quer calar!

Quando vão iniciar as obras do Paulo Schieffler?

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Ficou excelente a frente do novo Paulo Schieffler!


Reunião do secretário regional, Valdir Cobalchini, com pais e professores da Escola Estadual Paulo Schieffler em Caçador, resultou na decisão em demolir o atual prédio da instituição e construir uma nova escola no mesmo local Caçador Data Publicação: 20/12/2005 15:47:38

TODO MUNDO LEMBRA DA REUNIÃO NA ESCOLA E DAS NOTÍCIAS ATÉ AGORA NÃO SE SABE NADA, POR ENQUANTO É MAIS UM PROMESSA, HAJA PACIÊNCIA!

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Artigo

Nem Lula nem Alckmin
Marco Antônio Tavares Coelho - Maio 2006


Nesta antevéspera das eleições de outubro, os brasileiros que batalham por mudanças em favor da maioria de nosso povo estão diante de um quadro eleitoral inaceitável. Isto porque os grandes partidos - PT, PSDB e PFL -, com a possibilidade virtual de serem vitoriosos no pleito, de forma algum merecem o voto dos eleitores.
Desde o fim da
ditadura a questão primordial para o país, além do vital interesse em consolidar e aperfeiçoar o regime democrático, reside na necessidade de superar uma política econômica que privilegia a minoria que se enriquece a cada momento, em detrimento da imensa maioria, à qual apenas chegam os restos do banquete do “progresso” nacional.
Face a essa questão básica como se colocam esses grandes partidos políticos? De um lado, temos o PT, uma agremiação que sempre alardeava seu empenho em modificar a realidade nacional. Todavia, ao assumir o governo federal, limitou-se a distribuir migalhas para os mais pobres, enquanto beneficia sobretudo as empresas financeiras, nacionais e estrangeiras, e os que vivem de rendas no Brasil. Ademais, implantou um sistema colossal de corrupção nos órgãos públicos, conforme assinalou o procurador-geral da República, além de não enfrentar o gravíssimo problema da
segurança pública.
O PSDB e o PFL, que se apresentam como oposição a Lula e ao PT, sequer acenam como uma alteração essencial nos destinos do Brasil. Ao lado disso, a cúpula do PSDB curvou-se diante da exigência de Geraldo Alckmin de ser o candidato da “oposição”, quando o setor mais esclarecido dessa corrente pleiteava que José Serra fosse o porta-bandeira de novos tempos para o Brasil. Assim, sem realizar qualquer consulta a seus partidários, lançaram um candidato divorciado das causas populares e que carrega nas costas o fardo de ser um dos responsáveis pela crise na segurança pública em São Paulo, mesmo porque colocou à frente desse desafio uma personalidade conhecida pelo seu vezo arbitrário e seu empenho em desrespeitar os direitos humanos.
Por que estamos, até agora, diante de uma disputa eleitoral em que não se vislumbra a possibilidade de um avanço na causa democrática e progressista? Não existem outras agremiações disputando as eleições? Sim, e penso que elas poderão ter um papel significativo em outubro, como mostraremos mais adiante.
Nas próximas eleições pode-se dar um passo efetivo para corrigir erros calamitosos que vêm sendo cometidos pelos governantes desde a derrocada do regime militar. Entretanto, as normas que regem esse pleito criaram enormes dificuldades para uma ação positiva da cidadania. Entre elas, destaca-se o fato de que, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, foram proibidas alianças entre forças políticas que em diversos estados desejam marchar unidas para eleger bons candidatos, independente de sua ligação com essa ou aquela sigla partidária.
Ao mesmo tempo, vão usar as votações em outubro a fim de introduzir barreiras aos pequenos partidos, porque querem acabar com a possibilidade de a população criar e manter livremente agremiações que expressem seus anseios. Em outras palavras, pretendem montar uma oligarquia reacionária, com camarilhas que até podem se revezar no poder, a fim de manter intocáveis os grupos que dominam o Brasil.
Mas podemos e devemos reagir contra isso. Temos nas mãos uma arma contra esse conluio a fim de iniciarmos uma mudança substancial na realidade política. Essa arma é o apoio a um movimento que vem surgindo em diversos setores da população, que conflui para a seguinte atitude: repúdio das candidaturas de Lula e Alckmin, votando em qualquer candidato dos outros partidos ou manifestando esse protesto pelo voto em branco ou pelo voto nulo.
Enfim, devemos aplicar um choque cívico nas cúpulas dos grandes partidos políticos. Esse é o caminho que devemos trilhar, aqui e agora, para que o Congresso Nacional, a ser eleito em outubro, não seja surdo e mudo diante de um clamor popular que exprima a vontade irrefreável da cidadania.
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Marco Antônio Tavares Coelho é jornalista e foi deputado federal, cassado em 1964. Escreveu, entre outros, Herança de um sonho. As memórias de um comunista (2000), O Rio das Velhas - memória e desafios (2002) e Os descaminhos do São Francisco (2005). Este texto também foi publicado em La Insignia.

Artigo

O Governo Lula e as eleições de 2006
Alberto Aggio - Julho 2006


A perspectiva de esperanças do início do governo Lula não é a mesma que o finaliza. Por todos os fatos e desdobramentos, e apesar do bom desempenho da economia e de sua posição de liderança nas pesquisas, uma possível vitória nas próximas eleições talvez se configure como mais problemática ou mesmo temerária do que a primeira.
É um consenso básico entre os analistas a avaliação de que o governo Lula é parte constituinte do novo ciclo político que se abriu com o governo Collor e teve continuidade nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso. Lula não alterou a reorientação mais geral que se estabeleceu desde então: da centralidade do papel do Estado no processo do desenvolvimento para a liberalização quase integral da dimensão econômica. Com Lula, a economia não sofreria quaisquer constrangimentos vindos de outras dimensões da vida social. Essa identidade na política se explica em função das origens similares entre PT e PSDB. Como afirma
Luiz Werneck Vianna, “a linguagem comum dos dois grandes partidos que surgem em São Paulo a partir da redemocratização do país é a da sociedade civil. Para o primeiro, dominada pela gramática do social, e pela do mercado, a do segundo”. Por essa razão, segundo o mesmo estudioso, PT e PSDB sempre foram partidos que procuraram afirmar suas identidades na critica à história da modernização brasileira, cujo eixo de referência e valores se assentavam na idéia de “Nação, da precedência do público sobre o privado e de uma concepção do Estado como lugar da representação da comunidade nacional”(Esquerda brasileira e tradição republicana. Rio de Janeiro: Revan, 2006, p. 9).
Essa identidade não era tão evidente a olhos desatentos. Mesmo porque o PT não apenas guardava (e ainda guarda) dentro de si os setores mais radicalizados do velho e do novo revolucionarismo latino-americanista, como havia sido um dos maiores críticos do programa de privatizações empreendido nos governos FHC. Expressão vital do “liberalismo dos de baixo” no Brasil da transição democrática, o PT fez o seu caminho não pelas torrentes do discurso ideológico, mas sim pela extraordinária sagacidade em se projetar como ganhador de eleições. A retórica e a política do custo/benefício orientaram o caminho da conquista dos poderes da República até se alcançar a vitória maior.
Na reta final da campanha de 2002, pragmatismo, senso de poder e controle partidário orientaram a decisão do PT pela continuidade da política macroeconômica do governo anterior. Estaria selada aí a aliança com os setores do grande capital nacional e internacional, o que garantiria condições de governabilidade não apenas para o início do governo como para a sua continuidade. Tais condições não seriam abaladas em momento algum, nem mesmo na crise que viria se abater sobre o governo em função das denúncias de corrupção.
O comportamento dúbio e vacilante da oposição explica-se, uma vez que PSDB e PFL, principalmente, não poderiam contestar integralmente o governo Lula em razão de uma identidade programática explícita. Por outro lado, a opção do PT em governar a partir dessa “aliança surda” – que lhe garantia o apoio das elites econômicas – e da compra de parlamentares no Congresso – que lhe mantinha a diferenciação operativa em relação ao PSDB, principalmente – não lhe pareceu um risco fatal em nenhum momento, já que o essencial não poderia ser quebrado a não ser em circunstâncias dramáticas.
Nesse contexto, o governo Lula não é senão o governo de um partido de esquerda envolto num paradoxo sem fim. É o governo de uma esquerda que vendeu sua alma e não pode olhar nem para trás nem para si mesma. Sua opção política ao buscar governabilidade e consolidar-se no poder foi letal para a relação entre esquerda e democracia. Mas pode-se suspeitar que o estrago tenha sido maior. Essa opção atingiu os frágeis alicerces da fidelidade do povo brasileiro às instituições democráticas construídas com tanto sacrifício depois da ditadura: roubar para se manter no poder é estilhaçar por inteiro as instituições da República e trabalhar contra a possibilidade de a cultura política brasileira se conjugar em definitivo com a democracia.
Em meio à aguda crise que viveu o governo Lula, um dos seus mais importantes intelectuais/dirigentes, o atual ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, havia afirmado que, naquele momento, “não via muita razão em alguém votar no PT”, tais eram as evidências de corrupção no até então maior partido de esquerda do Ocidente. Na oportunidade, Tarso Genro chegou a defender uma “refundação do PT” e teria sido afastado da presidência interina do partido, entre outras coisas, por essa postura.
Agora, com Lula à frente das pesquisas de intenção de voto e sem realizar o tal processo de refundação (o que foi feito não passou de um “ajuste burocrático”), o PT parece avançar em direção à estabilização da
cultura política de escolha racional, que tão bem lhe serviu em sua ascensão, para estabelecer novas alianças e apoios à reeleição do presidente Lula, entre eles o do luminar ex-ministro e deputado Delfim Netto (PMDB), com sua estratégia de “déficit nominal zero” como condição para a retomada do crescimento econômico. Quem poderia imaginar uma “ampliação” das alianças petistas a esse nível!
Parece claro assim que Lula e o PT conseguiram emergir da crise de forma mais racional e pragmática do que antes. A aliança político-social montada não sofreu abalos significativos e o assistencialismo oficial responde por todo o resto. Quem sonhava ou ainda sonha com o “petismo” (seja lá o que isso signifique), é bom que desperte. Em todo caso, se a afirmação de que o governo Lula foi o primeiro governo de esquerda na história do país já era algo questionável, o segundo certamente não será.
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Alberto Aggio é professor livre-docente da Unesp/Franca, autor e organizador de Gramsci: a vitalidade de um pensamento. São Paulo: Unesp, 1998, e Pensar o século XX: problemas políticos e história nacional na América Latina. São Paulo: Unesp, 2003 (com Milton Lahuerta). Este texto também foi publicado em La Insignia.

Artigo

O Governo Lula e as eleições de 2006
Alberto Aggio - Julho 2006

A perspectiva de esperanças do início do governo Lula não é a mesma que o finaliza. Por todos os fatos e desdobramentos, e apesar do bom desempenho da economia e de sua posição de liderança nas pesquisas, uma possível vitória nas próximas eleições talvez se configure como mais problemática ou mesmo temerária do que a primeira.
É um consenso básico entre os analistas a avaliação de que o governo Lula é parte constituinte do novo ciclo político que se abriu com o governo Collor e teve continuidade nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso. Lula não alterou a reorientação mais geral que se estabeleceu desde então: da centralidade do papel do Estado no processo do desenvolvimento para a liberalização quase integral da dimensão econômica. Com Lula, a economia não sofreria quaisquer constrangimentos vindos de outras dimensões da vida social. Essa identidade na política se explica em função das origens similares entre PT e PSDB. Como afirma
Luiz Werneck Vianna, “a linguagem comum dos dois grandes partidos que surgem em São Paulo a partir da redemocratização do país é a da sociedade civil. Para o primeiro, dominada pela gramática do social, e pela do mercado, a do segundo”. Por essa razão, segundo o mesmo estudioso, PT e PSDB sempre foram partidos que procuraram afirmar suas identidades na critica à história da modernização brasileira, cujo eixo de referência e valores se assentavam na idéia de “Nação, da precedência do público sobre o privado e de uma concepção do Estado como lugar da representação da comunidade nacional”(Esquerda brasileira e tradição republicana. Rio de Janeiro: Revan, 2006, p. 9).
Essa identidade não era tão evidente a olhos desatentos. Mesmo porque o PT não apenas guardava (e ainda guarda) dentro de si os setores mais radicalizados do velho e do novo revolucionarismo latino-americanista, como havia sido um dos maiores críticos do programa de privatizações empreendido nos governos FHC. Expressão vital do “liberalismo dos de baixo” no Brasil da transição democrática, o PT fez o seu caminho não pelas torrentes do discurso ideológico, mas sim pela extraordinária sagacidade em se projetar como ganhador de eleições. A retórica e a política do custo/benefício orientaram o caminho da conquista dos poderes da República até se alcançar a vitória maior.
Na reta final da campanha de 2002, pragmatismo, senso de poder e controle partidário orientaram a decisão do PT pela continuidade da política macroeconômica do governo anterior. Estaria selada aí a aliança com os setores do grande capital nacional e internacional, o que garantiria condições de governabilidade não apenas para o início do governo como para a sua continuidade. Tais condições não seriam abaladas em momento algum, nem mesmo na crise que viria se abater sobre o governo em função das denúncias de corrupção.
O comportamento dúbio e vacilante da oposição explica-se, uma vez que PSDB e PFL, principalmente, não poderiam contestar integralmente o governo Lula em razão de uma identidade programática explícita. Por outro lado, a opção do PT em governar a partir dessa “aliança surda” – que lhe garantia o apoio das elites econômicas – e da compra de parlamentares no Congresso – que lhe mantinha a diferenciação operativa em relação ao PSDB, principalmente – não lhe pareceu um risco fatal em nenhum momento, já que o essencial não poderia ser quebrado a não ser em circunstâncias dramáticas.
Nesse contexto, o governo Lula não é senão o governo de um partido de esquerda envolto num paradoxo sem fim. É o governo de uma esquerda que vendeu sua alma e não pode olhar nem para trás nem para si mesma. Sua opção política ao buscar governabilidade e consolidar-se no poder foi letal para a relação entre esquerda e democracia. Mas pode-se suspeitar que o estrago tenha sido maior. Essa opção atingiu os frágeis alicerces da fidelidade do povo brasileiro às instituições democráticas construídas com tanto sacrifício depois da ditadura: roubar para se manter no poder é estilhaçar por inteiro as instituições da República e trabalhar contra a possibilidade de a cultura política brasileira se conjugar em definitivo com a democracia.
Em meio à aguda crise que viveu o governo Lula, um dos seus mais importantes intelectuais/dirigentes, o atual ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, havia afirmado que, naquele momento, “não via muita razão em alguém votar no PT”, tais eram as evidências de corrupção no até então maior partido de esquerda do Ocidente. Na oportunidade, Tarso Genro chegou a defender uma “refundação do PT” e teria sido afastado da presidência interina do partido, entre outras coisas, por essa postura.
Agora, com Lula à frente das pesquisas de intenção de voto e sem realizar o tal processo de refundação (o que foi feito não passou de um “ajuste burocrático”), o PT parece avançar em direção à estabilização da
cultura política de escolha racional, que tão bem lhe serviu em sua ascensão, para estabelecer novas alianças e apoios à reeleição do presidente Lula, entre eles o do luminar ex-ministro e deputado Delfim Netto (PMDB), com sua estratégia de “déficit nominal zero” como condição para a retomada do crescimento econômico. Quem poderia imaginar uma “ampliação” das alianças petistas a esse nível!
Parece claro assim que Lula e o PT conseguiram emergir da crise de forma mais racional e pragmática do que antes. A aliança político-social montada não sofreu abalos significativos e o assistencialismo oficial responde por todo o resto. Quem sonhava ou ainda sonha com o “petismo” (seja lá o que isso signifique), é bom que desperte. Em todo caso, se a afirmação de que o governo Lula foi o primeiro governo de esquerda na história do país já era algo questionável, o segundo certamente não será.
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Alberto Aggio é professor livre-docente da Unesp/Franca, autor e organizador de Gramsci: a vitalidade de um pensamento. São Paulo: Unesp, 1998, e Pensar o século XX: problemas políticos e história nacional na América Latina. São Paulo: Unesp, 2003 (com Milton Lahuerta). Este texto também foi publicado em La Insignia.

domingo, 2 de julho de 2006

Entrevista


"A atual administração de Caçador tem sorte e pouca competência"
02/07/2006 12:45 - Caçador Online

A partir de hoje, todos os domingos o Portal Caçador Online traz ao público uma entrevista com alguma personalidade do município. Para começar, entramos no campo da política e entrevistamos o presidente da Câmara dos Vereadores, Marcos da Silva Creminácio.
Natural de Caçador, Creminácio completa 30 anos no dia 1º de agosto deste ano. Ele nasceu e mora até hoje no bairro Berger, é casado há quatro anos e ingressou ainda muito jovem na política, disputando sua primeira eleição com 22 anos. Dedica seu tempo a duas profissões, pela parte da manhã dá aulas de Geografia, à tarde e à noite coordena os trabalhos do Legislativo Municipal.
Marcos da Silva Creminácio
Filiado ao PT desde 1998, ele se diz um grande admirador do presidente Lula, prevê uma eleição bastante disputada, mas com vitória em segundo turno do petista. Na Câmara, ele não tem vergonha de assumir que faz oposição ao plano de governo da administração municipal.
"Governo de sorte e pouca competência" é como ele define a atual administração do prefeito Saulo Sperotto (PSDB). Defensor do concurso público fiscalizado pela população, ele afirma que Caçador precisa antes de tudo moralizar o serviço público para mudar o rumo. E ainda: suas pretensões profissionais para o futuro.
Confira a entrevista na íntegra
Caçador Online: Quando você ingressou na política, como surgiu seu interesse por essa área?
Marcos da Silva Creminácio: Eu sempre tive interesse nessa área, sempre acompanhei os acontecimentos políticos. Em 1995 eu entrei na Universidade de Geografia, na UDESC de Florianópolis, e tive contato com o movimento estudantil. Em 1997 eu me filiei ao PT Estadual e em 1998 eu ingressei na campanha do candidato do partido a prefeito de Caçador, Eduardo Góes, nas eleições de 2000. Foi aí que eu me candidatei a vereador pela primeira vez com 22 anos de idade. Fiz 344 votos e fiquei como primeiro suplente do PT, mas não cheguei a fazer nenhuma atuação na ocasião. Em 2001 eu me tornei coordenador presidente do Sindicato dos Professores da região. Em 2004 então eu fui eleito com 991 votos.
Como você chegou a Presidência do Legislativo Municipal?
A princípio a administração municipal tinha decidido por nomear um vereador de um partido da base aliada ao prefeito para ser presidente da Câmara. Porém, nós da oposição (PT, PPS e PMDB) nos reunimos e propusemos um acordo político exclusivamente para a eleição da mesa diretora, uma vez que nós entendíamos que se o povo escolheu o Saulo para prefeito nada mais justo que nós da oposição termos a presidência do Legislativo para fiscalizar. Então num primeiro momento foi eleito o vereador Deoclides Sabedot (PMDB), que ficou até dezembro de 2005, e em seguida eu que fico até dezembro de 2006 quando deve assumir o vereador Gilberto Gonçalves (sem partido) de acordo com combinado.
Qual é o seu papel como presidente da Câmara?
O presidente do Legislativo tem que conduzir os trabalhos da Câmara, colocar os projetos em votação, coordenar o debate entre os vereadores. Quando você sai da bancada que é um momento no qual você pode criticar com mais veemência, quando você assume a presidência você tem que agir com outra postura. No meu caso específico ainda eu peguei um caso ímpar na história da Câmara Municipal de Caçador. Junto com os demais vereadores nós estamos procedendo a compra do equipamento da nova sede, da mobília. Então nós vamos movimentar um valor que nunca foi movimentado aqui. É um trabalho que exige muita cautela para fazer tudo com a maior transparência.
Você é a favor do aumento do número de vereadores em Caçador?
Eu creio que houve uma injustiça com o número de vereadores. O município de Macieira, por exemplo, tem nove vereadores enquanto Caçador tem 10. Há uma desproporção muito grande. Se você pega municípios como Lages, Chapecó e Concórdia, de médio a grande porte, que tem entre 14, 15 ou 16 vereadores fica evidente a desproporcionalidade. Então eu sou a favor que se rediscuta, mas não para este mandato. Para Caçador 10 eu acho pouco, mas 15 já é demais.
Como você vê a participação do jovem na política?
Alguns políticos tradicionais em Caçador acabam trabalhando com o jovem oferecendo emprego, jantares, promoções, entre outros. Então o jovem vê a política com um pouco de descrença. Ele vota em deputados, prefeito, vereadores e acaba não vendo nada sendo feito a seu favor. Eu sou um crítico desta postura e procuro trabalhar de outra forma com projetos que venham realmente beneficiar a vida desses jovens como qualificação profissional, professores preparados, transporte público eficiente, incentivo no esporte, cultura. Então a juventude vê a política como a maioria da sociedade, com falta de transparência, de honestidade, de respeito.
Como você vê a cidade de Caçador?
Caçador é uma cidade que eu gosto muito, sou daqui, conheço a cidade e não saio daqui por proposta alguma. Caçador é uma cidade que precisa se preparar para o futuro. Precisa de um político arrojado que pare de olhar cargos, parentes e antigos oligarcas que estão mandando na cidade desde 1934 e que dê um novo rumo. Tem que atender a população mais carente e Caçador precisa ser planejada.
Quais os principais problemas da cidade?
Por exemplo, você pega trânsito, saúde, educação, para o que tem ai ou se for comparar com outros municípios próximos que são miseráveis, Caçador está bom. Mas se for comparar com outras cidades de Santa Catarina e do Brasil você vai ver que a nossa educação está atrasada, por exemplo. Talvez para a população o que falte seja pavimentação de uma rua, algumas opções de lazer para a juventude, opção cultural diferenciada, criar um novo município. Tem que melhorar o presente para se preparar para o futuro.
O que você acha da atual administração até agora?
Eu sou oposição da administração municipal. Já recebi muitas críticas, sofri ameaça, mas eu fui eleito para fazer oposição ao plano de governo do prefeito Saulo Sperotto e vou continuar fazendo. Uma crítica ácida que eu faço é que hoje em Caçador só se olha os acordos políticos e conchaves que foram feitos como o emprego daquelas pessoas que ajudaram o prefeito A ou B. Por isso que eu defendo radicalmente o concurso público fiscalizado pela população. E não acredito 100% nas empresas que realizam concurso público em Caçador. Então a população vai ter que entender, quem estaria esperando uma vaga de um padrinho no serviço público, vai ter que entender que ou Caçador moraliza o serviço público e muda o ritmo de contratação de pessoal, de pessoas capacitadas e técnicas, ou a nossa cidade vai continuar nesse nível. Tem exemplos claros de corrupção de mal trato do dinheiro público, não somente desta administração mas na outra também, que são feitos por pessoas despreparadas.
E do prefeito Saulo Sperotto?
Costumo dizer que ele está fazendo um governo de sorte, porque de competência muito pouco. O quadro administrativo do prefeito, apesar de ter algumas poucas pessoas preparadas ali dentro, tem uma base, um segundo e terceiro escalão de nomeados que não tem capacidade de administrar Caçador. É impossível comprometer tantos deslizes que as CPIs estão comprovando e ninguém toma uma atitude mais séria. Então é uma administração de sorte, a receita do município está aumentando, o Governo Federal e Estadual tem repassado bastante dinheiro e se tivéssemos uma Prefeitura um pouco mais preparada talvez Caçador tivesse dado um salto nos últimos anos.
Como você vê o PT depois dos acontecimentos do ano passado envolvendo membros do partido em esquemas de corrupção?
O Brasil tem 500 anos de história e sempre foi um grupo pequeno que mandou no Brasil e ainda controla boa parte do país. Então quando o PT foi para uma disputa com o Lula, que é uma figura que eu sempre defendi e vou defender sempre, para mudar isso. Quando você defende o PT você não defende pessoas e sim a bandeira que é da ética e de uma política contra a corrupção. As acusações mais pesadas contra o PT saem de quem não tem moral alguma para fazê-las que são pessoas públicas como o Bornhausen, Antônio Carlos Magalhães, que são oligarcas. Até o próprio Geraldo Alkimin que vem da ala mais extrema direita de São Paulo que defende a privatização do país como o FHC fez. O PT como opção deixou a desejar em alguns aspectos, mas também não privatizou nada, não vendeu nada, dando uma outra dinâmica para o Brasil. Quanto à questão e corrupção eu sempre defendi, todo mundo pode acompanhar na nossa prática, quem meteu a mão em dinheiro público e for comprovado tem que devolver e ir para a cadeia. Agora as acusações do suposto mensalão, do suposto desvio de dinheiro público as próprias pesquisas mostram que isso não chegou ao presidente Lula senão ele não estaria com 60% de aprovação e 48% das intenções de voto.
Você acha que o Lula vai se reeleger?
A política é muito dinâmica. Quando você fala em eleição no Brasil você não está falando em eleição apenas no Brasil, tem outros interesses que estão em jogo. Por exemplo, o interesse da América Latina que os EUA e a Europa sempre controlaram. Hoje a América Latina está dando uma guinada para a esquerda impulsionada pelo PT no Brasil, o que sugere que com certeza haverá influência internacional e nacional nos financiamentos das campanhas para derrubar o Governo Lula. Eu acredito que o jogo vai ser pesado, mas acredito que o Lula se reeleja num segundo turno um tanto quanto apertado.
Quais são suas pretensões para o futuro?
Eu quero ajudar a eleger o Assis Pereira (PT) para prefeito, que foi nosso candidato na última eleição e quero me manter mais um mandato na Câmara de Vereadores se a população assim quiser. Para um futuro mais distante, quem sabe num segundo mandato do PT em Caçador, eu possa vir a disputar a deputado estadual ou prefeito.

A TRAGÉDIA!

Faltou vergonha na cara.
Faltou alguém, como o Dunga, chegar no vestiário, no intervalo, e enfiar a mão na cara dos outros.
Eu agradeço a Deus por ter me livrado de ver isso. Eu bem que tentei ir à Copa, mas não consegui comprar ingressos. Graças a Deus. Em fim de carreira, não merecia ver isso, uma seleção brasileira covarde.Em 36 anos de futebol nunca vi uma seleção brasileira tão apática, tão inoperante. O jogo estava ruim, continuou ruim e depois piorou. Então, alguma coisa tinha de ser feita. Nem que alguém desse um pontapé num jogador francês para ser expulso. Parece um contra-senso. Mas, quem sabe, surgiria a partir disso uma reação dos demais jogadores.Eu estou completamente perdido.
Não sei o que dizer. O sentimento neste instante é confuso, muito confuso. Como é possível uma seleção brasileira, em jogo de Copa do Mundo, dar apenas dois chutes a gol? Foram 90 minutos de sofrimento.O time não pegou o jogo. Só funcionou nos dez minutos iniciais. Depois, patinou, patinou, patinou. Tive saudades do Dunga. Que saudades do Dunga!Você acha que o Dunga, ou um Chicão, deixaria a equipe apática, sem suar a camisa, num jogo decisivo da seleção?Em 1998, a seleção ainda jogou alguma coisa. Naquela final, deu carrinho, deu chutes a gol e teve a desculpa do problema médico sofrido por Ronaldo horas antes da partida.
Houve algum fenômeno ontem, em Frankfurt. Que a França esteve muito bem, não há dúvida. Foi a melhor partida dos franceses dos últimos anos. Isso não está em questão. O Zidane fez uma bela apresentação.Eu quero saber como é possível um time com a camisa da seleção brasileira entrar em campo com a postura de ontem. Uma equipe dorminhoca. Tinha de ter alguém para acordá-la. Faltou isso. Faltou muito mais. Faltou tudo. Faltou paixão, coração.
Já não gostei de ver os jogadores todos risonhos, se cumprimentando no túnel, antes da entrada em campo. Parecia haver ali uma grande confraternização, como se estivessem a poucos minutos de um amistoso importante, de uma festa.
Eu vivi uma situação como técnico do São Paulo, anos atrás, no Morumbi, da qual me recordo agora. Era um jogo com o Cosmos, uma verdadeira seleção mundial, com vários craques. Então, veio uma ordem para o Oscar, capitão do meu time, esperar o Cosmos para as duas equipes pisarem juntas o gramado. Eu e Oscar reagimos: "Nada disso. O jogo é uma guerra. Confraternização, se houver, só depois do apito final." Vencemos por 3 a 1.
Acho que tudo o que ocorreu ontem em Frankfurt deve ser analisado com muita atenção. Foi uma despedida triste para vários atletas, que não terão condições de disputar outra Copa do Mundo.Alguns deles vão entrar para a história como perdedores. Duro é ter de ouvir de alguns desses mesmos atletas que a geração atual é melhor que a de 1970. Não é saudosismo. É realismo. A pura realidade.
Argentinos e ingleses deixaram este Mundial também nas oitavas-de-final e devem chegar a seus países respeitados. Lutaram até o fim, com amor à camisa. Não se entregaram em nenhum momento. Saíram da Copa de cabeça erguida. Merecem os parabéns. Quanto a nós? Sabe o que vai acontecer? Os três que atuam no Brasil (Mineiro, Rogério Ceni e Ricardinho) é que vão ter de explicar o fracasso para milhões de pessoas. E o que esses coitados têm a ver com isso? Vou ficar com pena deles. Já os outros vão para suas belas casas, na Europa.Coisa triste. O futebol brasileiro não merecia isso Um desastre!
CARLOS ALBERTO SILVA TÉCNICO DE FUTEBOL

sábado, 1 de julho de 2006

Só faço isso pelos amigos


Esse símbolo é uma homenagem ao meu amigo Gian

Ficou ótimo a frente do novo Paulo Schieffler