Dilma, a popular
Zuenir Ventura, O Globo
Apesar do desgaste político causado pelos escândalos do ministério que herdou, Dilma Rousseff foi escolhida por diretores e editores de 11 importantes jornais do continente como a personagem “mais relevante da América Latina” (ao lado do presidente Ollanta Humala, do Peru).
Acho que no Brasil ela mereceria também ser eleita o grande destaque de 2011, não só pela condição de primeira mulher a presidir o país, mas pelo feito inédito de começar o governo com 70% de expectativa otimista, chegar aos 100 primeiros dias com 73% de aprovação e terminar o ano com uma avaliação recorde de 71%, superior às de Lula (69%) e FHC (57%) no mesmo período.
A que se deve tão extraordinária popularidade em meio a tantos malfeitos em seu governo?
Observadores alegam que Dilma foi favorecida pela economia em alta, mas é justo reconhecer que outros fatores contribuíram para o seu sucesso popular, como um inesperado modo de agir e uma capacidade de superação que surpreenderam positivamente até quem não votou nela, como eu.
Sabendo dar a volta por cima, ela superou o radicalismo político da juventude, superou o câncer, superou a imagem negativa, e a própria eleição foi uma prova de superação.
Dizia-se que era um robô e que seria massacrada pelo seu oponente na TV. Resultado: venceu o adversário na campanha e nas urnas.
Por fim, acreditava-se que, como presidente, ela seria um genérico de seu descobridor, que continuaria governando através dela. Não foi. Sem se voltar contra o criador, como é costume, e até engolindo vários sapos herdados, ela conseguiu imprimir sua marca própria.
Ao contrário do protagonismo explícito do antecessor, desenvolveu um insuspeitado carisma, feito de recato, discrição e firmeza. Espera-se que, livre da herança maldita ministerial (cuja “faxina” teve o mérito de revelar o que já existia, mas estava escondido), ela possa escalar seu próprio time e vir a ser não apenas a mais popular como “a melhor de 2012”.
Zuenir Ventura, O Globo
Apesar do desgaste político causado pelos escândalos do ministério que herdou, Dilma Rousseff foi escolhida por diretores e editores de 11 importantes jornais do continente como a personagem “mais relevante da América Latina” (ao lado do presidente Ollanta Humala, do Peru).
Acho que no Brasil ela mereceria também ser eleita o grande destaque de 2011, não só pela condição de primeira mulher a presidir o país, mas pelo feito inédito de começar o governo com 70% de expectativa otimista, chegar aos 100 primeiros dias com 73% de aprovação e terminar o ano com uma avaliação recorde de 71%, superior às de Lula (69%) e FHC (57%) no mesmo período.
A que se deve tão extraordinária popularidade em meio a tantos malfeitos em seu governo?
Observadores alegam que Dilma foi favorecida pela economia em alta, mas é justo reconhecer que outros fatores contribuíram para o seu sucesso popular, como um inesperado modo de agir e uma capacidade de superação que surpreenderam positivamente até quem não votou nela, como eu.
Sabendo dar a volta por cima, ela superou o radicalismo político da juventude, superou o câncer, superou a imagem negativa, e a própria eleição foi uma prova de superação.
Dizia-se que era um robô e que seria massacrada pelo seu oponente na TV. Resultado: venceu o adversário na campanha e nas urnas.
Por fim, acreditava-se que, como presidente, ela seria um genérico de seu descobridor, que continuaria governando através dela. Não foi. Sem se voltar contra o criador, como é costume, e até engolindo vários sapos herdados, ela conseguiu imprimir sua marca própria.
Ao contrário do protagonismo explícito do antecessor, desenvolveu um insuspeitado carisma, feito de recato, discrição e firmeza. Espera-se que, livre da herança maldita ministerial (cuja “faxina” teve o mérito de revelar o que já existia, mas estava escondido), ela possa escalar seu próprio time e vir a ser não apenas a mais popular como “a melhor de 2012”.
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