segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pessimismo capitalista e Darwinismo social

Que fazer quando uma crise como a nossa se transforma em sistêmica, atingindo todas as áreas e mostra mais traços destrutivos que construtivos? É notório que o modelo social montado já nos primórdios da modernidade, assentado na magnificação do eu e em sua conquista do mundo em vista da acumulação privada de riqueza não pode mais ser levado avante. Apenas os deslumbrados do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula, acreditam ainda neste projeto que é a racionalização do irracional. Hoje percebemos claramente que não podemos crescer indefinidamente porque a Terra não suporta mais nem há demanda suficiente. Este modelo não deu certo, pelas perversidades sociais e ambientais que produziu. Por isso, é intolerável que nos seja imposto como a única forma de produzir como ainda querem os membros do G-20 e do PAC.

A situação emerge mais grave ainda quando este sistema vem apontado como o principal causador da crise ambiental generalizada, culminando com o aquecimento global. A perpetuação deste paradigma de produção e de consumo pode, no limite, comprometer o futuro da biosfera e a existência da espécie humana sobre o planeta.
Como mudar de rumo? É tarefa complexíssima. Mas devemos começar. Antes de tudo, com a mudança de nosso olhar sobre a realidade, olhar este subjacente à atual sociedade de marcado: o pessimismo capitalista e o darwinismo social.

O pessimismo capitalista foi bem expresso pelo pai fundador da economia moderna Adam Smith (1723-1790), professor de ética em Glasgow. Observando a sociedade, dizia que ela é um conjunto de indivíduos egoistas, cada qual procurando para si o melhor. Pessimista, acreditava que esse dado é tão arraigado que não pode ser mudado. Só nos resta moderá-lo. A forma é criar o mercado no qual todos competem com seus produtos, equilibrando assim os impulsos egoistas.

O outro dado é o darwinismo social raso. Assume-se a tese de Darwin, hoje vastamente questionada, de que no processo da evolução das espécies sobrevive apenas o mais forte e o mais apto a adaptar-se. Por exemplo, no mercado, se diz, os fracos serão sempre engolidos pelos mais fortes. É bom que assim seja, dizem, senão a fluidez das trocas fica prejudicada.

Há que se entender corretamente a teoria de Smith. Ele não a tirou das nuvens. Viu-a na prática selvagem do capitalismo inglês nascente. O que ele fez, foi traduzi-la teoricamente no seu famoso livro: "Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações"(1776) e assim justificá-la. Havia, na época, um processo perverso de acumulação individual e de exploração desumana da mão de obra.

Hoje não é diferente. Repito os dados já conhecidos: os três pessoas mais ricas do mundo possuem ativos superiores à toda riqueza de 48 países mais pobres onde vivem 600 milhões de pessoas; 257 pessoas sozinhas acumulam mais riqueza que 2,8 bilhões de pessoas o que equivale a 45% da humanidade; o resultado é que mais de um bilhão passa fome e 2,5 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza; no Brasil 5 mil famílias possuem 46% da riqueza nacional. Que dizem esses dados se não expressar um aterrador egoismo? Smith, preocupado com esta barbárie e como professor de ética, acreditava que o mercado, qual mão invisível, poderia controlar os egoismos e garantir o bem estar de todos. Pura ilusão, sempre desmentida pelos fatos.

Smith falhou porque foi reducionista: ficou só no egoismo. Este existe mas pode ser limitado, por aquilo que ele omitiu: a cooperação, essencial ao ser humano. Este é fruto da cooperação de seu pais e comparece como um nó-de-relações sociais. Somente sobrevive dentro de relações de reciprocidade que limitam o egoismo. É verdade que egoismo e altruismo convivem. Mas se o altruismo não prevalecer, surgem perversões como se nota nas sociedades modernas assentadas na inflação do "eu" e no enfraquecimento da cooperação. Esse egoismo coletivo faz todos serem inimigos uns dos outros.

Mudar de rumo? Sim, na direção do "nós", da cooperação de todos com todos e na solidariedade universal e não do "eu" que exclui. Se tivermos altruismo e compaixão não deixaremos que os fracos sejam vítimas da seleção natural. Interferiremos cuidando-os, criando-lhes condições para que vivam e continuem entre nós. Pois cada um é mais que um produtor e um consumidor. É único no universo, portador de uma mensagem a ser ouvida e é membro da grande família humana.

Isso não é uma questão apenas de política, mas de ética humanitária, feita de solidariedade e de compaixão.

Leonardo Boff é autor de Princípio compaixão e cuidado, Vozes (2007).

Farc - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Domingo Espetacular


Bela



Poupança

domingo, 30 de maio de 2010

Tião Viana

“Lula nada fez para evitar a desconstrução e a perda de autoridade moral do Congresso. Os partidos estão mais fracos e deteriorados do que antes de sua posse.”

Tião Viana (PT-AC)

Ciro Gomes

Na TV, Ciro Gomes chamou PMDB de ajuntamento de assaltantes. Talvez tenha pecado, mais uma vez pelo excesso de sinceridade. Curioso é que conviveu no governo Lula com a tal quadrilha e nada tenha dito.

Desmatamento

Desgarrados Mario Barbara y Omar Alí en duo

Renato Teixeira - Tocando em frente

sábado, 29 de maio de 2010

Especialistas discutem acordo nuclear entre Brasil e Irã

União Europeia enfrenta dilema

Guerrilha do Araguaia - Parte 2

Ritmo acelerado na construção civil - Repórter Rio

Quando outubro chegar

Quem Marina Silva vai apoiar no segundo turno? Petistas juram que será Dilma, tucanos juram que será Serra. Quando outubro chegar saberemos.

3a1 - Marco Aurélio Garcia (Parte 4)

Brasil x Italia final copa do mundo 1994

Bela

Especialistas discutem acordo nuclear entre Brasil e Irã

BARACK OBAMA - BIOGRAFIA ( PARTE 1 )

3a1 - João Pedro Stédile (Parte5)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Arquitetura - Torre Eiffel, de Gustave Eiffel

A Torre Eiffel foi construída por Gustave Eiffel (1832-1923) para a Exibição Universal de 1889, em Paris, realizada na data do centenário da Revolução Francesa. Uma estrutura revolucionária para a época. Ainda hoje, é um dos principais símbolos de Paris e da França. A Torre levou dois anos para ser concluída e foi inaugurada pelo Príncipe de Gales que, posteriormente, tornou-se o Rei Eduardo VII do Reino Unido.
(Com colaboração de Catharina Mafra)

terça-feira, 25 de maio de 2010

3a1 - Fernando Henrique (Parte 2)

3a1 - Marco Aurélio Garcia (Parte 2)

3a1 - Fernando Henrique (Parte 1)

3a1 3

3a1 1

3a1 2

3a1 4

Lula inaugura a diplomacia da nova era

O acordo alcançado por Lula e pelo primeiro ministro turco com o Irã a respeito da produção de urânio enriquecido para fins pacíficos possui uma singularidade que convem enfatizar. Foi alcançado mediante o diálogo, a mútua confiança que nasce do olho no olho e a negociação na lógica do ganha-ganha. Nada de intimidações, de imposições, de ameaças, de pressões de toda ordem e de satanização do outro.
Essa era e continua a sendo a estratégia das potências militaristas e imperiais que não se dão conta de que o mundo mudou. Elas estão encalacrados no velho paradigma do big stick, da negociação com o porrete na mão ou da pura e simples intervenção para a qual tudo vale, a mentira deslavada como no caso da guerra injusta contra o Iraque, a violência militar mais sofisticada contra um dos países mais pobres do mundo como o Afeganistão ou os conhecidos golpes armados pela CIA em vários paises, nomeadamente na América Latina.
Curiosamente, esta estratégia nunca deu fruto nenhum em nenhum lugar. Os USA estão perdendo todas as guerras, porque ninguém vence um povo disposto a dar a sua vida e até suscitar "homens-bomba" para enfrentar um inimigo armando até os dentes mas cheio de medo e exposto à vergonha e à irrisão mundial. O que conseguiram foi alimentar raiva, rancor e espírito de vingança, fermento de todo o terrorismo.
A maior ameaça para estabilidade mundial hoje são os EUA pois a ilusão de serem "o novo povo eleito" - pois assim reza o "destino manifesto" que os neocons, muito fortes, como Bush, acreditam piamente - faz com que se sintam no direito de intervir em todo o mundo. Pretendem levar os direitos humanos quando os violam vergonhosamente, querem impôr a democracia quando, na verdade, criam uma farsa, visam abrir o livre mercado para suas multinacionais para que livremente possam explorar a riqueza do pais, seu petróleo e seu gás.
A diplomacia de Lula se contrapõe diretamente àquela do Conselho de Segurança e a de Barack Obama. A de Lula olha para frente e se adequa ao novo. A de Barack Obama olha para traz e quer reproduzir o velho.
O paradigma velho supõe que haja uma nação hegemônica e imperial, no caso o USA. Esta se rege pelo paradigma do inimigo, bem na linha do teórico da filosofia política que fundamentou os regimes de força como fez com o nazismo, Carl Schmitt(+1985). Em seu livro O Conceito do Politico claramente diz:"a existência política de um povo depende de sua capacidadede definir quem é amigo e quem é inimigo..o inimigo deve ser combatido e psicologicamente deve ser desqualificado como mau e feio". Não fez exatamente isso Bush chamando os paises donde vinham os terroristas de "paises canalhas" contra quem se deve fazer uma "guerra infinita"? Éssa argumentação é sistêmica e funciona ainda hoje na cabeça dos dirigentes norteamericanos. Políticas inspiradas nesse paradigma ultrapassado podem levar a cenários dramáticos com o sério risco de destruir o projeto planetário humano. Esse paradigma é belicista, reducionista e míope pois não percebe as mudanças históricas que estão ocorrendo na linha da fase planetária da história que exige estratégias de cooperação visando proteger a Terra e cuidar da vida.
O paradigma novo, representado por Lula, assume a singularidade do atual momento histórico. Mudou nossa percepção de fundo: somos todos interdependentes, habitando juntos na mesma Casa Comum, a Terra. Ninguém tem um futuro particular e próprio. Surge um destino comum globalizado: ou cuidamos da humanidade para que não se bifurque entre os que comem e os que não comem e protegemos o planeta Terra para que não seja dizimado pelo aquecimento global ou então não teremos futuro algum. Estamos vinculados definitavamente uns aos outros.
Lula em sua fina percepção pelo novo, agiu coerentemente: não se pode isolar e castigar o Irã. Importa traze-lo à mesa de negociação, com confiança e sem preconceitos. Essa atitude de respeito trará bons frutos. E é a única sensata nesta nova fase da história humana. Lula aponta e inaugura o futuro da nova diplomacia, a única que nos garantirá a paz..

Leonardo Boff junto com Mark Hathaway escreveu o livro The Tao of Liberation. Exploring the Ecology of Transformation, N.Y. 2009.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

Corría el año: John Fitzgerald Kennedy, JFK

http://www.youtube.com/watch?v=16z5WHo3x7s&feature=channel

Os Desafios do Eleitor

De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi:

As eleições são muitas coisas na vida de um país, desde um salutar reencontro dos cidadãos com sua capacidade de ação, limitada pela complexidade do estado moderno, até uma oportunidade para avaliar sua trajetória recente, quando os eleitores decidem o que nela deve ser mantido e o que deve ser mudado. São mais que uma troca da pessoa que está à frente do governo.

Votar em um candidato a presidente é se pronunciar sobre um amplo conjunto de questões, importantes para o presente e o futuro da sociedade. Não é surpresa, portanto, que seja um ato que causa ansiedade e tensão na maioria das pessoas, tanto maior quanto menos informadas elas se sentem para tomar a melhor decisão.

Nossa experiência com eleições presidenciais democráticas é, lamentavelmente, pequena. Nem dá para falar nas que tivemos antes de 1930, pelas restrições severas ao sufrágio. Há 100 anos, por exemplo, Hermes da Fonseca se elegeu presidente da República com o voto de 400 mil eleitores (todos, aliás, do gênero masculino, pois as mulheres eram proibidas de votar). Rui Barbosa, seu oponente, teve 200 e poucos mil. Somados, fizeram menos que os eleitores de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, o 15º município brasileiro em termos de eleitorado.

Depois do Estado Novo e antes da redemocratização, só fizemos quatro eleições presidenciais. Comparadas às da República Velha, foram mais abertas, mas ainda cheias de limitações, pois jovens e analfabetos não podiam votar e os partidos de esquerda estavam proibidos. Se pensarmos que se passaram 90 anos entre a primeira eleição direta (a de Prudente de Morais) e a vitória de Tancredo, é muito pouco.

Quando, após a Constituição de 1988, voltamos a eleger presidentes pelo voto dos cidadãos, foi como se começássemos do zero. Havia, é verdade, uma parcela do eleitorado que tinha memória de haver votado antes, mas era pequena, menos que 10% dos que estavam aptos em 1989. A imensa maioria das pessoas não fazia idéia de como escolher um presidente.

A dificuldade aumentava pela ausência de identidades políticas estruturadas. A ditadura não havia apenas suprimido o direito de voto, mas cerceado a organização partidária, extinguindo os velhos partidos e inventando outros, distantes de nossa cultura política. O novo sistema partidário que emergiu com seu fim estava em seus primórdios, com todos os problemas da primeira infância: excesso de siglas, volatilidade, não-diferenciação, infidelidade doutrinária, migração errática dos eleitos de um partido para outro.

Em um sistema como esse, a saída para o cidadão era criar seus próprios critérios de escolha. Privado do aprendizado que vem da experiência e sem ter como referência organizações partidárias estáveis (e confiáveis), só lhe restava chamar a si a responsabilidade integral de identificar “o melhor”, dentro do cardápio que o sistema político oferecia.

Até o final dos anos 1990, um tipo de depoimento se repetia nas pesquisas qualitativas, traduzido em uma imagem: o “olho no olho”. As pessoas diziam que escolhiam candidatos “olhando em seus olhos” na televisão, procurando identificar sua honestidade, sua sinceridade, se tinham ou não bons propósitos. Pobres e ricos, jovens e velhos, com maior ou menor escolaridade, todos concordavam com essa ideia absurda. De que, magicamente, enxergariam a verdade dos candidatos lá onde ela menos se revela, na televisão.

Uma das coisas boas da democracia é que ela avança. Com o tempo, os cidadãos amadurecem, aposentam mitos e deixam ilusões para trás. Hoje, cada vez menos se fala no “olho no olho”. Cada vez mais, os eleitores percebem que a escolha de um presidente não é um desafio íntimo, a procura épica de um “melhor” idealizado, à qual se segue a epifania de uma descoberta.

Escolher candidatos se tornou mais simples: olhar o que representam, de que lado estão, qual é sua turma. Podendo, também comparando o que faz cada lado, cada turma, quando governa.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A sociedade que se dane

No afã de abortar a urgência para a votação do projeto Ficha Limpa, aprovado a fórceps na Câmara dos Deputados sete meses e meio depois de lá ingressar por iniciativa popular, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) acabou por despir o governo do qual é líder. Deixou-o nu, expondo o distanciamento absoluto entre os interesses do presidente da República com os maiores índices de aprovação que o país já teve e os do povo.

O dito – “Esse não é um projeto de governo, é da sociedade. O do governo, que vamos trabalhar com prioridade, é o do pré-sal” – não deixa pedra sobre pedra.

Poucas são as frases tão desastradas e ao mesmo tempo tão elucidativas.

De uma só tacada, Jucá desrespeitou os mais de quatro milhões de brasileiros que subscreveram a única tentativa de moralização da atividade política dos últimos tempos e escancarou de vez a total ausência de compromisso do governo Lula com as aspirações da “sociedade” que lhe conferiu votos e poder.

Não é de hoje que projetos de interesse do governo suplantam aqueles que realmente importam ao cotidiano das pessoas. A começar pelo festival de medidas provisórias que tranca a pauta legislativa em favor dos desejos governamentais, a maior parte sem qualquer vinculação com as reais demandas da população. Enquanto isso, propostas sobre combate à violência, desoneração tributária, fiscalização e controle de gastos públicos, só para citar algumas, continuam a acumular teias de aranha e muito pó, sem qualquer chance de serem votadas.

O projeto sobre as reservas de petróleo do pré-sal - riqueza escondida no fundo mais profundo do oceano, ainda sem solução tecnológica ou econômica factível para viabilizar sua exploração pelo menos na próxima década – é um exemplo ímpar. Nada justifica a urgência para votá-lo. Quanto mais em detrimento de uma proposta – essa sim, emergente - que a sociedade reivindica.

Ao que parece o governo Lula corre para tirar proveito já do ouro negro do futuro, pouco se lixando para o alto custo na vida presente de cada um dos brasileiros. Faz ouvidos moucos ao clamor popular, preferindo conferir maior relevância aos ganhos imediatos da regulamentação do pré-sal, entre eles os de criação de uma nova estatal, com mais cargos e nomeações.

A única chance de o governo se redimir seria a de os senadores votarem o projeto Ficha Limpa com celeridade, a tempo de salvar a sua validade para as eleições deste ano. Mas é difícil crer, já que mesmo tendo todas as oportunidades para voltar atrás, Jucá continua irredutível. Como líder, não o faria à revelia, sem endosso e instruções claras do governo.

Prova disso é que dispensou as desculpas elaboradas pelo presidente do Senado, José Sarney - para quem o líder do governo teria emitido uma opinião pessoal -, e nem de longe pensou em engrossar a corrente do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que busca coletar assinaturas para acelerar o trâmite da matéria. Muito menos admite votá-la na próxima quarta-feira, como muitos dizem querer.

Pode até ser que Jucá tenha sido escolhido para o trabalho sujo: o de evitar uma implosão na base governista, parte dela com penduras na Justiça. E, de quebra, agradar à maioria de ambas as casas legislativas, que nem de longe quer se submeter às regras do Ficha Limpa, mesmo depois de amenizadas pela Câmara dos Deputados.

Se assim for, expõe a pior face do governo Lula. Rechaça, por conveniência, uma medida de cunho e apelo popular, que só preconiza um pouco de vergonha na cara aos que pretendem representar os 190 milhões de brasileiros. E o faz sem qualquer constrangimento. Afinal, isso pouco importa para um governo que age e se considera acima do povo.

Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'.

Catarinense indignado

"A Senadora Ideli tem como prioridade, ser uma "garota de recados" ou "tarefeira" do PT nacional. Os interesses de Santa Catarina ficam num segundo plano."
Otávio Barbosa/São José/SC.

Polêmica. 11/05/2010 - 9h30

Lula diz que não vê possibilidade de o PT perder a eleição presidencial. Exagerado otimismo ou convicção justificada?

domingo, 16 de maio de 2010

sábado, 15 de maio de 2010

Imaginem se o povo fosse perguntar!

O candidato José Serra anda perdendo a paciêncfia com certos jornalistas, parece ter pegado o costume do atual presidente. Até parece que os políticos se incomodam com determinadas perguntas. Imaginem se o povo fosse perguntar!

Terça Insana Margarida

Lembranças

O candidato José Serra não perde uma oportunidade para lembrar que Collor apóia Dilma Roussef.

DOIS FILHOS DE FRANCISCO - TRECHO DO FILME

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Belas

Globo News Painel discute sobre política internacional nuclear do Brasil

Só o que faz sucesso para a platéia

Os candidatos a presidente a cada dia deixam mais claro que só querem falar aquilo que pensam, e faz sucesso com a platéia. A máxima é não perder votos e ganhar o máximo, provavelmente, falarão o que realmente pensam sobre certos assuntos depois da eleição. Assim tem sido e assim parece que será.

Defesa nacional é o tema deste Globo News Painel

Ministério Público é contrário a extinção de site anti-Dilma

Blog do Noblat

O Ministério Público Eleitoral (MPE) enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) parecer em que pede arquivamento da representação ajuizada pelo PT que acusa o PSDB de propaganda eleitoral antecipada negativa.

Na representação, o PT pede a aplicação de multa e a retirada do ar do site gentequemente.org.br., alimentado pelo PSDB.

Segundo a direção nacional do PT, por meio deste portal, os adversários alimentam “as baixarias e o jogo sujo na internet” contra a pré-candidata à presidência da República Dilma Rousseff (PT).

“Os ataques à honra de Dilma Rousseff são eloqüentes, em clara e nítida intenção de lhe denegrir a reputação e a imagem, com vistas a atingir sua pré-candidatura de maneira negativa”, afirma o PT em trecho do documento encaminhado ao TSE.

Já a vice-procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau, responsável pelo parecer, tem outro entendimento.

“Críticas à ação administrativa do governo são inerentes à atividade política, não configurando propaganda eleitoral".

Segundo ela, a realização de manifestações de filiado de partido opositor é admissível “desde que não exceda ao limite da discussão de temas de interesse político comunitário”.

O parecer será encaminhado ao ministro Joelson Dias, relator da representação no TSE.

Brasil afirma que Irã tem direito a construir bomba atômica

O pai dele trabalhava muito

Puxa vida o que mais deu para entender das propostas do candidato Serra, é de que o pai dele trabalhava muito. Bom já é alguma coisa, o pai dele era trabalhador.

É a democracia, estúpidos

De Clóvis Rossi:

A discussão em torno da autonomia absoluta do Banco Central, levantada por José Serra, é na verdade a propósito da democracia.

Democracia pressupõe que o eleitor escolha alguém (no Brasil chamado presidente da República), que tomará as decisões que julgar convenientes, entre elas o nível dos juros, o câmbio, o deficit ou superavit fiscal adequado.

Democracia não pressupõe que um funcionário subalterno tome tais decisões à revelia do presidente. É simples assim.

O raciocínio subjacente à tese de que o Banco Central pode fazer o que quiser e o presidente da República não tem que se meter é radicalmente antidemocrático.

Pressupõe que o tal de povo pode, de repente, eleger um maluco para a Presidência (maluco do ponto de vista dos mercados, aos quais o Banco Central presta a maior reverência).

Para contrabalançar esse risco, é preciso ter alguém sensato (sensato do ponto de vista dos mercados) para evitar maluquices.

Levado ao limite, tal raciocínio acabará por dispensar o voto popular, transferindo a escolha de uma boa vez para os sábios do mercado -os mesmos que estão na raiz da brutal crise ainda em curso.

Está tudo ok

"FHC semiocultou do país o estado real da economia quando lutava pela reeleição. E o governo do PT finge que está tudo ok para não atrapalhar a caminhada da ex-ministra Dilma Rousseff."
Blog do Alon

OInaTV(2/6)-2ªGuerra/Brasil e a Tentação Totalitária-03/11/2009

Governo obeso

O candidato Serra não quer governo obeso. O que será que ele quer dizer com isso? Tomará que ele saiba.

COMENTÁRIO DO FÁBIO:
"Fábio disse...
Serra só tem uma chance, desconstruir os candidatos adversários com ajuda da imprensa. Vide a candidatura de Roseana Sarney
."

EVANGELIO PROHIBIDO 1-5 MA MAGDALENA

Jogo do Poder com Pedro Simon (4 de 5)

Jogo do Poder com Pedro Simon (5 de 5)

Jogo do Poder com Aldo Rebelo 3 (2 de 4)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

LULA abre o jogo em entrevista exclusiva para a Record News

Capitalismo e Michael Moore: um caso mal resolvido

"Capitalismo: uma história de amor" é mais um ótimo filme de Michael Moore. Mas, o próprio diretor parece ter dificuldades em romper radicalmente com aquilo que denuncia tão bem.


Lançado cerca de um ano após a crise que derrubou a economia norte-americana, o filme tem como alvo principal a ajuda bilionária dada pelo governo americano a bancos falidos.

A crise de 2008 causou a maior quebra de empresas, perda de empregos e aumento da pobreza nos Estados Unidos desde 1929. Moore retrata o desespero de famílias perdendo suas casas e o desemprego causando tragédias pessoais. Tudo isso naquele que é considerado o país mais rico e poderoso do mundo.

O filme mostra como os causadores de toda essa desgraça ainda saíram com lucro. Os bancos receberam 700 bilhões de dólares do governo, sem precisar prestar contas de seu uso. Resultado: as demissões continuaram, os altos executivos mantiveram seus salários milionários e a roleta do cassino de Wall Street ganhou novo impulso.

Apesar de tudo isso, os Estados Unidos vivem uma antiga "love story" com o capitalismo, diz Moore. E ele quer saber por que. No entanto, a própria visão que o cineasta tem do capitalismo parece ser parte da resposta. Algumas vezes, ele dá a entender que o capitalismo já foi bom. Mais precisamente, quando havia maior concorrência. E valores como liberdade e igualdade eram respeitados.

Moore cita pessoas e valores que respeita. É o caso do presidente Franklin Roosevelt e sua "segunda declaração dos direitos", de 1944. O documento, que reconhecia direitos sociais mínimos para todos os americanos, foi anunciado pouco antes de seu autor morrer. Por isso jamais teria sido colocada em prática.

Outra referência positiva para Moore são os "pais fundadores da nação americana". Homens como George Washington, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin. Autores da famosa e elogiada Declaração de Independência dos Estados Unidos.

Roosevelt pode até parecer alguém "do bem" entre tantos presidentes estadunidenses diabólicos. Seu famoso "New Deal" melhorou a situação de milhões de trabalhadores em meio à depressão econômica dos anos 1930. Trata-se de um pacote de medidas que geraram mais empregos e asseguraram alguma assistência social para os pobres.

No entanto, a recuperação econômica só veio mesmo com os gastos em armamentos. A entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra reaqueceu a indústria americana. Roosevelt sabia disso e não vacilou em mandar muita gente pra morte na Europa para fazer a alegria de seus amigos industriais.

Além disso, de bonzinho, Roosevelt não tinha nada. Foi ele que deu início à fabricação da bomba atômica. Morreu antes que a terrível arma ficasse pronta. Antes disso, autorizou bombardeios aéreos sobre cidades japonesas que mataram mais civis do que as explosões de Hiroshima e Nagasaki.

Roosevelt também foi o responsável pela construção de campos de concentração em terras americanas. Prisões em que foram jogados mais de 100 mil homens, mulheres e crianças cujo maior crime era sua origem japonesa.

Moore diz no filme que as coisas só melhoraram na Europa, depois da guerra, porque a equipe de Roosevelt foi para lá. Eles teriam sido responsáveis pela adoção de bons serviços públicos na Alemanha, por exemplo. Explicação simplista. O chamado "Estado de bem-estar social" é produto muito mais do medo dos governantes e patrões europeus diante da imagem positiva que os comunistas conquistaram com sua resistência heroica ao fascismo.

Quanto aos "pais fundadores", a independência em relação à Inglaterra que promoveram foi muito mais um movimento de elite em que a bucha de canhão foi o povo. Washington e Franklin estavam entre os homens mais ricos da colônia. Jefferson foi um grande proprietário de escravos. Estes, os índios, os brancos pobres e as mulheres jamais foram objeto da preocupação dos criadores da "grande pátria americana".

Em relação à boa e velha concorrência, nos anos posteriores à independência, cerca 2/3 das terras pertenciam a uns 3% da população. Entre estes, estavam, claro, os queridos "papais" da nação ianque. O nome disso era monopólio já naquela época.

No filme, Moore lê alguns trechos da Declaração de Independência. Cita os princípios de justiça e igualdade que encontra escritos ali. Mas, nada diz sobre um trecho que faz referência aos indígenas como seres "selvagens e impiedosos, que adotavam como regra de guerra a destruição sem distinção de idade, sexo e condições".

Com uma certidão de nascimento como essa não é difícil entender como o capitalismo funciona tão bem em terras americanas. Moore chega a dizer que o capitalismo representa o mal. Não tem como ser regulado. Deve ser eliminado e substituído pela democracia. Ele evita citar o socialismo. Refere-se ao conceito como "aquela palavra que também termina em 'ismo'".

Ao que parece, o cineasta é a favor de algo parecido com o que estaria em vigor na Europa e Canadá. Um sistema público decente. Um Estado que cuidasse também das necessidades e interesses dos mais pobres. É compreensível num país em que defender um sistema universal de saúde pública é tratado como proposta de comunistas ou fascistas.

Mas, o espaço para políticas públicas que realmente atendam os mais pobres é cada vez menor nos aparelhos estatais. E jamais foram tão eficientes e amplos em mais do que uma dúzia de países.

Moore cita as experiências cooperativistas como uma possível saída. É preciso democratizar os locais de trabalho. Permitir aos trabalhadores que controlem a produção, diz ele. No entanto, o nome que se costuma dar para isso é exatamente socialismo.

E a pré-condição para o socialismo é o fim da propriedade privada dos meios de produção. Sem isso, experiências solidárias de produção continuarão a ser marginais. Cooperativas são iniciativas que dificilmente sobrevivem à feroz concorrência capitalista. Ou morrem, ou tornam-se empresas que exploram seus trabalhadores como fazem as outras.

Arrancar dos patrões o enorme controle que têm sobre tais meios somente é possível através da tomada do poder pelos pobres e explorados. Não para reformar o Estado atual nem para montar outro que seja autoritário e centralizador. Mas aí já seria pedir demais para o genial documentarista estadunidense.

Moore já colabora bastante ao expor as mazelas do capitalismo em pleno centro do poder mundial. Quem sabe nosso avantajado amigo ainda se convença de que a tal história de amor sempre foi uma longa novela de terror.

Quem quiser conhecer melhor a história do império americano e das lutas de seu povo deve ler: "A história dos Estados Unidos, das origens ao século XXI", de Leandro Karnal, Sean Purdy, Luiz Estevam Fernandes e Marcus Vinícius de Morais e “Uma história do povo dos Estados Unidos", de Howard Zinn.


FONTE: MIDIA VIGIADA
SITE: http://midiavigiada.blogspot.com/

Navegantes: Guerra da Secessão dos EUA

Serra no programa DNA da Band em Minas - Pt. 3

Serra no programa DNA da Band em Minas - Pt. 2

Serra no programa DNA da Band em Minas - Pt. 1

El Colapso Unión Soviética (2/6) Ep (1/2) URSS Golpe de Estado Agosto 1991

Trotsky, el revolucionario 1

Biografía de Mijaíl Gorbachov - Parte 3

Veja as primeiras imagens da Guerra do Golfo (1991)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

No motel

Uma vez imaginei como seria uma quarentena num motel. O motel é fechado por alguma razão. Justamente naquela hora - fim de tarde, numa sexta-feira - em que, em todo o mundo, a freqüência nos motéis é mais alta. Ninguém pode entrar e, pior, ninguém pode sair.

- Como, não posso sair? O que eu vou dizer para a minha mulher?

Quarenta minutos de atraso para chegar em casa a gente explica, quatro horas a gente explica...Mas quarenta dias?!

- E eu que disse pro meu marido que eu só ia fazer os pés?

As cenas de desespero se repetem. Todos recorrem ao celular.

- Alo, meu bem? Olha, estou numa reunião importantíssima. Ninguém sabe quando vai terminar. Faz o seguinte: deixa comida pra mim na geladeira. Bastante comida.

- Alo, querido? Você não sabe o que me aconteceu. A mão da pedicure escapou e ela me cortou um dedo. Não, eu ainda tenho o dedo, mas o corte foi fundo. Tive que vir para o hospital e... Não, não adianta você vir pra cá. Só vou ficar mais um pouquinho porque ainda estou meio fraca.

A recomendação é que todos fiquem em seus quartos. O motel fornecerá refeições, todo o equipamento dos quartos, como a cama giratória, a luz negra e a banheira com centrifuga, continuarão funcionando normalmente e a programação do circuito interno de TV continuará a mesma. Mas aos poucos as pessoas começam a sair dos seus quartos e perambular pelos corredores. Há encontros inesperados.

- Epa, você por aqui?

Todos se visitam e comentam a decoração dos quartos.

- O nosso não tem essa poltrona com vibrador...

E surgem os boatos.

- Sabem quem está na suíte 12?

Com o tempo se estabelece uma rotina. Reúnem-se na Suíte Afrodite, a maior de todas, para bater papo e olhar a televisão. Sentem falta de um baralho, mas quem leva baralho para um motel?

- Meu bem? Olha, o hospital quer que eu fique mais um pouco. Para evitar a gangrena. O que? Você está ouvindo gemidos?

Ela faz um gesto para alguém baixar o volume da televisão.

- Aqui é um hospital, né amor? Só se ouve gemidos.

No vigésimo dia uma comissão procura a gerência do motel para fazer uma reclamação. A TV interna não tem outros filmes, não? Ninguém agüenta mais o filme das lésbicas com o encanador, ou da loira e o garanhão.

- Não tem "A noviça rebelde"?


Luis Fernando Veríssimo

POBRE PERCEBE DATENA ENTREVISTA LULA

Entrevista Lula

Entrevista do presidente Lula 6ª parte

Presidente Lula e a fome no Brasil!

Entrevista É Noticia (RedeTV!) com presidente Lula - Parte 3

Entrevista É Noticia (RedeTV!) com presidente Lula - Parte 2

A candidata Dilma

A candidata Dilma tem apanhado dia e noite de setores da grande imprensa. Este só veem defeitos na candidata, mas a mesma vem crescendo, até quando não sabemos.

Estimule a memória e o cérebro

COMO FALAR EM PÚBLICO COM O PROFESSOR ALEXANDRE

domingo, 9 de maio de 2010

Bela


FRANCE - BRESIL 1/4 FINAL WORLD CUP 1986 (m)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Charge


Diálogo Nacional com Paulo Renato Souza - parte 2

A verdade está aí

TEM COMENTÁRIOS DE PARTIDARIOS DO PT, que realmente nos faz pensar. Vejamos:Desde que o Lula e o PT, comandam o País, não tivemos mais greves. Mais é só buscar informações dos cabeças de greves e daqueles que estão a frente dos sindicatos que faziam greves por qualquer coisa , até por causa do Plutão e veremos que eles estão em cargos do Governo federal, pois não existe mais greve, os servidores federais estão ganhando muito bem. Massa de manobras, os servidores serviram muito bem aos interesses do PT. Se perderem, vai voltar as greves e invasões, só assim eles sobrevivem, veremos o ano aue vem. E tem gente que gosta ou tem interesses....

Jucelio Campos/Florianópolis

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Metallica - Nothing Else Matters [Original Video]

Led Zeppelin-Stairway to Heaven

Os novos comerciais do PT na TV

Os novos comerciais do PT na TV

Obama

Obama vai governando a principal potência do mundo obedecendo aqueles tradicionais compromissos que todos os seus antecessores obedeceram.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quantas vezes

Quantas vezes nos engamos redondamente com uma realidade. Ficamos a pensar como não vimos o óbvio, mas assim é, as vezes não vemos o mais fácil de ser visto.

O rótulo

Certas personalidades ditas de esquerda que desfilam por nosso país, usando o rótulo de esquerda, mas que não correspondem a embalagem que exibem.

Qual será a proposta dos presidenciáveis para essa triste realidade?




RIO DE JANEIRO


"Com que roupa?"

A música de Noel Rosa se encaixa quase como uma luva no atual momento da pré-candidata petista, Dilma Rousseff. A canção do nosso célebre sambista decretava algo que os aliados e assessores da ex-ministra têm buscado fazer com a hoje candidata: "Agora vou mudar minha conduta, eu vou pra luta, pois eu quero me arrumar". Algo que eles querem que Dilma faça em todos os sentidos, do discurso até seu figurino. Isso mesmo, a equipe da ex-ministra anda implicando até com a roupa que Dilma usa nas suas peregrinações pelo país. Incluindo aí o presidente Lula, que já aconselhou sua preferida a mudar o guarda-roupa.

A frase seguinte da canção de Noel Rosa, porém, é um dilema para alguns dilmistas. Tem gente com saudades da velha Dilma e defendendo que ela siga o que diz a letra do sambista: "Vou tratar você com força bruta, pra poder me reabilitar", na busca de voltar a crescer nas pesquisas de intenção de voto. Claro que não se trata de seguir literalmente a recomendação de Noel, de que Dilma deve partir para a força bruta, mas que volte a ser aquela ministra sempre aguerrida, pronta para qualquer debate.

Lembro de uma conversa com uma amiga da então ministra, logo depois do apagão ocorrido no ano passado. Na ocasião, a primeira recomendação da equipe presidencial foi de que Dilma Rousseff fosse poupada do debate, não ocupasse o papel que ela sempre desempenhou no governo Lula. De sair em defesa do presidente Lula, de rebater as críticas de forma dura, de atacar a oposição que buscava tirar proveito do apagão.

Deu errado. A oposição acusou o governo de tentar esconder a ministra-candidata. Em seguida, ela apareceu defendendo a administração de seu presidente, no tom usual. A amiga, naquela conversa, lembrou que aquela era a Dilma verdadeira, que não adiantava tentar inventar uma nova. Não iria funcionar, disse a confidente da ex-ministra.

Hoje, a missão dos estrategistas da pré-candidata petista é fazer um equilíbrio entre esses dois polos. Suavizar um pouco a imagem de Dilma, sem no entanto tirar a sua essência, de mulher forte, que comanda com mão de ferro. O problema é que, na visão da equipe da petista, ela não tem conseguido, por enquanto, conquistar o voto das mulheres exatamente por conta daquele velho estilo. No entanto, se dele se distancia, perde a originalidade e passa a imagem de algo superficial.

Em outras palavras, Dilma e sua equipe deveriam, diríamos assim, repassar a Lula a pergunta lançada por Noel Rosa na sua canção: "Com que roupa/que eu vou/pro samba que você me convidou?"

Criador e mentor da candidata, o presidente Lula, pelo visto, tem respondido que tudo isso deve ser analisado, que ela deve realmente mudar o figurino, ajustar seu discurso, falar mais diretamente, mas não há com o que se preocupar. Quando ele entrar de fato na campanha, depois da Copa do Mundo, e aparecer nos programas de TV de Dilma, tudo vai mudar. Lula fala com uma convicção de quem acredita na vitória. De quem terá o poder, com sua elevada popularidade, de virar o jogo e fazer sua sucessora.

O fato é que, pelo que tem falado nos bastidores, o presidente se envolverá de uma forma nunca antes vista na história desse país na campanha eleitoral, para usar uma expressão lulista. Se Dilma perder, não terá sido somente ela a derrotada. O presidente perderá junto. Aí, se por um lado os números da economia e das políticas sociais lhe darão o que comemorar, por outro Lula terá de terminar seu mandato com um gosto amargo de derrota na boca. A conferir.


Valdo Cruz, 48 anos, é repórter especial da Folha. Foi diretor-executivo da Sucursal de Brasília durante os dois mandatos de FHC e no primeiro de Lula. Ocupou a secretaria de redação da sucursal. Escreve às terças.

Roda Viva - Franklin Martins (6/7)

Presidente Chávez responde

Roda Viva com FHC

Programa do Jô com Fernando Henrique Cardoso (FHC) · Parte 1 (sobre: gov...

Dilma Rousseff no programa do Jô Soares, a "guerrilheira"

"Brasileiros no Mundo"

Exclusivamente ao presidente Lula

Leio petistas dizerem com absoluta convicção que o destaque do Brasil no mundo, recentemente, se deve exclusivamente ao presidente Lula. Então tá, argumento para fechar debate e jamais para abrir.

terça-feira, 4 de maio de 2010

PP não sabe com quem vai

O Partido Progressista não sabe com quem vai. Se com José Serra ou Dilma Roussef? Quem dá mais?

Na 2ª parte do Globo News Painel, a política externa de Obama

Bela

Charge


Charge


Charge


Charge


A revolta dos de bombacha


domingo, 2 de maio de 2010

Abortando o problema

Como vários leitores pediram, arrisco hoje um comentário sobre o aborto, assunto em que resvalei na coluna da semana passada.

Comecemos com um pequeno experimento mental. Suponhamos por um breve instante que as leis e instituições funcionassem direitinho no Brasil e que todas as mulheres que induzem ou tentam induzir em si mesmas um aborto fora das hipóteses previstas em lei (risco de vida para a mãe ou gravidez resultante de estupro) fossem identificadas, processadas e presas. Neste caso, precisaríamos construir 5,5 novos presídios femininos (unidades de 500 vagas) por dia apenas para abrigar as cerca de 1 milhão de ex-futuras mamães que interrompem ilegalmente suas gravidezes a cada ano. (Utilizo aqui o número estimado por Mario Francisco Giani Monteiro e Leila Adesse para 2005).

Recursos igualmente vultosos teriam de ser destinados à edificação de orfanatos, para abrigar as milhares de crianças que ficariam desassistidas enquanto suas mães cumprissem pena.

Vale observar ainda que essa minha conta despreza um número significativo de médicos, parteiras ou simplesmente comadres e amigas que de algum modo auxiliaram as nossas reeducandas a livrar-se dos fetos indesejáveis e, pela lei, também deveriam ir a cadeia.

Minha pergunta é muito simples: Você acha que a aplicação universal do que preconiza a lei do aborto tornaria o Brasil um país melhor ou pior do que é hoje?

Se você não respondeu "melhor", há de concordar comigo que o problema do aborto não é uma questão que se resolva na Justiça. Aliás, normas que a maioria de nós não quer ver integralmente cumpridas são sérias candidatas a leis que não "pegam".

E isso deveria pôr quase todo mundo do mesmo lado. O importante, em termos práticos, é criar as condições para que as mulheres não precisem abortar, o que se consegue basicamente com a oferta de métodos contraceptivos gratuitos ou pelo menos muito baratos à população (com o que a Igreja Católica não concorda) e com educação. Os estudos demográficos são unânimes em apontar uma fortíssima correlação entre o nível de instrução da mulher e a diminuição da fecundidade e, por conseguinte, dos abortos clandestinos. Tal fenômeno, vale reforçar, já está em curso no Brasil. Trabalhos da década de 90 estimavam em até 1,4 milhão o número anual de interrupções forçadas da gravidez.

O problema é que, mesmo que avancemos a passos largos nessas políticas, ainda assim sobraria um contingente de mulheres que, pelas mais diversas razões, não conseguiu prevenir a gravidez e deseja abortar. Em minha opinião, trata-se de uma decisão que cabe exclusivamente a elas, mas já estou me antecipando.

Esse é um debate no qual as pessoas parecem menos interessadas nos aspectos práticos (embora eles sejam os que de fato importam) do que nas discussões de princípio. Assim, antes de prosseguir, precisamos resolver algumas questiúnculas prévias como "quando começa a vida?", "a alma existe?", "qual o alcance do Direito?".

O argumento central dos antiabortistas é o de que a vida tem início na concepção e deve desde então ser protegida. Por essa visão, o embrião teria os mesmos direitos de qualquer ser humano.

É no mínimo complicado afirmar que a vida começa com a concepção. Tanto o óvulo como o espermatozoide já eram vivos antes de se unirem. O que daria para dizer é que a fusão dos gametas marca a criação da identidade genética do que poderá tornar-se um ser humano, se as condições ambientais ajudarem. Uma semente não é uma árvore e não recebe do Ibama o mesmo nível de proteção que uma respeitável tora de mogno. O que a concepção produz é um ser humano em potência, para utilizar a distinção aristotélica, autor tão caro à igreja. E não faz muito sentido embaralhar potencialidades com atualidades; afinal, no longo prazo somos todos cadáveres.

Só o que torna coerente a posição do Vaticano, é um dogma de fé: o homem é composto de corpo e alma. E a igreja inclina-se a afirmar que esta é instilada no novo ser no momento da concepção. Só que ninguém jamais demonstrou que existe alma e muito menos que ela se instala no embrião quando o espermatozoide fertiliza o óvulo. O dissenso não opõe apenas religiosos a desalmados ateus. Uma das mais importantes autoridades da igreja, santo Tomás de Aquino, afirmou, acompanhando Aristóteles, que a alma de garotos só chegava ao embrião no 40º dia. Já a de garotas (vocês sabem como são as meninas!) só no 48º dia.

Mas será que a noção de alma para em pé? Podemos dizer que ela não casa muito bem com o que sabemos de biologia. Estima-se que 2/3 a 3/4 dos óvulos fecundados jamais se fixem no útero, resultando em abortos espontâneos. A "vida em potência", no mais das vezes, torna-se, não "vida em ato", mas "aborto em ato". Se a alma é soprada por Deus no momento da concepção, qual é o sentido desse verdadeiro holocausto anímico? Para cada alma humana que vinga duas ou três são sacrificadas antes mesmo de vir à luz. Tamanho desperdício seria menos insensato se a Igreja Católica abraçasse, como as religiões mais antigas, a doutrina da metempsicose (transmigração das almas). A alma não teve sucesso nesta tentativa, paciência, poderá conseguir mais tarde. Mas, como o catolicismo rejeita a tal da reencarnação, cada aborto resulta numa alma irremediavelmente perdida. É bem verdade que essa aparente incongruência não é um problema para o verdadeiro fiel, que jamais questiona os atos de Deus. Se Ele comanda uma Auschwitz espiritual, deve ter motivos para isso, mesmo que desafiem a nossa compreensão.

Só que o desperdício não é a única dificuldade que a introdução da alma gera. Para começar, a própria concepção não é exatamente um instante, mas um intervalo que varia de 24 a 48 horas. Esse é o tempo que transcorre entre a penetração do espermatozóide no óvulo e a fusão genética dos gametas. Será que a alma leva todo esse tempo para ser soprada no novo ser? Pior, se assumimos todas as conseqüências dessa noção, mulheres que usam DIU ou tomam a pílula do dia seguinte deveriam ser processadas como assassinas em série, pois esses métodos contraceptivos impedem que o concepto --já com alma-- se implante no útero. (A Igreja Católica de fato condena toda forma "não natural" de prevenção da gravidez, mas a maioria dos protestantes não vai tão longe).

É, entretanto, o fenômeno da gemelaridade que revela todos os limites e contradições da idéia de alma. Como já expliquei em outras colunas, gêmeos monozigóticos (idênticos) se formam entre um e 14 dias depois da fertilização, quando o embrião sofre um desenvolvimento anormal dando lugar a dois ou mais indivíduos com o mesmo material genético. A alma, é claro, já estava lá. Cabem, assim, algumas perguntas. Ela também se divide, ou outras almas surgem para animar os demais irmãos? De onde elas vêm? Quem fica com a "original"? E, se gêmeos partilham a mesma alma, como fica o livre-arbítrio? Se um irmão peca, leva o outro ao inferno? Ou a alma boa prevalece sobre a má, carregando para o paraíso uma ovelha negra? "In dubio pro bono".

A situação fica ainda mais divertida se pensarmos nas quimeras, isto é aqueles indivíduos compostos por materias genéticos provenientes de diferentes zigotos. O quimerismo é relativamente raro entre humanos, mas ocorre quando dois ou mais embriões se fundem antes do quarto dia de gestação. Se os óvulos são do mesmo sexo, o mais provável é que surja um indivíduo perfeito, embora às vezes com um olho de cada cor ou mesmo com diferentes tonalidades de pele e cabelo. Na hipótese de serem um de cada sexo, o resultado será o hermafroditismo.

Teríamos aqui pessoas com duas ou mais almas dentro de si mesmas. Qual prevalece? Se uma for boa e outra má a pessoa se divide para ir ao paraíso e ao inferno? Como? Por turnos ou pela repartição física? Ou tira-se a média e a ela vai para o purgatório?

O que procurei mostrar com essas considerações é que não é tão certo que a vida comece com a concepção. Essa é uma ideia que depende muito mais de dogmas de fé não provados do que de boa informação colhida em campo.

O meu palpite (e é só um palpite, porque eu, ao contrário de alguns religiosos, tenho muito poucas certezas) é que não dá para estabelecer um instante mágico a partir do qual o embrião se torna um ser humano. Ou melhor, até podemos eleger esse momento, mas ele será tão arbitrário quanto qualquer outro.

E, já que a definição é necessariamente arbitrária, não vejo motivos para não a ajustarmos às nossas necessidades.

Vale reparar que é esse o tratamento que a lei brasileira já dispensa hoje ao assunto, como se pode constatar a partir da pena que ela reserva para o aborto (1 a 4 anos) e para o homicídio simples (6 a 20). A própria Bíblia faz a mesma distinção em Êxodo 21:22.

Minha sugestão é que deixemos a hipocrisia de lado. Se acreditamos na versão católica da vida, deveríamos banir o aborto em todas as ocasiões (inclusive quando há perigo de vida para a mãe) e equiparar sua pena à do homicídio qualificado (sem possibilidade de defesa para a vítima), que é de até 30 anos. O otimista sempre poderá afirmar que a construção de tantos presídios vai estimular a economia.

Alternativamente, podemos avançar mais um pouco na necessária arbitrariedade das definições e permitir que, no início da gestação, a mulher possa decidir livremente se quer ou não abortar e, à medida que a gravidez avança, as proteções dadas ao feto vão sendo ampliadas. É a definição mesma de processo. Eliminar um feto em estágios mais avançados da gravidez significa tirar uma vida? É claro que sim, mas nosso sistema jurídico admite várias situações, até mesmo de homicídio, que são escusadas. É o caso da legítima defesa, do estrito cumprimento do dever, entre outros.

O mundo não é exatamente um lugar bonito. Mas não precisamos piorá-lo ainda mais transformando-o numa imensa penitenciária.


Hélio Schwartsman, 44 anos, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.

sábado, 1 de maio de 2010