Nããão. Não quero ser antipática. Vou ignorar o ritmo de desmatamento da Amazônia que, segundo o Inpe, subiu 133% em agosto. Prefíro o Plano Nacional de Mudanças do Clima, na internet desde a semana passada. E entender seus objetivos; entre os quais, o de eliminar até 2015 a "perda líquida da área de cobertura florestal" no Brasil.
Calma. As plantas não estão perdendo seiva. Não, não. "Perda líquida" é uma expressão emprestada do economês para resolver um problema ecológico a partir do cálculo da diferença entre a área devastada e a área replantada em todo o país. Na verdade, a solução para a "redução sustentada das taxas de desmatamento" é a meta a ser alcançada nos próximos sete anos. Qual? Dobrar a área (de 5,5 milhões para 11 milhões de hectares) de florestas plantadas.
Sim, sim. Vivo junto à maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca. A primeira no Brasil totalmente plantada com espécies nativas. Como isso aconteceu? Com D.Pedro II preocupado, no século XIX, com as secas e a falta d'água na cidade. Os cafezais haviam devastado a Mata Atlântica nas encostas das montanhas, deixando desprotegidas as nascentes dos rios. Então, terrenos, sítios e propriedades próximos às nascentes foram desapropriados para o replantio. Uma história orgânica de anos de persistência e cultivo de milhares de mudas que resultou numa mata tropical exuberante dentro da cidade do Rio de Janeiro.
Porém, as pragas sociais, econômicas e políticas voltaram a danificar o meio ambiente carioca. De cara, a favelização desfloresta as encostas. Menos visível, a descarga direta do esgoto de hotéis e condomínios da Barra (um bairro rico) deteriora a Lagoa de Marapendi. Apenas dois exemplos. E olha que o Rio é pródigo em cidadãos ambientalistas. Há vinte anos, semearam em áreas degradadas por incêndios propagados pelo capim-colonião. Hoje, para espanto de muita gente, essas áreas se recobriram de vegetação natural de orla atlântica nos morros do Leme, do Urubu, da Babilônia, do Pão de Açúcar, da Urca e do Costão.
Ah, aqui tem também a turma dos vegetarianos radicais que quer acabar com o consumo de proteína animal na Terra. Em contrapartida, existe um grupinho que aprecia carne silvestre e incentiva a caça. Por aí vai... E a Amazônia com seus ecossistemas, geografia e história diferentes? Perdoem-me, mas apesar da diversidade, a natureza humana ainda é uma só. Daí, para se estancar a "perda líquida" tem que se estar atento às pragas.
Quer dizer, não adianta intento sem investir em educação, sem estimular uma consciência ambiental equilibrada. Ahah. Aprenda-se a reciclar o tempo... Porque a dimensão do espaço físico é sempre a mesma. As mudanças? São, planetariamente, climáticas.
Ateneia Feijó é jornalista
Calma. As plantas não estão perdendo seiva. Não, não. "Perda líquida" é uma expressão emprestada do economês para resolver um problema ecológico a partir do cálculo da diferença entre a área devastada e a área replantada em todo o país. Na verdade, a solução para a "redução sustentada das taxas de desmatamento" é a meta a ser alcançada nos próximos sete anos. Qual? Dobrar a área (de 5,5 milhões para 11 milhões de hectares) de florestas plantadas.
Sim, sim. Vivo junto à maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca. A primeira no Brasil totalmente plantada com espécies nativas. Como isso aconteceu? Com D.Pedro II preocupado, no século XIX, com as secas e a falta d'água na cidade. Os cafezais haviam devastado a Mata Atlântica nas encostas das montanhas, deixando desprotegidas as nascentes dos rios. Então, terrenos, sítios e propriedades próximos às nascentes foram desapropriados para o replantio. Uma história orgânica de anos de persistência e cultivo de milhares de mudas que resultou numa mata tropical exuberante dentro da cidade do Rio de Janeiro.
Porém, as pragas sociais, econômicas e políticas voltaram a danificar o meio ambiente carioca. De cara, a favelização desfloresta as encostas. Menos visível, a descarga direta do esgoto de hotéis e condomínios da Barra (um bairro rico) deteriora a Lagoa de Marapendi. Apenas dois exemplos. E olha que o Rio é pródigo em cidadãos ambientalistas. Há vinte anos, semearam em áreas degradadas por incêndios propagados pelo capim-colonião. Hoje, para espanto de muita gente, essas áreas se recobriram de vegetação natural de orla atlântica nos morros do Leme, do Urubu, da Babilônia, do Pão de Açúcar, da Urca e do Costão.
Ah, aqui tem também a turma dos vegetarianos radicais que quer acabar com o consumo de proteína animal na Terra. Em contrapartida, existe um grupinho que aprecia carne silvestre e incentiva a caça. Por aí vai... E a Amazônia com seus ecossistemas, geografia e história diferentes? Perdoem-me, mas apesar da diversidade, a natureza humana ainda é uma só. Daí, para se estancar a "perda líquida" tem que se estar atento às pragas.
Quer dizer, não adianta intento sem investir em educação, sem estimular uma consciência ambiental equilibrada. Ahah. Aprenda-se a reciclar o tempo... Porque a dimensão do espaço físico é sempre a mesma. As mudanças? São, planetariamente, climáticas.
Ateneia Feijó é jornalista
Um comentário:
Olá gostei do video do pedro haidar onde consigo mais , existem bastante
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