sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Lula, o presidente empresário

Do Blog do Alê:

"Lula, o presidente empresário


À vontade no comando da economia, ele interfere na Petrobras, na Vale e na criação da supertele. Eis seu novo modelo de desenvolvimento.
Isto é Dinheiro - Com a economia vivendo um de seus melhores momentos, o presidente Lula já se sente o "grande timoneiro" do crescimento e exibe, sem pudores, sua interferência direta nos grandes negócios empresariais. Prova disso aconteceu na quinta-feira 28, quando Lula falou no Palácio do Planalto para mais de 500 convidados - a maioria empresários. "O crescimento que está acontecendo no Brasil não é um vôo de galinha. É, na verdade, o de uma águia que descobriu que pode voar mais alto do que estava acostumada a voar." O presidente atribui essa maior autonomia de vôo ao ativismo de um governo federal que hoje se apresenta como indutor do desenvolvimento, escolhe setores estratégicos para aplicar os recursos, apóia negócios entre empresas, dá ordens na Petrobras e até consegue direcionar investimentos de uma empresa totalmente privada, como a Vale. É um novo estilo, que marca a fase atual de Lula. Se antes o espetáculo do crescimento viria apenas com a seriedade da política econômica, agora são as decisões palacianas, focadas no que Lula entende como o "interesse nacional", que podem acelerar o desenvolvimento.

O caso mais evidente foi a ordem para que a Petrobras desfizesse, mesmo pagando multa, a venda de uma mina de silvinita, que é a matéria-prima para a produção de potássio, para fertilizantes. O presidente decidiu que o Brasil deve ampliar sua produção de fertilizantes. Ponto final. E por isso vetou um negócio que já havia sido fechado. Na avaliação de um ministro, a venda "passou despercebida" no governo, que buscou reparar o erro. O governo acusa as grandes multinacionais de fertilizantes de não explorar as minas das quais já têm concessões para forçar a escassez e o aumento do preço do produto, e quer a presença da Petrobras no mercado para aumentar a produção nacional. Há duas semanas, o presidente Lula se deslocou a Barcarena, no Pará, para a inauguração de uma nova unidade da Alunorte, onde a Vale produz alumina, e anunciou uma usina siderúrgica em Marabá, para transformar em aço o minério que extrai na região. [...]

[...] O ponto alto desta política que já vem sendo chamada no Planalto de "neodesenvolvimentista" foi o encontro com os empresários na quinta-feira, em que a estrela foi o economista Luciano Coutinho, presidente do BNDES. Coutinho apresentou um mapa de investimentos de R$ 1,5 trilhão, entre 2008 e 2011, podendo chegar a R$ 2,4 trilhões. São projetos privados, em sua maioria, mas aumentou também de forma significativa o volume de recursos para as empresas. Nos últimos 12 meses completados em junho, o BNDES liberou R$ 79 bilhões, um volume recorde que deve crescer para R$ 85 bilhões a R$ 90 bilhões no ano de 2008."

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