segunda-feira, 28 de novembro de 2005

VALENTIM MORONA: DE AGRICULTOR A EXPEDICIONÁRIO

Nosso personagem de hoje tem história. Exatamente 85 anos de uma história que iniciou em Erechim (RS), onde Valentim Morona nasceu e morou até os 15 anos passa pela Itália como expedicionário da II Guerra Mundial e continua hoje, na localidade do Cará, onde Morona cultiva um pequeno pedaço de terra.
Em Caçador a história de Morona começa aos 15 anos, quando ele vem morar com a familia que já estava aqui desde 1934. "Em 1935 Caçador era uma pequena vila rodeada pela mata cheia de pinheiros", lembrou Morona que trabalhou algum tempo com a familia na Agricultura e depois foi trabalhar nas muitas madeireiras que existiam na época.
Em 1944, quando Morona foi convocado para se integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar na Segunda Guerra Mundial na Itália, trabalhava na serraria do Hilário Baú. "Eu tinha me alistado normalmente e fui chamado para servir em Joinvile. De Joinvile fui para Blumenau, depois para São Paulo e para o Rio de Janeiro onde embarcamos para a Itália", observou.
Durante os oito meses que permaneceu na guerra, de 1944 até o fim da Guerra em 1945, Morona não participou de nenhuma batalha. Era cozinheiro dos oficiais em Nápoles, local de desembargue dos brasileiros, acompanhou a evolução dos combates pela cidade de Torino, Milão e Gênova. "Cheguei a ir ao front para ver mas não estive no combate. Acompanhava a Guerra de longe, pelo barulho dos tiros de fuzil e canhão, e só pensava em voltar para minha terra", revelou.
O ex-expedicionário disse que a Guerra também lhe ensinou muitas coisas que utilizou ao longo da vida. A principal delas a ajudar as pessoas como os brasileiros ajudaram os italianos, um povo bom, que estava sofrendo com a guerra.
Quando voltou para Caçador Morona foi trabalhar novamente na serraria cortando pinheiros, na época abundantes, nas matas da região. Trabalhou com extração de madeira até 1950 ano em que adquiriu um sitio no Cará e voltou para a agricultura. "Depois que voltei da guerra eu trabalhei uns três anos, me casei, volteir a trabalhar na serraria e um ano depois fui morar no Cará, onde estou até hoje", lembrou.
Morona disse que sempre preferiu trabalhar na roça. "Você vai a hora que quer e volta a hora que o sol fica forte. Na serraria tinha que cumprir horário", explicou Morona, afirmando que na agricultura tem que ser persistente pois sempre tem o contratempo. Hoje Morona trabalha pouco na agricultura e quem cuida do sítio e seu filho de criação Alvino. "Eu passo às horas jogando canastra e quatrilho com os amigos na Sociedade Caçadorense de Bochas. Antes eu até jogava bocha mas, depois que fizeram a quadra nova não me adaptei", contou.
Morona se casou duas vezes. Do primeiro casamento, com Irene Cachoeira Morona que faleceu aos 42 anos teve dois filhos: Odilon e Raquel Morona. Do segundo casamento, em 1975 com Ana Baseggio, teve mais dois filhos: Ana Bárbara e João Ricardo Morona.
FONTE: FOLHA DA CIDADE

3 comentários:

Anônimo disse...

Exemplos de vida assim é que devemos seguir.

Anônimo disse...

Bom artigo!

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny