Neonazismo no Rio Grande do Sul

Polícia gaúcha apreende farto material de divulgação da ideologia, entre ele videos de negros e homossexuais agredidos

Porto Alegre - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul apreendeu ontem, no Centro de Porto Alegre, farto material de propaganda com apologia ao neonazismo. Segundo agentes do Grupo de Combate ao Neonazismo do Rio Grande do Sul, entre os videos encontrados, estavam filmagens de negros sendo agredidos e cometendo crimes, além de gravações sobre leis de cotas para afrodescendentes nas universidades brasileiras.

Também foram apreendidos camisetas, punhais, estiletes e símbolos com referências ao nazismo e a Adolf Hitler. Foram encontrados ainda cerca de 100 CDs e ameaças ao senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto original do Estatuto da Igualdade Racial, que teve sua foto colocada ao lado de uma suástica. Além das cenas de violência contra negros, os videos também mostravam flagrantes de intolerância contra homossexuais e judeus. Ao longo deste período, mais de 40 pessoas foram indiciadas.

Entretanto, ninguém foi preso na ‘célula’ — como os neonazistas chamam seus locais de reunião. Segundo o delegado Paulo Cesar Jardim, titular da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Porto Alegre, porém, vários dos suspeitos estão identificados. A quadrilha é conhecida como White Power Sul Skins.

Segundo ele, os grupos de neonazistas na capital gaúcha são compostos por jovens de 15 a 30 anos, de diversas classes sociais, incluindo universitários. Algumas das quadrilhas locais tem ramificações em estados vizinhos, como o Paraná. A polícia local trabalha há pelo menos oito anos monitorando suas atividades. Desde então, 40 pessoas foram indiciadas. Apenas em 2009, cinco células neonazistas foram desmontadas no Rio Grande do Sul.