sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Banda podre

Banda podre
quer derrubar
Beltrame no Rio
Informe secreto da inteligência militar no Rio de Janeiro, enviado ao Palácio do Planalto ontem, ao qual a coluna teve acesso, relata que a “banda podre” da Polícia Militar age para derrubar do cargo o secretário de Segurança do estado, José Mariano Beltrame. Eles estão insatisfeitos com a atuação do Exército na repressão ao tráfico de drogas nas comunidades pacificadas, onde há suposto acordo do governo com os traficantes: venda liberada, mas sem armas.
Cláudio Humberto

Aumento do nivel do mar ameaça arquipélago

Islândia - Terceira Parte

Islândia - Segunda Parte

Islândia - Primeira Parte

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

As flores do Desterro

Ostracismo era o “desterro político”, aplicado aos atenienses considerados “perigosos” para a vida da polis. Desterrado era o condenado pela Justiça por malfeitos capitulados num código penal.

O degredo era mais penoso do que o ostracismo — um desterro light, mais para os colarinhos brancos

Pelo nome dado à vila, supõe-se que Desterro fosse o destino de todo o criminoso deportado pelas cortes. Na verdade, os criminosos mais perigosos, assassinos e rebeldes sediciosos, eram desterrados para Angola. O que não quer dizer que nossa nascente vila não recebesse a sua quota de gente ruim. Ou que, como já era praxe naqueles tempos, o “desterrado” conseguisse privilégios no local do cumprimento da pena. Podia até mesmo se tornar um… político.

Num lugar chamado Desterro, claro está que a lei e a ordem eram bens “escassos”. Em Santo Antônio de Lisboa, o chefe político Manoel Manso de Avelar — “que tinha muito de Avelar e pouco de Manso”, segundo a verve de Oswaldo Cabral — tolerava a liberdade para homicidas. Como a de um certo padre-assassino — Estevão Simões Manço (este, um Manço com cê-cedilha). Dizem que o crime foi passional, pelo amor de uma mulher. A vítima teria sido um jovem concorrente e o assassinato foi denunciado ao “governador-geral do Brasil”, em pura perda. O coronel Manso de Avelar “acoitou” o padre e lhe garantiu a vida mansa…, no que há de ter sido, em 1733, a versão avant-la-lettre do Crime do Padre Amaro, muito antes de Eça de Queirós ter escrito o romance, somente em 1875.

Da Corte, desterravam-se para a Ilha de Santa Catarina malfeitores “veniais”, autores de crimes mais brandos do que assassinatos. Em 1782, os “livros de tombo” registraram o desterro para a Ilha do Sul do Brasil de uma certa Maria Benvarda — “porque, não obstante casada, não fazia vida honesta com o seu marido legal”. Quer dizer: acabou denunciada pelo “corno”…

Um certo Paulo da Silva Porto foi banido de Lisboa e desterrado para servir na Fortaleza de Anhatomirim, “pelo dano que puder causar se por aqui aparecer” — dando a sentença por entender que o homem era “chegado” às anáguas mais comprometidas.

Também com fama de homme à femme chegou o desterrado Vicente Joaquim Soares de Viegas. Deu com os costados na Ilha “por ser casado e andar desinquietando outra mulher, igualmente casada”.

A partir da independência, em 1822, Desterro passou a experimentar certa “distensão em benefício do direito individual e humano”, como registraria alguma ONG da época. O resultado prático dessa brandura foi a retirada do pelourinho do Largo da Matriz — “menos para significar uma melhoria no regime penal do que para expressar cristalina melhoria dos costumes e sentimentos”.

Com sua história quase três vezes centenária (a da vila) e “quatrocentona”, considerada a sua fundação, por Francisco Dias Velho, nos idos de 1675, soa bizantina essa recorrente discussão sobre a mudança do nome Florianópolis.

Desterro ou Exiliópolis eram nomes degradantes. Açorianópolis é uma simplificação: nem tudo é açoriano na Ilha da Magia.

Nem por ser amarga a história da “República de Floriano”, a história deixa de ser história. Florianópolis, com o nome amenizado pelo acrônimo “Floripa”, segue sua vida navegando no Atlântico Sul, tão bela quanto nos tempos da Criação.


Sergio da Costa Ramos

Pedido precoce a Noel

Quando chega o mês de outubro - que já está aí – é chegado o momento daquela incrível sensação. A de que a areia da ampulheta já se esvaiu para a âmbula inferior do cilindro e que, sim, o ano já está terminando!

Vem tudo outra vez por aí, leitor: Natal, Réveillon, Carnaval… Parece que os minutos e as horas deste terceiro milênio fluem com rapidez meteórica, muito além da velocidade do som e da luz. Assim, a curtíssimo prazo, estaremos todos tão velhos quanto Papai Noel e sua proverbial barba branca.

A esta altura do ano, antevéspera de mais um Natal, repousam sobre a escrivaninha do morador da Lapônia todos os pedidos do Mundo, especialmente o das crianças, que ainda acreditam na lenda do Bom Velhinho¿ crença que me esforço por manter no meu viveiro de sonhos.

O planeta já anda infestado de tantos bandidos e terroristas, tanta gente de ¿ficha suja¿, que não custa nada acreditarmos um pouco na existência do Bem.

Admito que tem sido difícil acreditar naquela antiga efígie do Noel, com a rotunda pança e o imenso cinto afivelado no umbigo de notável circunferência. Os Noéis de hoje já se rendem à ditadura do Mercado: panças são antiestéticas e os ¿velhinhos¿ que aparecem na mídia tanto podem vestir a ¿personna¿ do ator Rodrigo Santoro, com sua cintura de toureiro andaluz, quanto o tórax sarado de um lutador de MMA, a Mixed Martial Arts.

Sou conservador, meu bom velhinho. Não aceito Papai Noel magro, embora não reclame se ele aparecer vestido de azul ¿ e por um motivo muito simples: a permanência do Avaí na Série A do Brasileirão.

O que é que custaria ao bom pançudo, rotundo e corado, tomar esta prosaica providência futebolística, que em nada afetará a ordem natural das coisas? O azurra do sul da Ilha não está usurpando o lugar de ninguém. A ¿A¿ é o seu lugar por direito e por conquista. Cair é contingência de um mau ¿ para falar a verdade, um péssimo momento em sua vida de glórias. Um momento efêmero, Papai Noel. O que é que custa dar uma forcinha para que o Leão continue onde sempre mereceu estar?

Noelzinho: molho o grafite nos lábios, como se fazia antigamente com os lápis da ¿Joahann Faber¿, e capricho na letra, desenhando-a em bom tamanho, para prevenir o caso de estares com a ¿vista fraca¿, embora acredite que essa tua formidável pança reflita um estado de saúde próximo da perfeição.

Muito me apaziguaria o espírito, meu bom Noel, se os Governos do Estado e do Município dedicassem um mínimo de carinho à Santa Catarina e à sua capital, providenciando-lhes alguns presentes pra lá de ¿necessários¿: o novo aeroporto internacional, a quarta ponte Ilha-Continente e…, sim, não é engano ou papel carbono, a conclusão da duplicação da BR-101!

Sei que é pedir demais, mas não daria para patrocinares uma boa [vassourada] nas duas casas do Congresso e ali na Esplanada dos Ministérios?

Talvez sejam pedidos de delirante pretensão – e de improvável viabilidade. Mas não conheço outro sujeito, meu caro Papai Noel, que tenha por missão nesta vida circular por aí com o próprio saco cheio – distribuindo regalos e esperanças.

Passo uma cola labial no envelope e subscrevo o endereço da Lapônia, onde mora esse tão requisitado companheirão da Barba Branca:

- Não dá pra atender este rapaz pequeno que humildemente vos escreve?


Sérgio da Costa Ramos

VENTANA INDISCRETA PINOCHET 2

Madlein Anuarat - Dança do Ventre

Viagem pela Ilha Terceira

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Intervenção inoportuna

Intervenção inoportuna

Lula está longe de desencarnar da Presidência. Que o digam alguns ministros. Há um mês, perto de anunciar medidas de aperto fiscal, aquele em que aumentou a meta de superávit primário para 10 bilhões de reais em 2011, Guido Mantega recebeu um telefonema de Lula. O ex reclamou do aperto e tratou de, veja só, dar lições de economia a Mantega.

Disse, tentando aplicar a mesma receita em situações diferentes, que não era hora de frear, e sim de pisar no acelerador, como ele próprio fez em 2008. Não foi a primeira vez que Lula telefonou para um ministro de Dilma para falar o que não lhe cabe. Em maio, ligara para Izabella Teixeira, do Meio Ambiente.

Por Lauro Jardim

2a. Parte - Batalha do Seival & República

1a. Parte - Batalha do Seival & República

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

sábado, 24 de setembro de 2011

CAMILA VALLEJO e a retomada do movimento estudantil chileno.

TANGO FIRE - Verano Portenas

Ilha Terceira - Azores

Zé Dirceu com Marta Suplicy

Em SP Zé Dirceu vai com Marta Suplicy, e o apoio dele é fundamental, pois muitos petistas de SP ainda o consideram um Deus.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Plano Nacional de Educação (PNE)

No dia 10 de agosto, durante um encontro promovido pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e pela União Nacional dos Estudantes (UNE), o Presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Antonio Carlos Caruso Ronca defendeu, ao lado de vários parlamentares, que o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita na Câmara dos Deputados, deve destinar 10% do PIB para a educação.

O governo federal, assim como os governos estaduais e municipais, fazem ouvido de mercador, e mesmo que a proposta seja aprovada, não vão efetivamemte mover uma palha para cumprir o que a lei estabelece. Farão o que vem fazendo com o piso nacional do magistério, simplesmente não cumprem ou fingem que cumprem o que determina a lei.

Obama perdeu uma oportunidade de entrar para a História

O presidente Obama ao anunciar o veto ao reconhecimento do Estado Palestino, no conselho de segurança da ONU, perdeu uma oportunidade de entrar para a História como um grande estadista. Se acovardou e sucumbiu ao lobby dos Judeus americanos, que podem financiar a sua campanha a reeleição.

Dias letivos

O ministro da educação quer aumentar o númerdo de dias letivos de 200 para 220. Quem tem pesquisado os problemas da educação, sabe o que o ministro deve saber também, que essa medida é absolutamente inócua.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Italianas querem banir garçonete por ser "gostosa demais"

DE SÃO PAULO

No país de Berlusconi, uma simples garçonete é quem vem sendo motivo de discórdia.

A loiríssima Loredana Popesciue, 27, está causando controvérsia na cidade italiana de Cadelbosco Sopra.

As mulheres do vilarejo querem que ela pare de servir as mesas de um estabelecimento local. O motivo: ela é "sexy" demais.

Segundo o britânico "Metro", a imigrante romena gosta de dançar em trajes sumários para os clientes do sexo masculino.

Com isso, tem recebido generosas gorjetas dos homens da cidade, o que deixou as mulheres com ciúmes.

Agora, elas decidiram fazer um abaixo-assinado para banir a garçonete do estabelecimento.

"Tenho raízes brasileiras e adoro dançar", explicou Popesciue. "Não tenho nada contra essas mulheres, mas se os maridos delas quisessem passar o tempo com elas, ficariam em casa e não iriam ao bar."

O patrão dela é quem está feliz com a polêmica. Ele mudou o nome do local para Lory Pink Bar em homenagem à garçonete.

O Brasil pode ter feriado nos dias de jogos da copa

O Brasil pode ter feriado nos dias de jogos da copa. Essa é boa, para não comprometer os jogos, faremos feriados. Não estamos virando uma potência fantástica?

GLOBO REPORTER Israel parte 1

GLOBO REPORTER Israel parte 1

GLOBO REPORTER Israel parte 2

GLOBO REPORTER Israel parte 3

GLOBO REPORTER Israel parte 4

GLOBO REPORTER Israel parte 5

GLOBO REPORTER Israel parte 6

GLOBO REPORTER Israel parte 7

Aldo Rebelo prefeito

Tem comunista pensando que o deputado Aldo Rebelo pode ser candidato a prefeito pelo PC do B em SP. Esperemos pela configuração do quadro.

Em entrevista, Nêumanne fala sobre a temática de seu livro "O Que Sei d...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Um olho aberto

Quer Dilma queira, quer não, parte da classe média furiosa com a roubalheira debita na sua conta o que a mídia teima em chamar de “faxina ética”. E a aplaude.

Ironia para Lula ser sucedido por quem parece ter dificuldades em tolerar malfeitos. Ou por quem carece de cara de pau e de gogó afiado para justificar o injustificável. Como ele faz.

Notem que no parágrafo anterior deixei Dilma bem e mal ao mesmo tempo. Bem por apontá-la como uma pessoa, ao que tudo indica, pouco à vontade para engolir malfeitos.

Mal por insinuar que procede assim à falta do cinismo e da lábia que sobram em Lula. Descartem a hipótese de que faço média à esquerda e à direita. Ou que dissimulo. Longe disso.

Como Dilma não costuma contar a ninguém o que lhe vai na alma e detesta auxiliares boquirrotos, só me resta tentar perceber seus verdadeiros sentimentos.

Dilma lamentou ter herdado ministros de Lula? É provável que sim. Mas ela é realista o bastante para lembrar que Lula tinha esse direito – ora se tinha! Faz favor...

Restava-lhe dar tempo ao tempo.

Empossado pelo destino em 1985, José Sarney levou apenas um ano para livrar-se de ministros nomeados pelo presidente Tancredo Neves – aquele que subiu a rampa do Palácio do Planalto dentro de um caixão.

Um ano para Dilma estava de bom tamanho. Eis, porém, que entra em cena o imprevisto.

Quando ministro da Previdência do governo Lula, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi acusado de oferecer fazendas fantasmas como garantia de empréstimos que tomara em bancos oficiais.

Lula o manteve no cargo – do mesmo modo como Dilma tentou manter Antonio Palocci na Casa Civil ao se tornar público seu súbito enriquecimento.

No caso de Palocci não deu. Uma vez demitido, a ele se seguiram os ministros dos Transportes, da Agricultura e finalmente o de Turismo, os três suspeitos de envolvimento em falcatruas.

Do último, Pedro Novais, diz-se que era homem de confiança de Sarney. Como seu substituto, Gastão Vieira, também é. Nada a corrigir.

Acontece que Novais virou ministro por empenho dos colegas Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara dos Deputados, e Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Sarney faturou em silêncio uma indicação que não foi bancada por ele. No que Novais, mais tarde, naufragou, Sarney foi à luta em silêncio e emplacou Gastão.

Henrique Eduardo e Eduardo Cunha deram com a cara na parede. Suaram a camisa para nomear ministro um de dois deputados dispostos a fazer-lhes todas as vontades se chegassem lá – um de Sergipe, outro da Paraíba. Não eram bons candidatos. Um flertou com dinheiro para a abertura de estradas. Outro com a encomenda de assassinatos.

Com razão ou sem, o pessoal começa a achar que Dilma cedeu à pressão coletiva contra a lambança desregrada. Em primeiro lugar, ponto para o próprio pessoal, que se acha autor da pressão.

Em segundo, para Dilma. Ao contrário de Lula, ela não fecha inteiramente os olhos à corrupção. Mantém aberto pelo menos um deles.

É assim que o pessoal anda pensando, segundo atestam pesquisas aplicadas para consumo interno do governo. Guardadas em sigilo, mas compulsadas por Dilma de vez em quando, elas coincidem com outras encomendadas por partidos de oposição, tão ou mais desorientados do que peru bêbado à espera do golpe fatal.

Por que Dilma não mete o pé na bunda dos meliantes infiltrados nos partidos e só escala gente boa para ajudá-la a governar?

Ora, porque tem mais meliantes do que gente boa dentro dos partidos, aposta o pessoal ouvido nas pesquisas. E se ela resolve excluir os meliantes correrá o risco de não conseguir governar.

Dilma também não pode falar em “faxina ética”, nem ter a iniciativa escancarada de promovê-la a qualquer preço. Seria suicídio.

Entende o pessoal que ela deve agir com discrição e a reboque das denúncias publicadas pela mídia. De resto, é razoável argumentar que lhe seria impossível ignorá-las. Lula só existe um.





Blog do Noblat

DEM teme ficar reduzido à metade

DEM teme ficar reduzido à metade

Blog de João Bosco Rabello

O esforço do PSD para obter o registro a tempo de participar das eleições de 2012 se tornou a segunda etapa da briga com o DEM, de cuja dissidência se originou.

É notório o empenho da legenda que ficou sob o comando dos deputados Rodrigo Maia (RJ) e ACM Neto (BA) para impedir o registro que , se alcançado, representará quase um golpe de morte para quem somava, há bem pouco tempo, mais de 60 parlamentares.

O DEM saiu das eleições presidenciais com 43 parlamentares e estima-se que a consolidação do PSD o reduzirá ainda mais, provavelmente para 26.

Como o PSD estruturou-se em todo o país a partir de alianças regionais com governadores, não se sabe como o DEM sairá das eleições municipais, mas é certo que sangrará mais.

Na Bahia, por exemplo, a aliança é com Jacques Wagner (PT), o que enfraquece o deputado ACM Neto, líder do partido na Câmara. No Rio, igualmente, Rodrigo Maia, ficará em dificuldades.

As denúncias levadas pelo partido à justiça eleitoral têm o objetivo de inviabilizar o registro do PSD pelo estouro dos prazos legais que impõem, entre outros, um ano de anterioridade do registro para participar das eleições.

Essa estratégia dispensa consistência nas denúncias. Parte do princípio de que podem levar o Tribunal Superior Eleitoral a pedir diligências o que, por si só, retarda o processo.

As milhares de assinaturas coletadas foram filtradas pelos cartórios eleitorais e eventuais fraudes fazem parte do processo. O que importa à justiça é que o número de assinaturas autênticas supere com larga margem o mínimo exigido – e isso ocorre.

Essa é a guerra do comando do DEM que oculta a própria fraude nos documentos da Convenção Nacional que dava aos dissidentes de hoje, entre eles o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, poderes para definir coligações e indicar candidatos.

Uma falsificação grosseira desse documento retirou esses poderes do Conselho Político do partido e deu origem ao racha que levou à criação do PSD.

Na ocasião, os dissidentes preferiram não levar ao tribunal essa fraude com receio de afetar a campanha eleitoral do candidato José Serra ao qual estavam aliados.

Hoje os mesmos comandantes do DEM tentam inviabilizar a consolidação de um partido que ficou maior que seu núcleo de origem em apenas seis meses.

Por ora, a leitura é a de que, recusado o pedido de diligência do ministério público, o plenário do TSE decida dentro do prazo a sorte do PSD.

Para o sim ou para o não.

Com alta de imposto, governo compensou extinção da CPMF

Com alta de imposto, governo compensou extinção da CPMF

Arrecadação da União no ano deve chegar a 20% do PIB, participação similar à da época do antigo tributo

Maior responsável pela recuperação do caixa foi o IOF, que voltou a subir em 2011 para conter a valorização do real

Gustavo Patu, Folha de S. Paulo


Três expedientes usados pelo governo para compensar parcialmente a extinção da CPMF acabaram por permitir que a receita da União, hoje, supere a de 2007, último ano da cobrança sobre movimentação financeira.

De lá para cá, foram elevadas as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, além das parcelas dos lucros das empresas estatais repassadas ao Tesouro Nacional.

Uma análise das projeções do Orçamento deste ano mostra que a arrecadação conjunta dessas fontes deverá chegar ao menos a R$ 101,3 bilhões, equivalentes a 2,5% do Produto Interno Bruto, ou seja, da renda nacional.
Há apenas quatro anos, IOF, CSLL e dividendos das estatais não rendiam aos cofres da União mais do que R$ 49,5 bilhões, equivalentes a 1,9% do PIB de então.

Apesar de agudo, esse aumento não seria capaz, sozinho, de repor a perda da CPMF no Orçamento se os demais tributos federais mantivessem o desempenho de 2007, já considerado muito favorável na época.

No entanto, a melhora da economia, com expansão de consumo e investimentos, provocou alta generalizada das receitas federais nos últimos anos, tornando praticamente imperceptível a ausência do antigo imposto.

A arrecadação se manteve estável ao longo do segundo governo Lula e, neste ano, deve contabilizar um salto.

Aldo Rebelo - Bloco 4

Aldo Rebelo - Bloco 3

Aldo Rebelo - Bloco 2

Aldo Rebelo - Bloco 1

Emenda 29

Talvez amanhã seja votada a emenda 29 que garante investimentos mínimos dos governos em saúde. Os atuais governantes vão falando em criar novos impostos para financiar o setor. Primeiro administrem bem os recursos que existem, e depois combatam a corrupção, e ai sim vamos pensar em novos impostos.

Os professores mineiros completaram cem dias de greve

Os professores mineiros completaram cem dias de greve, para que o governo do estado cumpra a lei do piso salarial nacional. Lá em MG, como em outros estados se fala muito em gestão e meritocracia, mas na prática se desrespeita a lei e os educadores.

O reconhecimento do estado Palestino

O Brasil é favorável ao reconhecimento do estado Palestino pela ONU. Israel está insatisfeita com a posição do Brasil. Reclamem para o bispo ou o papa. E os americanos vão vetar o reconhecimento do estado palestino. Não se esperava outra posição dos EUA, que mais semeiam a discórdia do que o entendimento no Oriente Médio.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Greve Professores Minas Gerais e Copa do Mundo, por Cristovam Buarque.

Pesos e medidas

Pesos e medidas

Renata Lo Prete, Folha de S. Paulo

Em conversa com auxiliares, Dilma Rousseff avaliou ter sido um erro optar, na formação do governo, por manter quase todos os partidos nos ministérios que ocupavam na gestão anterior. Para defender seu ponto de vista, a presidente citou distorções como o fato de o PR, uma sigla de porte médio, comandar o robusto Ministério dos Transportes, que só lhe foi dado, lá atrás, numa deferência de Lula ao vice José Alencar.

O PP abocanhou as Cidades mais ou menos na época em que, num acidente de percurso, elegeu o presidente da Câmara. Hoje, a representação da legenda no Congresso está aquém do tamanho da pasta.

O Esporte era pouca coisa quando foi dado ao diminuto PC do B. Mas agora há Copa e Olimpíada, e o partido, que tem ainda a Embratur e a Agência Nacional do Petróleo, está superdimensionado no governo.

Dilma reconhece que, por essa lógica, quem está subrepresentado na Esplanada é o PMDB.

Iêmen: 26 mortos em manifestação

sábado, 17 de setembro de 2011

Lula até 2026

Lula saiu do governo e suas viúvas não param de chorar e a clamar pela volta do Messias. Já há até uma campanha para que o nosso ex-presidente volte em 2018. Na sua fé esses saudosos acreditam que o grande guia pode estar fadado a imortalidade, podendo quem sabe nos governar até 2026, quando então terá 81 anos.

Os Promíscuos eleitores de Bolsonaro

Jair Bolsonaro, o deputado carioca, amante da ditadura, andou dizendo que os negros são promíscuos. Promíscuos foram os 120.000 cariocas que votaram nessa besta. Perdão aos demais cariocas que não devem endossar esse deputado.

O midas petista e sua peculiar democracia

o ex-presidente Lula certo de ser o midas petista, vai trabalhando para escolher os candidatos do PT em grandes cidades brasileiras para as próximas eleições municipais. Os petistas descontentes fingem estarem adorando o sistema "democrático" Luliano.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Estou empolgando com a tese

Estou empolgando com a tese de que os royaltes do petroleiro são de tosdos os brasileiros. Se os cariocas querem uma coisas só pare eles, que peguem o deputado Jair Bolsonaro, eleito por eles com dignos 120.000 votos. Façam bom uso dele. Se estão insatisfeitos, se separem do Brasil e elejam Bolsonaro presidente, no mais sou fã dos carioscas e não ousaria provocá-los, a capital do Brasil nunca deveria ter saído do RJ.

Enquanto vamos saudando o que seremos

Vocacionado para a viralatice o brasileiro contintua encantado com o pais erigido pelo Midas lula, agora somos os campeões em saudar a suposta potencia que um dia seremos. Enquanto vamos saudando o que seremos outros países trabalham para ser aquilo que não somos.

Canalhice

A imprensa carioca está em uma verdadeira cruzada para impedir que os royaltes do petróleo venham a ser distribuidos com justiça para todos os Brasileiros. Canalhice.

Obama

E o Obama vai tendo que suar a camisa para conseguir a reeleição. Acabou o encanto messiânico dos primeiros tempos.

Série de problemas ameaça a reeleição de Obama

Série de problemas ameaça a reeleição de Obama

Fernando Eichenberg, O Globo

O mês de agosto, marcado por terremotos e furacões nos Estados Unidos, parece não ter fim para o presidente Barack Obama. Passadas as catástrofes naturais, agravaram-se as turbulências políticas e econômicas para o titular da Casa Branca.

A cada nova manhã no Salão Oval, as notícias trazidas por seus mais próximos assessores não são nada alvissareiras para um presidente em plena campanha em busca de um segundo mandato, na eleição de 6 de novembro de 2012.

Na economia, que atinge o bolso e o moral do cidadão e é a principal influência para o eleitor na hora de depositar o voto na urna, as estatísticas pesam contra o governo. Em agosto, nenhuma nova vaga de trabalho foi criada nos EUA, hoje com um preocupante índice de desemprego de 9,1%.

Segundo as previsões do Escritório de Orçamento do Congresso, o índice não deverá baixar da perigosa casa dos 9% até o pleito do ano que vem. Os temores democratas aumentam pela retrospectiva histórica: desde Franklin Roosevelt, que governou o país de 1933 a 1945, nenhum presidente conseguiu se reeleger com um índice de desemprego superior a 7,2%.

Sarney emplacou um novo ministro

Sarney emplacou um novo ministro, o substituto do turismo, o deputado Gastão Vieira. E esse declara ter orgulho da relação com Sarney.

Boneco com falsa bomba paralisa o centro de Porto Alegre

Senadir Paulo Paim seria bem recebido no PSOL

Senadir Paulo Paim seria bem recebido no PSOL se resolvrer abandonar o PT, onde é tratado como um demagogo, carreirista e individualista.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Maior parte das obras para a Copa ainda não saiu do papel

Maior parte das obras para a Copa ainda não saiu do papel

Fábio Fabrini e Regina Alvarez, O Globo

Quase quatro anos após o anúncio do Brasil como sede da Copa de 2014, a maioria das obras para o evento ainda não saiu do papel. De um total de 81 empreendimentos, incluindo a reforma de estádios, a ampliação de aeroportos, intervenções urbanas e adequações em portos, 52 ou 64% ainda estão por começar.

A situação consta do balanço dos preparativos, apresentado ontem pelo governo federal, a 1.002 dias do primeiro apito. Caberá à União, estados e municípios seguir um cronograma apertado para cumprir os prazos. E contar com a sorte para que greves, problemas em licitações e outros eventuais contratempos não prejudiquem a execução.

Do total de projetos voltados para o evento, somente as obras das 12 arenas estão em andamento. Mesmo assim, já se sabe que ao menos três delas (São Paulo, Natal e Manaus) não ficam prontas para a Copa das Confederações, em 2013.

O maior atraso é nas obras de mobilidade urbana, inscritas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), justamente aquelas apresentadas para a população como o maior legado da Copa. Elas são 49, mas apenas nove estão em andamento.

Das 40 restantes, três estão em fase de projeto, 27 por licitar e três em licitação. Só seis foram contratadas ou estão em processo de contratação. Em Salvador, com uma obra, as autoridades ainda negociam com a União se será adotada o Bus Rapid Transit (BRT) ou metrô. O imbróglio pode resultar na exclusão do empreendimento da lista de responsabilidades para a Copa 2014, que está sendo revisada.

Cabral com ciúmes de Alckmin

Cabral com ciúmes de Alckmin

Ilimar Franco, O Globo

A cordialidade da presidente Dilma com os governadores tucanos não incomoda só os petistas. O governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) ligou ontem para o ex-presidente Lula para reclamar da troca de confete entre Dilma e o governador Geraldo Alckmin (SP). Para Cabral, Dilma estaria na contramão de tudo que Lula fez, ao dispensar maior atenção aos governadores de oposição do que daqueles que são aliados do governo.

Flagrantes



Kibe Loco - Dilma x Mano, R. Teixeira e Andrés

Ao fundo, o Kremlim

Ao fundo, o Kremlim

Em uma conversa tendo ao fundo o Kremlim e a Igreja de São Basílio, ouvi de alguns russos influentes nas esferas de poder da Rússia que o Brasil está definitivamente no radar do mundo.

Perguntei o que significava estar no radar. A resposta foi clara e direta: a opinião do Brasil deve ser considerada em todos os temas globais; o potencial econômico deve ser considerado; e a vocação para o exercício do "soft power" deve ser muito bem compreendida.

Aproveitando o mote, disse que a percepção nova do que era o Brasil decorria não apenas do rebaixamento geral do mundo após a crise de 2008. “Como assim?”, perguntaram-me.

Não sabiam do caminho das transformações. Era compreensível. O Brasil sempre foi um país longe demais. Até mesmo para nossos vizinhos, já que o centro econômico e político do país sempre foi longe de nossas fronteiras.

Longe de tudo e de todos e vivendo na esquina distante do mundo civilizado, a distância nos despertou um sentimento de dependência e de abandono. Até mesmo de carência por ser reconhecido como algo viável.

Historicamente, a carência por reconhecimento ficava evidente com o deslumbramento existente com notas e notícias que saiam sobre nós na imprensa internacional: a síndrome do “deu no New York Times”.

O mundo, pelo seu lado, nos tratava como algo exótico e inseguro. Terra de carnaval, futebol e do sexo fácil. Um lugar para não ser levado definitivamente a sério.

Porém, tudo muda. Nos anos 80, recuperamos nossa democracia. Ainda imperfeita e cheia de desvios, talvez seja a melhor entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Nos anos 90, controlamos a inflação e criamos uma moeda. Abrimos um pouco nossa economia. Ganhamos um pouco mais de eficiência. Criamos a cultura da prudência nas finanças públicas com a Lei de Responsabilidade Fiscal e a adoção do compromisso com o superávit primário.

Na primeira década do novo século, avançamos em questões sociais importantes e fomos beneficiados com investimentos e exportações. Descobrimos o pré-sal.

Mas a maior conquista no início do século 21 foi o aumento da nossa classe média e o destravamento do mercado interno, que ainda poderá nos impulsionar mais longe.

Com tudo isso, o distante Brasil ficou mais perto e mais interessante. E será ainda mais a partir da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Nunca mais seremos os mesmos.

Temos ainda um longo caminho a percorrer. Muitas transformações e aperfeiçoamentos a fazer. Mesmo sem elas, já estamos na primeira divisão de um mundo em crise.

Quando escrevia este artigo, o Brasil tinha amplo destaque nas edições européias do Financial Times e do Wall Street Journal. Prova de que estamos no radar do mundo de forma consistente.



Murillo de Aragão é cientista político

Agosto de 1954: Atentado contra Carlos Lacerda e complô contra Getúlio V...

A ligação entre o atentado a Carlos Lacerda e o Palácio do Catete

Atentado a Carlos Lacerda muda os rumos da História do Brasil

Entrevista do dia, com Carlos Zarattini (Ao vivo) - 08/09/2011

Entrevista Mauro Santayana - Parte 4/4

Entrevista com Mauro Santayana - Parte 3/4

Entrevista com Mauro Santayana - Parte 2/4

Entrevista com Mauro Santayana - Parte 1/4

Gastão Vieira é o novo ministro do Turismo

O lulismo e o dilmismo

O lulismo e o dilmismo
Jornal do Brasil

Gaudêncio Torquato

Ao entrar no nono mês, o governo Dilma deixa transparecer os primeiros traços de sua cara. Que permite divisar contornos mais homogêneos e menos oblíquos que a do ciclo Lula. As diferenças não se devem a razões de natureza política e nem de longe se abrigam na discutível hipótese, de viés conspirador, de que as criaturas, mais cedo ou mais tarde, acabam se rebelando contra o criador. Quem apostar na ideia de que um dia a criatura Dilma tomará rumos diferentes do criador Luiz Inácio perderá feio. Os dois atores fazem parte do mesmo enredo. E até se completam, pois o que sobra nele falta nela, e vice-versa. Exemplo: carisma e experimentação, de um lado, apuro técnico e organicidade, de outro. Um distanciamento, mesmo ocasional, traria perda para ambos. A configuração mais retilínea da atual administração resulta da identidade da presidente, da qual se extrai a ênfase em vetores como planejamento, controles e cobranças, análise de performances, calibragem da máquina, substituição de peças e sintonia fina nos programas. O dilmismo, como se pode designar tal modelagem, terá o condão de lapidar o lulismo, expurgar excessos, preencher reentrâncias, aplainar caminhos.

A imagem do "pente-fino" cai bem nas operações que o lulismo desenvolveu em diversas frentes. Convém definir o lulismo: um ajuntamento de programas, alguns de argamassa frouxa, implantados sob o escudo do real estável, que geraram um "novo milagre brasileiro", expressão de Rudá Ricci para explicar o ingresso de 30 milhões de pessoas no meio da pirâmide. Ainda conforme o sociólogo, "o lulismo teria se formado a partir do encontro com as classes menos abastadas do país, que rejeitam ideologias". E, claro, trombeteado por um líder que, no dizer de José Nêumanne Pinto, em seu livro O que sei de Lula, "é e sempre foi, sobretudo, um manipulador de emoções da massa". Sendo assim, diferencia-se do petismo, porquanto este tinha como foco as classes trabalhadoras organizadas em estruturas tradicionais e aquele abre os braços a contingentes desorganizados, desideologizados e pragmáticos. A análise do ciclo Lula permite distinguir alta dose de experimentalismo, como se constata nas idas e vindas que marcaram o início do Fome Zero. E mesmo após arrumar as coordenadas na área social, a partir da integração de projetos da era FHC, que redundou no símbolo da redenção de milhões de brasileiros, o Bolsa Família, o lulismo deixou, ao fim de oito anos de império de Luiz Inácio, a impressão de larga defasagem entre discurso e prática. Espaços como os de infraestrutura e educação registraram resíduos de improvisação, como se vê nas planilhas do PAC ou em livros didáticos editados sob o selo de patrulhas que ousaram apresentar nova versão para a História do país.

Aduz-se, portanto, que o dilmismo veste o figurino adequado ao momento. Primeiro, por mostrar disposição de cortar gorduras acumuladas no corpo administrativo, tarefa complexa, diga-se, porque decisão dessa natureza contraria interesses da base partidária. Confira-se, a título de exemplificação, a assepsia que a presidente tenta realizar nos recônditos ministeriais. De forma lenta e gradual, a chefe do governo desobstrui dutos congestionados por sujeira, formando novas composições com quadros técnicos. O estilo Dilma incomoda aliados? Sem dúvida. Os parceiros não lhe dão o troco, ouve-se à boca pequena, por sentirem que manobra contrária à limpeza seria um bumerangue. Andar na contramão da faxina é defender sujeira. Um risco para a imagem pública do representante do povo.

A condição de mulher, ademais, ajuda-a a empreender o mutirão de depuração, eis que projeta os valores encarnados pela dona de casa: zelo, preocupação, cuidados com a organização do lar. Se parcelas governistas ameaçam ir para o confronto, juntando-se à oposição, como indica a votação da Emenda 29 e da PEC 300, o governo brande o argumento da crise que nos ameaça. No planeta quase em chamas, onde nações poderosas dão sinais cada vez mais próximos de calote em credores, o Brasil não se pode dar ao luxo de gastança desbragada, como se via na era Lula. Querem mais dinheiro para a saúde? Indiquem a fonte, diz a presidente. Eis mais um elemento de diferenciação entre o ontem e o hoje. Luiz Inácio era um ás no campo da articulação política. Escudava-se na conversa ao pé do ouvido, no conchavo, na capacidade de convencimento. Lábia declamada com o mel do carisma é puro acalento. Tranquilizante. Já o estilo duro, direto, conciso de Dilma gera temor. É inegável, porém, que o país não aguentaria mais uma jornada de experimentações, andando em curvas, algumas bem fechadas, subindo em palanques no interregno de pleitos, escancarando cofres, expandindo ao infinito os gastos públicos. Se o dilmismo aperfeiçoar a rota da governança sob a marca da responsabilidade, ganhará o reconhecimento da sociedade.

Neste ponto, convém pinçar mais um traço relevante na metodologia da atual governante: a altanaria, a capacidade de não se deixar envolver pela competição interpartidária quando estão em jogo questões de absoluta prioridade. O programa Brasil sem Miséria, que complementa e ajusta a rede social tecida no ciclo anterior, foi lançado no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do governador Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique. Significado: a vida pátria deve ser uma obra comum. Compartilhada por gregos e troianos. Gestos como esse abrem a esperança de que o dilmismo faça muito bem ao país.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Da miséria da crítica à prática miserável

Da miséria da crítica à prática miserável


O Partido dos Trabalhadores é herdeiro de toda a tradição crítica pátria. Uma tradição que remonta as primeiras greves operárias lideradas por anarquistas no comecinho do século passado. Que passa pela fundação do Partido Comunista do Brasil (depois brasileiro), evolui com dissidências trotskystas, passa pela formação do esquerdismo sindical estatal (do velho PTB), tem a criação da esquerda armada, fora os aparatos intelectuais (adeptos da Escola de Frankfurt e gramscianos, muito especialmente) e finalmente se junta tudo mais o esquerdismo teológico (Teologia da Libertação) na fundação do PT.

A massa crítica acumulada pela junção de tantos entes diferenciados entre si é monstruosa. É um século inteiro de luta e análise política. De crítica da realidade. De criação de propostas. De enfrentamento. De uma ou outra vitória pontual e centenas de derrotas. Derrotas que foram essenciais para a chegada plena ao poder com Lula.

Enquanto isso o agrupamento que hoje forma a "oposição", grosso modo (salvo uma ou duas exceções do PSDB, que penaram no exílio, como FHC e Serra) passou as últimas décadas pendurada nas tetas do Estado. Nunca perderam nada. Estiveram sempre entre os vencedores. Logo, nunca criaram nenhuma tradição crítica. Não passaram por nenhum processo sério de luta política. De crítica da realidade. De criação de propostas. De enfrentamento. Em suma, tem uma tradição de perfeita bundãozice.

O que esperar de uma oposição destas? Absolutamente nada. Para esta oposição, a luta com o petismo resume-se a uma disputa para ver quem gerencia o puteiro. Não existe nenhuma crítica organizada ao tamanho do Estado (e não me venham com bobagem de criticar o aparelhamento, porque onde houver um órgão estatal sempre haverá nomeações, independentemente do grupo político a ocupar o poder em um dado momento). Não existe nenhuma crítica organizada a inexistência de uma Federação digna de ser chamada por este nome. Não existe nenhuma crítica organizada a centralização excessiva dos recursos e a verdadeira ilha em meio a Nação que Brasília se tornou. Tudo se resume a um tecnocratismo chato, insosso, nojento, ditado por pesquisas que não servem de nada, a não ser render mais e mais para marqueteiros incompetentes que entendem de política o mesmo que eu entendo de badminton.

E a nova oposição? Esta que surge na internet, na sociedade, de maneira difusa, caótica, esparsa? Bom, aí já é outro caso. É o caso de um bebê que ainda engatinha. Que ainda está na fase da indignação. Pra traçar um paralelo, ainda que grosseiro, com a esquerda, eu diria que a oposição que está surgindo na web está no mesmo estágio dos anarquistas do começo do século passado. É a fase da indignação, do "contra tudo que está aí", da falta de propostas, de ação política clara, de análise, de nada.

O negócio é tacar o pau na Dilma, batizá-la de "mulher de um neurônio" (o espertão que fala isso só esquece que a "mulher de um neurônio" chegou a Presidência da República. Ela deve ser descerebrada. O espertão é ele mesmo), tacar o pau no Lula, que jamais poderá ser reconhecido como o maior político da segunda metade do século XX no Brasil (o maior deve ser o espertão que tem meia dúzias de seguidores no twitter e que se for disputar um cargo não enche uma Kombi de eleitores para votarem nele) e por aí vai.

Da miséria da crítica à prática miserável é um passo. Aí surgem idéias absolutamente jeniais, como imitar os caras-pintadas (movimento mais esquerdista do país nos últimos, sei lá, 50 anos), desta vez contra a corrupção, fazer um sete de setembro negro (imitando o MST, que promovia o grito dos excluídos com barulho quando o PT era oposição) e por aí afora.

Da miséria da crítica de não reconhecer a inteligência e capacidade política da Dilma, da miséria da crítica de não reconhecer em Lula ao menos o segundo maior líder de massas da história do Brasil (talvez e só talvez superado apenas por Getúlio), da miséria da crítica de não reconhecer no petismo a maior força política coletiva organizada já surgida em terras pátrias, nasce a prática miserável de fazer política com o fígado, com preconceito, de ver no Bolsa Família a única razão para as vitórias petistas (como se 2002 não tivesse existido) de acionar a boca antes do cérebro e se indignar muito, sem fazer sequer cócegas no poder do petismo.

Mas, já que eu reconheço que a tal da oposição na web é ainda só um bebê, que da "oposição" institucional não se deve esperar nada, o negócio é ter paciência e esperar. Algo que sobrou para a esquerda. E continuar fazendo a crítica interna. Quem sabe daqui uns 50 anos surge algo que preste de toda esta maçaroca difusa que por hora se limita a indignação contra o petismo.

Oremos.


Eduardo Bisotto

Como falam os partidos

Como falam os partidos

No 4º Congresso Nacional do PT, realizado no último fim de semana, o mais importante documento aprovado foi uma “Resolução Política”. Muita coisa foi significativa nos três dias que durou o evento (como a saudação entusiasmada que recebeu José Dirceu, em desagravo ao modo como foi tratado por certa imprensa), mas é ela que vai durar.

Para todos efeitos, é uma espécie de atualização do programa do partido, a mais recente desde o 3º Congresso Nacional, que aconteceu em 2007, após a reeleição de Lula. Nela, o partido toma posição em relação ao governo federal, fornece sua visão do cenário nacional e internacional, e estabelece uma agenda de curto prazo, seja para a atuação de seus parlamentares, seja para as próximas eleições municipais.

Pode-se gostar ou não do PT enquanto partido, mas de uma coisa quase ninguém duvida: está a anos-luz dos demais, em qualquer dimensão relevante de comparação objetiva. É, de longe, o maior e o mais organizado de todos os partidos que tivemos em nossa história.

Pode-se, também, concordar ou discordar do conteúdo da Resolução. Mas é um documento que não pode ser ignorado.

A começar, pelo simples fato de existir. Estamos exageradamente acostumados a que os partidos nada tenham a dizer institucionalmente, e a ouvi-los apenas através de suas lideranças. Sua manifestação formal e oficial é rara, o que é reflexo da dificuldade que têm para construir consensos e encontrar os sentimentos majoritários de seus integrantes.

Nos pequenos, o personalismo dos dirigentes é tão grande que decidem sozinhos e divulgam suas opiniões quando querem e da forma que lhes apraz. Alguns têm tanta consideração por seus correligionários que os informam de decisões partidárias através do Twitter.

Nos grandes, temos alguma vida partidária efetiva. Mas as dissensões inter-pessoais costumam ser tão intensas que apenas raramente é possível chegar a acordos que permitam elaborar ou rever programas e documentos semelhantes.

O PSDB, por exemplo, desde sua fundação em 1988, só sentiu que precisava preparar um novo documento programático em 2007. Ainda assim, o apresentou como um simples “manifesto”. De lá, para cá, não falou mais como partido. Especialmente depois de quando Fernando Henrique passou a publicar com regularidade seus pontos de vista pela imprensa.

Seus artigos, sempre assinados, se tornaram o que de mais perto há no PSDB de documentos programáticos. (O que não deixa de ser coerente: partidos de quadros, documentos individuais, elaborados por “notáveis”; partidos de massa, documentos coletivos, fruto da negociação entre correntes.)

Deixando, por ora, a discussão do conteúdo da Resolução petista, podemos comparar sua linguagem à do texto tucano de 2007. É um modo de ver as diferenças que existem entre os partidos.

Algumas palavras aparecem em proporção totalmente diversa nos dois documentos. “Corrupção”, assunto relevante para o PSDB em 2007 (dois anos depois do mensalão), surge em seu documento 4 vezes. No do PT, escrito agora, 12. “Comunicação”, algo pouco importante para os tucanos, lá está apenas uma vez. Como é preocupação atual do PT, aparece 12 vezes no seu.

“Eficiência” e “gestão” (com suas combinações) são marca tucana: 14 vezes no seu manifesto. Nem tão relevantes para o PT: 4, na Resolução.

Totalmente diferentes as interlocuções: “mulher”, 13 (PT) a 1 (PSDB); “movimento (social, sindical, etc.)” 19 a 2; “negro” 4 a 1; “trabalhador” 13 a 9; “sindicato” 4 a 1. Ambos citam “jovens”(ou “juventude”) em quantidade parecida: o PT por 11 vezes, o PSDB, 9. Nos “empresários”, empate: 1 a 1.

Diferente também a geografia: no documento petista, há 12 menções à America Latina (ou do Sul), enquanto no tucano apenas 2; os Estados Unidos são citados 7 vezes pelo PT (de forma negativa em quase todas) e não aparecem no documento do PSDB. Já a China e a Índia estão nos dois em igual medida: juntas, são mencionadas 6 vezes pelos tucanos e 5 pelos petistas.

Nas suas 11 mil palavras, a Resolução do PT cita Dilma (pelo nome ou pelo cargo) 41 vezes. Lula aparece 33. “Neoliberal” (ou “neoliberalismo”), 26 vezes (todas, é natural, de forma crítica); “socialismo”, 5; “esquerda” (ou “centro-esquerda”), 15. Nenhuma está no texto tucano.

Há quem ache que a leitura dos programas partidários é irrelevante. Não é. Pode ser elucidativa.



Marcos Coimbra é presidente do Instituto de pesquisas Vox Populi

O Brasil do PT

O Brasil do PT

A leitura não deixa dúvidas: o diagnóstico é mais pertinente que as soluções. Fotografar a paisagem que se vê, convenhamos, é tarefa menos passível de distorções que desenhar um cenário do futuro. É o que se enxerga no documento Resolução Política, aprovado no 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores, realizado semana passada.

Ali está expressa a visão do PT sobre o estado do mundo e do Brasil, um desfile de múltiplas abordagens, dentro das quais se pinça a tese de que o país, ator central na “crescente hegemonia da esquerda na América Latina”, tem condições de se transformar na “alternativa ao próprio modelo neoliberal” em crise nos países centrais.

A indicação dos nossos trópicos tupiniquins como marco de um novo processo civilizatório é recorrente em diversas passagens, não sem o crédito concedido às administrações sob comando do PT, o que, evidentemente, pressupõe a continuidade de conquistas do ciclo Lula e que caminham para a “a construção histórica de um novo Estado democrático, republicano e popular”.

A modelagem desse ente “popular” (o adjetivo democrático não abriga o povo?) só seria possível por meio de “amplo e profundo ascenso dos partidos de esquerda”. Essa é a engenharia para a implantação do socialismo por estas bandas, que propiciaria ao país participar da “disputa global contra o modelo neoliberal”.

Utopias e refrãos à parte, o documento merece atenção por explicitar o ideário de um ente que convoca militantes ao engajamento político, impõe normas de conduta, pratica uma liturgia comparável à dos credos evangélicos, incluindo o dízimo, define metas de médio e longo prazos, estabelecendo, assim, um diferencial no espectro partidário.

Ancorado em disciplina, o PT consegue taxas de adesão mais altas que outros, conforme indicam seus 32% de preferência pelo eleitorado. Trata-se de um partido centrado na conquista e manutenção do poder. Se não age conforme o figurino que desenha, pouco importa.

O mensalão, por exemplo, bate de frente com a moral proclamada pelo “modo petista de governar.” Para dele se livrar, alega que o pacote mal-ajambrado não existiu.

Ao argumentar que é “o único partido brasileiro a ter estatutariamente estabelecido prévias para consulta de seus filiados”, pode dar o dito pelo não dito, ante a decisão do técnico ao escalar seu jogador predileto para bater o pênalti. A não ser que Lula se curve à decisão de submeter Fernando Haddad às prévias para a prefeitura de São Paulo.

No campo da expressão, espalham-se na Resolução Política algumas dissonâncias, a denotar que pensadores e obreiros não comungam do mesmo ideário.

Veja-se o capítulo sobre a democratização da comunicação. Ali está a defesa do marco regulatório. É plausível regular o aparato eletrônico que depende de concessões estatais, como os sistemas de radiodifusão e das telecomunicações. Até é razoável debater o domínio de meios eletrônicos e impressos por parte de grupos políticos ou sob a égide de conglomerados em uma mesma região, questões da propriedade cruzada.

Tais abordagens não podem, contudo, ser inseridas no compartimento da liberdade de imprensa e do controle de conteúdos. O PT diz repudiar tentativa de censura ou restrição à liberdade de imprensa. Aplausos. Ao criticar, porém, o que cognomina de “jornalismo marrom e suas práticas ilegais”, sob a fundamentação da inexistência de uma lei de imprensa e “desrespeito aos direitos humanos” pela mídia, levanta o véu da censura.

Conceitos como verdade, pluralidade de fontes e versão única de fatos integram os escopos editoriais. Alguém se sente prejudicado por teor informativo “falseado ou distorcido”? Escude-se na CF, art 5º, inciso V (que assegura direito de resposta proporcional ao agravo) ou no Código Penal (crimes de injúria, calúnia e difamação). São comuns os casos de pessoas e entidades que recorrem à Justiça para veicular suas versões.

A proposta do controle social adentra, portanto, o território dos conteúdos, por maior que haja esforço para escamotear tal tentativa.

Na seara da reforma política, as abordagens defendidas apontam para a moralização de práticas, a partir da adoção parcial da lista preordenada nos pleitos parlamentares (metade dos eleitos) e fim das coligações proporcionais, que evitaria a eleição de nomes não escolhidos diretamente pelo eleitor.

É evidente que o voto em lista beneficia partidos de mando vertical, como o PT, na medida em que parcela expressiva dos eleitos rezaria na cartilha do comando partidário.

Quanto ao financiamento público de campanha, em substituição a recursos privados, é ingenuidade pensar que o poder econômico se retrairá, retirando o aval a candidatos. Ao contrário, a distância entre economia e política se estreita cada vez mais na onda da interpenetração de interesses do Estado e dos negócios privados.

Já na frente dos movimentos sociais, é inegável a abertura de diálogo, sob o ciclo do PT, com as organizações do terceiro setor. Se entidades passaram a ser protagonistas de políticas públicas, como as Centrais Sindicais, não se pode deixar de registrar certa estática, de efeitos danosos, como o fato de, até o momento, o setor da terceirização, que abriga cerca de 10 milhões de trabalhadores, ainda não receber a chancela normativa do Estado.

Cacoetes são retomados, como as “privatarias que legaram ao país o fardo de uma herança maldita”, possivelmente referência a áreas, como a das telecomunicações, vendidas na “bacia das almas”. No subtexto, leia-se o conceito de “privatização decente” (as aspas são minhas), do tipo que se começa a fazer na frente dos aeroportos.

Há, convém destacar, trechos bastante apropriados, particularmente aqueles sobre meio ambiente, emprego com carteira assinada, distribuição de renda (a maior já feita no país), inclusão social, igualdade de gêneros e minorias.

No mais, filtrada a camada de grandiloquência inerente a documentos de Congressos, a inexorável constatação: fora do PT, não há salvação.



Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP e consultor político e de comunicação. Twitter @gaudtorquato

domingo, 11 de setembro de 2011

Jornal da Globo [11/09/2001]

Plantão da Record - 11 de Setembro 2001

Plantão da Globo - 11 de Setembro 2001 - (1/2)

Plantão da Globo - 11 de Setembro 2001 - (1/2)

Atentados ao vivo tv globo 11 /09/01

11 de Setembro de 2001 - Reportagem do Jornal Nacional

Atentados ao vivo tv globo 11 /09/01

Egito entra em estado de alerta e embaixador de Israel deixa o país

Egito entra em estado de alerta e embaixador de Israel deixa o país

Protestos anteontem deixaram três mortos e mais de mil feridos

Folha de S. Paulo

Israel trasladou ontem de volta ao país seu embaixador no Egito, após um ataque à embaixada israelense no Cairo, ocorrido na noite de sexta. Forças de segurança egípcias escoltaram até o aeroporto o embaixador, sua família e 86 diplomatas.

A embaixada foi invadida na noite de sexta. A bandeira de Israel foi retirada e incendiada. Há registro de três mortos e mais de mil feridos após confrontos entre manifestantes e a polícia, próximo à representação.

O ministro do Interior egípcio decretou estado de alerta no país ontem, quando prosseguia a concentração de manifestantes na região. A junta militar que governa interinamente o país anunciou que aplicará todos os artigos da lei de emergência, vigente durante o regime do ditador Hosni Mubarak, para evitar novos confrontos.

Os militares também afirmaram que vão julgar quem esteve por trás dos atos violentos contra a embaixada.

Pseudo-indignados, grande semeadura e síndrome de vira-latas

Pseudo-indignados, grande semeadura e síndrome de vira-latas

E lá vou eu escrever pra ser odiado e isolado. Mas não me importo. Desde que deixei o trotskysmo e depois o esquerdismo por inteiro de lado, não me importo mais em viver fora de rebanhos coletivos. Prefiro a sabedoria do isolamento, a paz do indivíduo ao conforto das multidões irracionais.

O previsto desde antes de ontem aconteceu. O óbvio aconteceu. E hoje, pós sete de setembro, glorioso dia em que o saudoso Imperador do Brasil Dom Pedro I proclamou nossa independência, aquele grande campo anti-lulista está eufórico. "Nunca antes na história deste país um movimento sem o selo de qualidade esquerdista tomou as ruas", proclamam. Pois é. O chiste com a palavra de ordem do Guia Genial dos Povos Esquerdistas é proposital. Porquê se por um lado as manifestações de ontem não contaram com o selo de qualidade esquerdista, por outro reproduziram estética e conteúdo esquerdistas.

Quem não há de relacionar os narizes de palhaço e as caras pintadas com o movimento anti-Collor? Um movimento que foi gestado, criado e liderado por quem mesmo? Quem não há de relacionar o movimento anti-corrupção com o famigerado movimento "pela ética na política", gestado, criado e liderado por quem mesmo?

Muito mais do que o nascimento de um novo movimento de sociedade civil organizada independente e apartidária, com viés liberal, libertário e/ou conservador, o que se viu ontem foi um saudosista movimento que parece querer resgatar o "bom e velho PT".

Desculpem se sou chato, antipático e pessimista. Mas foi desta maneira que vi o que aconteceu ontem. E como jornalista que tento ser, gosto de prestar continência sempre ao Comandante: o Fato.

Pseudo indignados

Mas estão indignados com o quê mesmo, os que protestaram ontem? Com a corrupção endêmica que se arrasta no Brasil há 122 anos, desde que a República foi criada? E que já germinava mesmo sob a Monarquia? Indignados com a "falta de ética na gestão do Estado"? Pergunta: em que época, país ou mesmo cidade em que o poder estatal se organizou que não houve corrupção?

Informação: onde houver um ente estatal organizado, ali haverá corrupção. Como não encontramos formas melhores de conviver em civilização, especialmente em sociedades de massa, que não passem pela organização de entes estatais com certas prerrogativas especiais (como, por exemplo, o monopólio do uso da força), somos obrigados a aceitar um certo grau de corrupção por parte de tais entes. Desculpem se choco os corações mais puros. Mas esta é tão somente a verdade.

"Ah!, mas no Brasil a corrupção passou dos limites!", brandam os pseudo-indignados. Até acredito que sim. Até porquê, temos um dos aparelhos estatais mais gigantes do planeta. Obra de seguidos governos no último século inteiro que sempre preferiram acreditar mais no Estado e menos na sociedade. Mais na Pólis do que nos indivíduos livremente organizados e coordenados.

Se querem que a corrupção baixe a níveis mínimos, "toleráveis", digamos assim, não adianta gritar contra a corrupção e pedir ética, honestidade, moral e bons costumes. Tudo isso deve fazer parte da educação individual que crianças deveriam aprender no seio de suas famílias. Isto deveria ser parte de princípios básicos de formação do caráter dos nossos cidadãos. Isso não é, nunca foi e nunca será pauta política. Se querem que a corrupção baixe é inevitável que se peça menos Estado. Que se peça uma diminuição do número de ministérios. Que se acabe com o conceito, sedimentado ao longo de gerações nas cabecinhas de milhões de cidadãos brasileiros, de que o Estado é uma babá que deve cuidar de cada um desde o berço até o túmulo.

Enquanto a indignação não for ao cerne do problema e prosseguir no onanismo moralista, continuamos na estaca zero. E estamos longe, muito longe de termos indignados de verdade. O máximo que temos são pseudo-indignados. E olha lá.

Grande semeadura


Dia desses o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, tratava em sua newsletter, batizada de Ex-Blog, sobre um tal de marketing de grande semeadura. O tal marketing parece ter encontrado o meio-termo entre as mídias sociais e as mídias de massa. Não põe todos os ovos em nenhuma das grandes cestas. Faz uma divisão. Um pouco de mass mídia, um pouco de boca a boca na grande rede.

Bueno. Posso estar muito enganado, mas sinto nas manifestações de ontem um cheiro inequívoco de teste-piloto da teoria para movimentos políticos no Brasil. Se não, analisem comigo. O Globo (o jornal) sai com uma pauta uma semana antes falando do "crescimento dos movimentos anti-corrupção na internet". A pauta, de maneiras diferentes, é replicada por vários outros grandes veículos. Graças a isso a tal "marcha anti-corrupção", que reunia meia dúzia de gatos pingados na rede, acaba ganhando visibilidade e volume.

E aí vemos as manifestações de ontem, sendo a maior em Brasília, notório bastião da moral e da ética no Brasil.

Segundo o Jornal Hoje, no comecinho da tarde, eram perto de 20 mil manifestantes em Brasília. Segundo o Bonner, no Jornal Nacional, já eram 30 mil. Fazendo minhas contas deduzi que até o Jornal da Globo, com Wack e Pelajo já seriam uns 50 mil.

Mas o número é o que menos importa. O que me incomoda nisso tudo é o inequívoco artificialismo. O inequívoco cheiro de teste piloto para tentar criar um movimento de rua que contraponha o PT. E que surge de maneira planejada, calculada e dirigida, não das ruas, mas de centros de comando bem distantes de qualquer coisa parecida com "cidadãos comuns indignados". Algo que aliás, politicamente falando, simplesmente não existe.

Síndrome de vira-latas


Começou esta bobajada toda de "indignados" e "revoluções do Twitter e do Facebook" pelo Oriente Médio, Tunísia à frente e o Egito como caso mais notório e famoso. Diria o Padre Quevedo, se analista de política fosse, que "isso son coisas que non eqzisten!". Revoluções, movimentos de massa e mudanças de poder só são realizados se houver um centro coordenador. Uma direção política. É assim desde que o mundo é mundo e continuará sendo até o fim dos tempos. Com ou sem Facebook, Twitter ou que diabo ainda venha a se criar.

As "revoluções do Twitter e do Facebook" no Oriente Médio tiveram sempre a direção da famigerada Irmandade Muçulmana. Com auxílio luxuoso da Al Jazerra, esta rede de televisão terrorista que opera segundo os velhos cânones da comunicação de massa. Apenas idiotas, inocentes úteis e maliciosos consideraram os movimentos no Oriente Médio como legítima expressão de mobilização espontânea de cidadãos comuns.

Aí a coisa ganhou mais glamour ainda quando estourou na Espanha. Uma Espanha que vive uma brutal crise econômica (de resto como quase toda a Europa social-democrata) e que gerou daí o motivo para que os "indignados" de lá ganhassem corpo. Qualquer um que tenha estudado com um mínimo de atenção o caso espanhol sabe que os movimentos de rua foram gerados por grupos de esquerda com longo histórico de mobilizações de rua e ganharam massa graças a crise econômica.

Já no Chile o buraco é ainda mais embaixo, já que não há nenhuma crise econômica. O que há, tão somente, é a esquerda tentando arrebentar com o primeiro governo de centro-direita eleito em terras chilenas nas últimas duas décadas. E que usa os estudantes como massa de manobra pra isso. Simples assim.

Em tudo e por tudo, grupos políticos organizados e causas bem definidas criam os tais "indignados", pseudo-cidadãos comuns, pseudo-organizados "espontaneamente" e pseudo-mobilizados via web.

Aí entra o nosso vira-latismo. "Se o Oriente Médio, a Europa e o Chile tem indignados, nós também temos que ter!", bradam os vira-latas pátrios. Mas com qual motivo? Qual pauta? Por qual razão? Com qual foco? "Ah!, isso é o de menos, vemos depois que os indignados já estiverem nas ruas", explicam os Maquiavéis de boteco.

Junte-se a isso uma "oposição" em desespero, sem bandeiras, sem lideranças, dividida, sem diagnósticos, sem propostas alternativas para o país e temos o caldo perfeito para as manifestações de sete de setembro. "Afinal, se o PT tem sua CUT, sua UNE e seu MST, também temos de criar os nossos", pensam os apalermados "líderes oposicionistas".

Desculpe, mas não acho que seja disso que precisamos. Acho que precisamos de cidadãos indignados e pra usar a palavra mais adequada, emputecidos. Mas indignados e emputecidos de verdade. Não indignados que fazem carnaval. Não reproduzindo velhas fórmulas e slogans petistas. Não reproduzindo o mesmíssimo movimento que irá levar ao mesmíssimo lugar que o petismo levou.

Posso ser antipático. Posso ser voz isolada. Mas digo tudo o que penso. E procuro fazer isso de maneira clara e embasada.

Se houver qualquer argumento consistente, claro e embasado que me prove que as manifestações anti-corrupção do sete de setembro vão levar a qualquer coisa que não seja o desperdício de energia puro e simples, afora o desvio de foco óbvio, aí revejo minha opinião.

É isso.

Punto. E basta.



Eduardo Bisotto

Amorim: Brasil deu prioridade a solucionar questão nuclear iraniana

Amorim: Brasil deu prioridade a solucionar questão nuclear iraniana
Eliane Oliveira e Evandro Éboli, O Globo

Convidado pela presidente Dilma Rousseff a assumir a pasta da Defesa, o embaixador Celso Amorim, ex-chanceler no governo Lula, só disse sim após consultar a mulher, Ana. Amorim fez uma defesa da abertura dos documentos secretos e disse que não pode haver sigilo quando se trata de violações aos direitos humanos.

Em seu primeiro dia de despacho [ontem] como ministro, se autodefiniu como nacionalista, comentou o fato de ser filiado ao PT e afirmou que o projeto para a compra dos caças para a Aeronáutica não está congelado.

"Uma coisa é ter convicções políticas, outra é partidarizar a pasta. Não vou fazer isso aqui"

Até agora, que necessidades cada Força apresentou?

São projetos específicos. A Marinha tem, sobretudo, o programa do submarino nuclear. A Força Aérea tem a questão dos caças, que tem de ser resolvida. O Exército tem os blindados. Há, também, grande preocupação com a manutenção. A tendência da área econômica é cortar custeio. Só que Forças Armadas, em grande parte, são custeio também. Temos de ter fardas para os militares, comida da cantina para os recrutas, e os pilotos têm que ter horas de voo, para poderem continuar a pilotar.

Qual a sua opinião sobre a presença do Brasil no Haiti, desde 2004?

Disse aos comandantes a minha visão e pretendo conversar com o ministro Patriota (Antonio Patriota, Relações Exteriores). A decisão é política, mas defendo uma estratégia de transição. O Brasil não pode se eternizar, mas também não pode sair de forma que prejudique os resultados obtidos.

A aproximação do governo Lula com o Irã, quando o senhor era chanceler, foi criticada por alguns setores. Isso pode incomodá-lo como ministro?

É uma bobagem pensar que o Brasil ficou amiguinho do Irã. O Brasil não deu prioridade ao Irã. Deu prioridade, sim, em parte até motivado por pedidos, para resolver um problema que é muito grave no mundo, que era o programa nuclear iraniano. Achamos que podíamos ajudar, mas só tivemos um defeito, uma falha: nós conseguimos. Não temos acordo de parceria estratégica com Irã. Defendemos o direito de todos os países terem energia nuclear para fins pacíficos, e isso é um direito assegurado pelo Tratado de Não Proliferação, do qual o Brasil é membro, e o Irã também.

Quem estava certo, o Brasil ou os membros permanentes do Conselho de Segurança?

Não inventamos o acordo. Apenas, junto com a Turquia, procuramos viabilizar algo já proposto. Antes de irmos a Teerã, o presidente dos EUA, Barack Obama, enviou-nos uma carta dizendo que o acordo estava de pé. Mas isso é página virada. Minha posição é a mesma. Na época, o Irã deveria ter 1.800 quilos de urânio enriquecido. Hoje, está como mais de 3 mil. Se o acordo fosse mantido, 1.200 quilos teriam sido retirados de lá.

Este ano, o senhor escreveu um artigo criticando o voto do governo Dilma sobre a decisão da ONU de enviar um relator de direitos humanos para o Irã. O que mudou agora?

Não estava no governo. Agora que voltei, sou solidário às posições do governo. Mas, se pedirem minha opinião, a darei.

Como o senhor dará sequência à discussão sobre a Comissão da Verdade?

A proposta que existe (no Congresso) resolveria muita coisa.

Os militares resistem, sob o argumento de que só se ouve o pessoal da esquerda.

A Comissão da Verdade é a verdade. Verdade não tem dois lados. Verdade é verdade. Sejam dois, três, quatro lados, quantos lados forem.

Qual a sua opinião sobre o fim do sigilo eterno dos documentos secretos?

No que diz respeito aos direitos humanos, não pode ter sigilo. Mesmo sob sigilo, a Comissão da Verdade vai ter acesso (aos documentos), se não não chega à verdade. As operações que ocorreram nos anos 60, 70 ou 80 ficaram para trás.

Os militares de hoje não são mais como os de ontem?

Não. E mesmo naquela época, vivíamos um processo de abertura. Mas abertura tem altos e baixos. O filme "Prá frente, Brasil" ficou pronto pouco depois do episódio do Riocentro (um atentado de militares durante um show no Rio). O sistema estava nervoso. Nove meses depois que eu saí (por ter liberado o filme, que fala de um cidadão torturado na ditadura), o filme foi liberado, sem cortes, no governo Figueiredo.

O senhor é filiado ao PT...

Uma coisa é ter suas convicções políticas. Agora, partidarizar a pasta e as atividades é muito diferente. Não vou fazer isso aqui como não fiz no Itamaraty. Por exemplo, na eleição de Lula, não perguntei aos meus colaboradores em quem votaram. Escolhi por competência. As pessoas dizem: "ah, fulano é de esquerda!" Ser nacionalista é ser de esquerda?!

Quais são os seus principais desafios?

De imediato, manter os recrutas alimentados e equipados. Isso é absolutamente necessário para que as Forças tenham credibilidade. E há projetos de longa duração e que precisam de recursos estáveis.

O processo da aquisição dos caças foi congelado?

Não. Estamos em agosto e, embora as despesas que os caças venham implicar não ocorram imediatamente, pois ainda leva muito tempo para acertar todos os detalhes do contrato, o assunto continua em pauta. Vou reler o parecer que foi entregue, vou ver direitinho. Tem relatórios, considerações de preço, recomendações.

sábado, 10 de setembro de 2011

Movimento Contra a Corrupção cresce nas redes sociais

Movimento Contra a Corrupção cresce nas redes sociais

Tatiana Farah, O Globo

O analista de RH Saulo Resende já avisou ao pai, atônito com a atuação do filho no protesto contra a corrupção desta quarta-feira: "Eu não vou parar". Com outros 40 "amigos" conhecidos na manifestação da avenida Paulista, lançou no Facebook uma comunidade apartidária para o próximo passo do grupo: uma manifestação nacional no feriado de 12 de outubro.

- Meu pai ficou preocupado porque, em sua juventude, nos anos 70, viu o que ocorreu a quem protestava. Mas hoje o país está diferente.

Diferente mesmo: as manifestações são organizadas pelas redes sociais e só depois ganham as ruas. De volta à frente dos computadores, os jovens arquitetam novos atos para fortalecer o movimento.

Entre os organizadores, estão estudantes, profissionais liberais e grupos impensáveis em uma mesma mesa: a ala jovem da maçonaria e os hackers do grupo Anonymous, que apavoraram as autoridades abrindo caixas de email.

Os organizadores partem de grupos diferentes, como os "caras pintadas" e os jovens do "Dia do Basta". Tintas coloridas para alguns, máscara do personagem anárquico "V" para outros e cartazes de protesto para todos.

RODA VIVA - CARLOS GUILHERME MOTA 03/08

RODA VIVA - CARLOS GUILHERME MOTA 02/08

Embusteiro

José Dirceu não se cansa de dizer que é um perseguido político, injustamente acusado. Não cansaremos de dizer que ele é um embusteiro para dizer o mínimo.

RODA VIVA - CARLOS GUILHERME MOTA 01/08

Todos são iguais

Todos são iguais

Ilimar Franco, O Globo

As redes sociais estão convocando novos atos contra a corrupção, em várias capitais do país, no dia 20 de setembro. O objetivo é transformar essa luta numa campanha de massas, como a das Diretas Já. Todas essas manifestações têm em comum: bandeiras só se forem do Brasil e políticos não são bem-vindos. Uma das organizadoras do ato na Cinelândia, no Rio, Cristine Maza explica a restrição: "Políticos e partidos estão todos envolvidos com a corrupção. Esta é uma luta da sociedade."

Episódio ou tendência

Episódio ou tendência

25 mil ou 40 mil pessoas – os cálculos variam – estiveram protestando contra a corrupção na Esplanada dos Ministérios em Brasília.

Foi a mais robusta das muitas manifestações que ocorreram no 7 de setembro em vários lugares do Brasil.
Em Cuiabá, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras, também tiveram manifestações.

Vários testemunhos do evento de Brasília dão conta de que eram muitos jovens e imbuídos de um único sentimento: protestar contra a corrupção.

Tiveram a preocupação de não partidarizar o evento nem aceitaram doações de políticos nem de empresas. Um belo exemplo.

Provavelmente, as redes sociais – em especial, o Facebook, estrearam com força na política nacional.

A marcha foi criada e convocada pelo “face”. No na segunda-feira, mais de 25 mil pessoas já tinham aderido ao movimento na internet.

Na terça-feira, em artigo que publiquei no Brasil Econômico indagava se a marcha seria um episódio ou uma tendência.

Ainda é cedo para responder. Porém, o volume de pessoas e a forma de mobilização indicam que existe algo no ar.

Como bem disse Adriana Vasconcellos, “tudo indica que esse é apenas um começo da reação do país aos malfeitos que assistimos há anos passivamente, sem reagir.”

Depois de lavar a rampa do Congresso e de protestar pacificamente pelas avenidas de Brasília, o próximo passo – na minha opinião – deve ser a criação de um Comitê Nacional contra a Corrupção com sede em Brasília e articulação em todas as capitais.



Murillo de Aragão é cientista político

O passado cobra

O passado cobra

Merval Pereira, O Globo

"O movimento contra a corrupção que parece estar tomando forma em todo o país trouxe à baila novamente o interesse da opinião pública sobre o julgamento do mensalão, que deverá ocorrer no Supremo Tribunal Federal (STF) no início do próximo ano.

Nada pior para José Dirceu e os 36 outros réus do que revolver o assunto, pois não deu certo o ousado plano de tentar limpar a ficha dos mais importantes políticos envolvidos no processo.

Além do próprio Dirceu, que, reafirmado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, como o "chefe da quadrilha", aparece no meio de confusões políticas, o caso mais exemplar de tentativa de recuperação de imagem que deu errado é o do deputado federal João Paulo Cunha.

Nas suas alegações finais, o Gurgel chama a atenção para o fato de que Dirceu continua exercendo forte poder político no PT, e a exposição de seus encontros reservados com ministros e parlamentares, em um quarto de hotel de Brasília, explicita esse poder que torna factível a posição de 'chefe da quadrilha'."

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

TRF libera supersalários da Câmara

TRF libera supersalários da Câmara
O presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Olindo Menezes, liberou o pagamento de salários acima do teto constitucional de 26 700 reais para servidores da Câmara dos Deputados. Numa decisão de nove páginas publicada hoje, Olindo suspendeu os efeitos de uma liminar concedida pela Justiça Federal em Brasília em julho que barrava o pagamento dos supersalários.

No final de agosto, uma colega de Olindo, Mônica Sifuentes, havia mantido a decisão de primeira instância segundo a qual salários, benefícios e outras verbas recebidas por funcionários da Câmara têm de ficar submetidas ao teto. O presidente do TRF, porém, desconsiderou as decisões anteriores e garantiu os supersalários da Câmara. Olindo, aliás, também já deu decisões para liberar o fura-teto no Senado (Leia mais em MP recorre no TRF contra supersalários do Senado).

Por Lauro Jardim

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Rejeitada por Lula, Marta surge no ‘topo’ do Datafolha

Rejeitada por Lula, Marta surge no ‘topo’ do Datafolha
Folha


O Datafolha realizou sua primeira pesquisa de intenção de voto para a eleição municipal de São Paulo.

Refugada por Lula, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), hoje senadora, aparece na primeira colocação em todos os cenários.

Na média, Marta amealha vantagem de 14 pontos percentuais sobre seus antagonistas.

Preferido do ex-soberano, o ministro petê Fernando Haddad (Educação) amarga a lanterninha da sondagem. Oscila entre 1% e 2%.

Os dados recolhidos pelo Datafolha nas ruas de São Paulo ajudam a entender a relutância de José Serra em subir ao ringue paulistano.

A despeito da superexposição obtida na campanha presidencial do ano passado, Serra aparece 11 pontos percentuais atrás de Marta. Nesse cenário, a coisa ficou assim:

Marta: 29%; Serra: 18%; Celso Russomano (PP): 13%; Netinho de Paula (PCdoB): 8%; Soninha Francine (PPS): 6%...

…Paulinho da Força (PDT): 6%; Gabriel Chalita (PMDB): 3%; Luiz Flávio Borges D'Urso (PTB); 2%; Eduardo Jorge (PV): 2%.

No cenário em que o candidato do PSDB é o senador Aloysio Nunes Ferreira, Marta vai a 31%. Russomano escala a segunda colocação, com 15%.

A seguir, tecnicamente empatados em terceiro, vêm: Netinho (9%), Soninha (8%), Paulinho e Aloysio (7% cada um).

E se o candidato do PT for Haddad? Bem, nesse caso, no seu melhor cenário, o queridinho de Lula amealha 2%.

Na primeira colocação, aparecem, empatados, Serra e Russomano, cada um com 19%. Uma igualdade que, de novo, constrange o nomão do tucanato.

À frente de Haddad, aparecem Netinho (13%); Paulinho e Soninha (9% cada um); e Chalita (5%).

Na lanterna, numericamente empatados com o preferido de Lula, surgem o verde Eduardo Jorge e o advogado D'Urso, ambos com os mesmos 2% de Haddad.

Excluindo-se Marta e Serra da contenda, escala a primeira coloicação, o pepê Russomano, com 20%. Nessa hipótese, Haddad fica com 1%.

Se o candidato tucano for o deputado estadual Bruno Covas, amealha 6%. Se for o secretário de Energia José Aníbal, 4%.

Feita assim, com um ano e dois meses de antecedência, a pesquisa do Datafolha serve mais como munição partidária do que como estatística eleitoral.

Em manifestação expontânea, quase um terço do eleitorado da capital paulista declara que ainda não se fixou em nenhum candidato.

A liderança de Marta e a vice-liderança de Serra escoram-se no grau de conhecimento da dupla, o chamado “recall”.

Contra ambos pesam as altíssimas taxas de rejeição. No caso de Serra, 32% dos pesquisados disseram que não votariam nele em nenhuma hipótese.

Outros 30% disseram que jamais votariam em Marta. Afora os dois, só Netinho exibe semelhante grau de rejeição: 32%.

Nesse quesito, Haddad, por desconhecido, exibe uma taxa de rejeição negligenciável, praticamente inexistente.

De resto, as legendas talvez levem em conta na hora de definir seus candidatos o peso específico dos “padrinhos” de seus contendores.

Nada menos que 40% dos entrevistados disseram que poderiam votar num candidato apoiado por Lula.

O apoio de Dilma é levado em conta por 26% dos eleitores. O do governador tucano Geraldo Alckmin exerce influência sobre 27% dos donos dos votos.

Na hipótese de optar por azarões, PT e PSDB terão de suar a camisa para compor coligações que ampliem a vitrine da propaganda eletrônica.

A importância da quantidade de minutos de televisão cresce na medida exata da taxa de desconhecimento do peixe a ser vendido.

Não é à toa que Lula move-se para tentar empurrar para fora do tabuleiro postulantes como Chalita, Netinho e Paulinho.

Interessa ao ex-soberano arrastar para a eventual chapa encabeçada por Haddad PMDB, PCdoB, PDT e todo o etectétera que quiser associar-se ao risco.

Escrito por Josias de Souza

Rudolfo Lago

Rudolfo Lago

--------------------------------------------------------------------------------

09/06/2011 - 16h34
Minoria em seu próprio governo

“Parece ter ficado uma lição para Dilma: paquidermes podem ser animais bem dóceis, até resolverem não ser”

É comum acontecer, em países que, ao contrário daqui, não têm eleições para o Executivo e para o Legislativo casadas, os presidentes ficarem em minoria no Congresso. Agora, nunca se viu um governante eleger uma base avassaladoramente grande, fazer a oposição entrar em parafuso, forjar a quase extinção de uma das suas legendas adversárias, e, mesmo assim, perder de forma vergonhosa, como aconteceu com a presidente Dilma Rousseff na votação do Código Florestal. Naquele dia, nas últimas semanas de maio, Dilma não foi derrotada por seus adversários. Ela foi derrotada pelos seus aliados. Ficou, assim, em minoria dentro do seu próprio governo.

Duas frases ditas naquela quarta-feira, 25 de maio, resumem com perfeição esse fenômeno. A primeira foi dita pelo líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN): “Eu também sou governo”. A segunda foi dita pela senadora Kátia Abreu, do Tocantins, líder ruralista que está trocando o DEM pelo PSD: “Se eles têm os ministros do Meio Ambiente, nós temos os ministros da Agricultura”.

Henrique Eduardo Alves orientou o PMDB a desafiar solenemente as orientações vindas do Palácio do Planalto. Quando questionado, disse que ele era tão governo quanto a presidente! Ou seja: negou a Dilma o posto de chefe, colocou-a como mais uma. Que, naquele momento, devia enfiar a viola no saco porque estava em minoria. E Kátia, que não é governo, arrematou com uma constatação certeira: o governo é mesmo dividido com relação às questões ambientais, abriga ao mesmo tempo ambientalistas e representantes do agronegócio. A senadora, pelo menos, mostrou que, neste ponto, o conflito enfiado dentro do próprio governo não é uma exclusividade de Dilma.

Adotou-se no Brasil uma lógica de composição de maioria política que o ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta certa vez apelidou de “partido-ônibus”: apertando, sempre cabe mais um. Não interessa saber como o político pensa, se tem alinhamento ideológico com os pensamentos que vão nortear a administração, nada disso. Se está disposto a votar com o governo, é bem-vindo. E ganhará seu naco de poder. Assim, os governos brasileiros costumam ter gente ligada a toda e qualquer linha de pensamento que possa se reverter em votos nas eleições e nas votações no Congresso. Há o megaempresário e há o sindicalista. Há o religioso retrógrado e há o cientista arrojado. Há o moralista conservador e há o representante dos homossexuais. E há o ecologista e o empresário rural. Que tudo se resolva na base da queda de braço. E, Dilma viu agora, se o presidente ficar do lado menor, problema dele.

Dilma está furiosa. Foi tratorada pelos seus aliados. Para quem tem fama de mandona, deve ter sido mesmo horrível ficar de espectadora na votação do Código Florestal. Parece ter ficado uma lição sobre a sua base de sustentação imensa, mas sem qualquer alinhamento ideológico: paquidermes podem ser animais bem dóceis, até resolverem não ser.

Assista à íntegra da entrevista com Tariq Ali

Corrupção



terça-feira, 6 de setembro de 2011

Especialistas debatem sobre a criação de novos estados no Brasil

Na PB, médicos operam crânio com furadeira de obra

Na PB, médicos operam crânio com furadeira de obra

Dilma Rousseff falou sobre medicina em seu programa radiofônico desta segunda (5). Disse que os médicos recém-formados precisam conhecer as necessidades do país.

Simultaneamente, a Associação Médica da Paraíba divulgou uma denúncia que indica que também os governantes deveriam tomar ciência das carências brasileiras.

Revelou-se que os médicos do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, o maior da Paraíba, trabalham sob condições impensáveis.

Realizam cirurgias cranianas com furadeira convencional, dessas que são usadas em marcenarias e na construção civil.

Por quê? O craniótomo, equipamento cirúrgico que deveria ser empregado para perfurar cabeças, está quebrado faz mais de um ano.

Com a furadeira de obra, procedimentos realizados em dez minutos passaram a consumir uma hora. Afora o suplício, eleva-se o risco de vida dos pacientes do SUS.

O improviso nas cirurgias de crânio é apenas parte do descalabro exposto em relatório da entidade que representa os médicos paraibanos.

No seu lero-lero radiofônico, Dilma revelou o desejo de redistribuir os médicos pelo mapa do Brasil.

Quer que parte dos estudantes de medicina –5 mil dos 24 mil que se servem de crédito oficial— vá trabalhar no interior do país.

Pelas contas do governo faltam médicos em cerca de 2 mil municípios brasileiros. Quem topar mudar-se para essas localidades terá desconto na dívida com o MEC.

A certa altura, Dilma soou assim: “Um dos maiores objetivos do meu governo é fazer com que a qualidade de atendimento do SUS seja igual àquela praticada, por exemplo, nos grandes hospitais privados do nosso país…”

“…Vamos garantir atendimento humano e de qualidade e isso é um compromisso a ser buscado todos os dias.”

Para esta segunda-feira, Dilma talvez devesse se autoimpor o compromisso de disparar alguns telefonemas para a Paraíba.

Se médicos veteranos são submetidos ao impensável no maior hospital público de João Pessoa, como convencer os novatos a enfrentar o inacreditável nos fundões do Brasil?

Josias de Souza

NatGeo - INSIDE 9/11 - Bastidores - World Trade Center - 11 de Setembro ...

O 11 de setembro viabilizou Guerra no Iraque, afirma professor

Ex secretario de Defesa americano fala sobre o ataque do dia 11 de setembro

11 DE SETEMBRO - ENTREVISTA COM IVAN FAIRBANKS BARBOSA, PAI DO BRASILEIR...

11 DE SETEMBRO - ENTREVISTA COM PETER DEMANT, HISTORIADOR DA USP

Brasil se manifesta a favor do Estado palestino






domingo, 4 de setembro de 2011

Presidente Chávez responde


É ILEGAL E DESMATA

É ILEGAL E DESMATA
Marina Silva


Na última semana, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) entregou à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado seu relatório sobre o projeto do Código Florestal. Não surpreendeu.


Manteve todos os vícios de origem, que agridem a Constituição, trazem insegurança jurídica e incentivam novos desmatamentos. Poderia ter melhorado, agregando contribuições dos cientistas e especialistas ouvidos no Congresso.


Poderia ter esperado a reunião com juristas. Mas não. Passou recibo e assinou embaixo.
Já se esboça operação política para que, rapidamente, esses retrocessos sejam legitimados. No Senado, parece haver articulação entre governo e ruralistas para que se aprove o projeto com rito sumário na CCJ. É o que se depreende da manifestação pública da ministra do Meio Ambiente, sinalizando aprovação ao relatório, e das declarações da presidente da Confederação Nacional da Agricultura à imprensa sobre um suposto acordo com o relator na Comissão de Meio Ambiente, Jorge Viana (PT-AC), para votá-lo até outubro.


As coisas começam a ficar mais claras. Senão, como entender a lamentável decisão de entregar a relatoria de três das quatro comissões que analisam o Código no Senado para um mesmo senador, aquele que fez uma lei estadual flagrantemente inconstitucional, reduzindo a proteção das florestas em Santa Catarina, equívoco que, agora, está propondo para todo o país?


Repete-se o distanciamento entre a posição do Congresso e a vontade da sociedade, acrescido da tentativa de criar a falsa sensação de que o projeto é equilibrado e bom para as florestas. Isso não é verdade.


Nenhuma das sugestões dos ex-ministros do Meio Ambiente foram consideradas.
Tampouco as dos cientistas.


Segundo uma primeira avaliação do Comitê em Defesa das Florestas, integrado por CNBB, OAB, ABI, entidades ambientalistas, sindicais e empresariais, o relatório não só não corrige os retrocessos, mas os consolida e aprofunda (ver minhamarina.org.br).


Transferir competências da União para os Estados vai promover uma guerra ambiental e gerar legislações permissivas, antiambientais e irresponsáveis. Juristas de renome, como o ministro Herman Benjamin, do STJ, têm alertado para a necessidade de observância do princípio jurídico da "proibição de retrocessos".


Ele entende que o projeto reduz a proteção das florestas, em vez de ampliá-la.


O debate no Senado pode ser mais amplo, profundo e sem pressa. Todos os argumentos e questionamentos devem ser analisados com isenção. É inaceitável que a manobra rural-governista em curso coloque por terra a esperança depositada no Senado e nos compromissos de não retrocesso assumidos pela presidente Dilma.


Marina Silva escreve às sextas-feiras na Folha de S. Paulo