domingo, 30 de setembro de 2007

OS JUROS DO FINANCIAMENTO HABITACIONAL

Se você pretende comprar uma casa financiada, saiba que não será fácil, especialmente se depender de financiamento das instituições bancárias oficiais. Apesar da intensa propaganda, os juros são extorsivos, e a propaganda dos bancos e do governo é mentirosa.
A Caixa Federal, que ainda lidera este tipo de negócio no Brasil, também cobra juros estratosféricos. Então se prepare, adquirir a casa própria no Brasil, é uma aventura e tanto, freqüentemente os trabalhadores brasileiros comprometem boa parte do seu vencimento com as prestações desses financiamentos.
Lembro-me de que na campanha presidencial, o candidato do PSDB, prometeu um programa de financiamento que não comprometesse, mais do que quinze por cento do salário dos trabalhadores. Na verdade era uma promessa que o próprio candidato sabia que não iria realizar.
Em geral os trabalhadores que financiam a casa própria, nos bancos oficiais, gastam mais do que vinte e cinco por cento dos seus salários com as prestações. Agora pense em todos os demais compromissos, que devem ser honrados com os demais setenta cinco por cento que sobra do salário.
Na Noruega, um país, que em nada se parece conosco, felizmente para eles, vigora um sistema de crédito habitacional, onde praticamente todos os noruegueses possuem as suas casas próprias tão logo se casem. Nós, por outro lado, temos um sistema africano de financiamento habitacional, que governantes imbecis e cínicos vivem a saudar, como uma grande realização, quando em verdade são verdadeiras arapucas, que criam inúmeras dificuldades para os trabalhadores.
No ano passado adquiri a casa própria, eu e minha companheira, ambos temos 4 empregos e comprometemos mais de vinte por cento de nossa renda com as prestações da casa. A duras penas temos honrado os compromissos com a Caixa Federal, porque fizemos um mínimo planejamento.
Mas o que fizemos, infelizmente, está inacessível para noventa por cento dos brasileiros, por várias razões, especialmente os critérios para a concessão desses financiamentos: a) Não é para qualquer imóvel; b) Não se pode ter nenhuma pendência financeira; c) deve-se comprovar rigorosamente a renda, e por ai vai.
Pois bem, o resumo da ópera, é o óbvio, mas muitos desconhecem. Os financiamentos habitacionais no Brasil são excludentes, e não existe nenhuma iniciativa para mudá-los.
Vejo muitas pessoas que gostariam de fazer o dito financiamento e não conseguem. Porque? Porque os mesmos são formatados, como um grande negócio para os bancos, e uma arapuca para os que desejam o financiamento.
A propaganda do governo federal, com o jogador Raí de símbolo, que era até recentemente veiculada nas televisões era mentirosa. Só mesmo num país desorganizado e sem prioridades claras, o financiamento de um carro é mais fácil, do que o financiamento da casa própria.

Conservando os amigos

Nossos amigos são aqueles que estão próximos nas boas e na horas amargas. Nestas últimas, inclusive, os amigos fazem muito mais falta.

Saber conservar os amigos, parece ser um eterno exercício reservado apenas aos mais sábios.

A sabedoria aplicada aos nossos opções de vida, normalmente nos poupa de sofrimentos futuros.

sábado, 29 de setembro de 2007

Fim de novela

Final da novela paraíso tropical teve de tudo. Tiros, mortes. O que chama a atenção é a audiência dos capítulos finais, até eu tive que assistir o último capítulo repetido.
Alguém tem alguma dúvida sobre a força das telenovelas na formação de todos nós brasileiros?
E a Bebel, virou amante exclusiva de um Senador. HE,HE,HE,HE.
QUE CATEGORIA!

Mais uma vez Gandhi

Vou assistir em breve pela sexta ou sétima vez o filme Gandhi. É o tipo do filme se se pode assistir muitas vezes. O filme completou 25 e continua sendo um espetáculo, que retrata a vida de um dos homens mais espetaculares do século XX.

35 anos!

Para concorrer a presidente da república e a senador da república a pessoa deve ter 35 anos. Qual é a lógica dessa regra. Por acaso um jovem não pode ser portador de uma experiência significativa?

Muito obrigado

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A Lei do Zeca

O caso da pensão milionária do ex-governador de Mato Grosso do Sul
Foi adiada a definição sobre a constitucionalidade do pagamento de mesada vitalícia para ex-governadores de Mato Grosso do Sul. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pediu vista da Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pela OAB contra a lei que garantiu pensão mensal de R$ 22 mil para os ex-dirigentes do estado.
A lei beneficiou diretamente o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, que enfrenta uma batalha judicial para manter a pensão, extensiva aos herdeiros dele em caso de morte. O artigo questionado na ação é o 29-A do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias introduzido na Constituição sul-mato-grossense pela EC 35/2006. O dispositivo foi promulgado pela Assembléia Legislativa no apagar das luzes da administração do Zeca do PT.
A ADI foi levada a julgamento nesta quarta-feira (1º/8). Já votaram pelo deferimento da ação — o que acaba com a mesada — a ministra Cármen Lúcia (relatora) e os ministros Ricardo Lewandowski, Sepúlveda Pertence, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso. Pela constitucionalidade da lei e a conseqüente manutenção da pensão votou o ministro Eros Grau.
No mês de julho, a ministra Ellen Gracie suspendeu a execução da decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul que assegurou para os ex-governadores o direito de receber a pensão — que tem o mesmo valor do salário do atual governador do estado, André Puccinelli (PMDB).
Único a declarar a constitucionalidade da lei, o ministro Eros Grau defendeu que a pensão especial criada pela lei não configura benefício previdenciário. Esse havia sido um dos argumentos usados pela relatora, Carmem Lúcia, ao considerar que a pensão é ilegal porque desobedece as regras que dão direito a aposentadoria no país.
O ministro Eros Grau citou Aristóteles, ao afirmar que o Direito prevê que os “desiguais devem ser tratados desigualmente”. Falou, ainda, da existência de inúmeros casos de pensões especiais, pagas pelo poder público a pessoas que não têm condições de se manter e que tenham prestado serviços ao estado. Entre elas, relacionou a viúva de Ruy Barbosa.
Ao finalizar o voto, o ministro também desconsiderou ofensa ao princípio da moralidade administrativa na criação da pensão, também citada pela relatora, e proferiu sua decisão de que o pedido da OAB não tem procedência. Mas até agora é vencido por seis votos.
O ministro Cezar Peluso classificou como “abuso legislativo” a iniciativa de criar uma lei como essa. O ministro Marco Aurélio demonstrou insatisfação pelo tribunal não terminar de julgar a questão.

FONTE: REVISTA CONSULTOR JURÍDICO - 01.08.2007 (POR PRISCYLA COSTA)

Comunicado

Uma decisão infeliz do partido do governo fustiga a mídia privada : Repórteres sem Fronteiras faz apelo ao presidente Lula e ao presidente do PT
Comunicado em português


Exmºs Srs.


Luís Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, e Ricardo Berzoini, presidente do Partido dos Trabalhadores.

Repórteres sem Fronteiras manifesta sua preocupação sobre as conseqüências da decisão adotada no dia 31 de julho pela Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), convocando detentores de mandatos públicos à mobilização contra uma “grande ofensiva da direita aliada a certos setores da mídia contra o PT e o governo do presidente Lula", fundador do partido. Gléber Naine, responsável pela comunicação do PT, destacou o canal de televisão privado TV Globo e os diários Correio Braziliense, O Estado de São Paulo, O Globo e Folha de São Paulo como veículos que “nunca fizeram antes oposição a um governo como o fazem agora".

Esta decisão nos parece inoportuna e sem fundamento. De um lado, se é verdade que a mídia privada do país não poupou críticas ao presidente Lula e seu governo quando de sua chegada ao poder, a relação entre o governo federal e a imprensa evoluiu de forma favorável desde então. Por outro lado, os veículos citados não deixaram de criticar representantes dos partidos de oposição citados em casos de corrupção, abuso de poder e fraude.

É nosso dever lembrar, contudo, que a revelação, às vésperas das eleições de outubro de 2006, de um escândalo envolvendo membros do PT - que tentaram comprar um falso dossiê contendo acusações contra candidatos de oposição - provocou a reação de militantes do partido contra a imprensa. Na ocasião, os demais partidos representados no Congresso que tomaram parte nessas manifestações também tiveram parte na responsabilidade pelas agressões dirigidas contra a mídia, para as quais não servem de justificativa as alianças políticas vigentes.

A resolução que o PT acaba de aprovar ocorre poucos dias após a ampla cobertura pela mídia das manifestações que se seguiram após a catástrofe aérea no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 17 de julho, e as vaias dirigidas ao presidente Lula por ocasião da abertura dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro. Tais manifestações devem ser vistas como uma crítica sistemática às autoridades de Brasília? Deveria a imprensa se calar diante desses eventos, deixando-os passar de forma despercebida? É possível responsabilizar a mídia pela insatisfação provocada pela emoção coletiva decorrente da tragédia de Congonhas?

Repórteres sem Fronteiras vem por meio desta chamar as autoridades de governo ao bom senso. A decisão do PT não nos parece em acordo com um partido democrático. Ela não pode senão alimentar o rancor, e deve ser reconsiderada.

À espera de que nossas considerações sejam ouvidas, queira, Exmº Sr. presidente, receber os nossos votos da mais alta estima e consideração.

Robert Ménard
Secretário Geral

Comentário do Fábio

Comentário deixado no blog pelo amigo Fábio:
"Fábio disse...
Nossos filhos professor, serão vítimas de um processo de extinção da raça humana, mas o problema é sacolinha de plástico, viu no Fantástico né? O que compramos dia a dia que é produzido sem o mínimo de responsabilidade com nosso ambiente não tem problema!"
25 de setembro de 2007

CHARGE

Envelheço na cidade

Ira e Pitty - Eu Quero Sempre Mais

Ira! - Flores em Você



Valores da Vida



Evento

Caçador Online: "Papel dos professores ganha ênfase em Curso 27/09/2007 22:04 - Caçador Online
Professores e diretores das escolas Wanda Krieger Gomes, Hilda Granemann de Souza e Esperança, participaram, durante toda esta quinta-feira, 27, de um Curso de Capacitação Continuada. O evento foi realizado no plenário Osvaldo José Gomes, na Câmara de Vereadores. O presidente do Legislativo, Antonio Gilberto Gonçalves (PT), destacou a importância do professor na sociedade. Ele enfatizou que todas as outras profissões dependem de um professor para buscar a qualificação e o conhecimento. “Diante disso, rendo seu respeito por esta classe trabalhadora”, enfatizou. O coordenador do evento, Osmar Pavelski, destacou a iniciativa, afirmando que isso mostra a qualidade dos profissionais de Caçador, pois todos os palestrantes trabalham em Caçador. “Estamos dando a oportunidade de capacitação e ao mesmo tempo valorizando os profissionais da nossa cidade, que não ficam devendo nada a palestrantes de outras regiões”, destacou. O gerente Regional de Educação, Odilon Morona, ressaltou a importância de reunir as duas redes de ensino, demonstrando que o objetivo é melhorar a Educação como um todo. Gonçalves finalizou destacando ainda o grande número de pessoas que estão utilizando a estrutura da Câmara, onde mais de 15 mil já passaram pelo local somente neste ano. Agradeceu pelo apoio que diretores e coordenadores estão dando ao Programa de Capacitação Mirim e colocou a casa e seus membros à disposição de todos. "

TÁBUA DE PASSAR

PUBLICADO EM: 23/02/2006
JORNAL INFORME
Resolvi tornar minha vida de homem separado mais confortável e investir numa tábua de passar roupa... Não sei se é assim que chama aquelas mesinhas de passar roupa com um armarinho munido de gavetas e portas, e ao lado uma pequena estrutura de metal para encostar o ferro...
Comecei minha pesquisa de preço na parte alta da avenida Barão do Rio Branco, afinal, a cada quinzena inaugura uma nova loja de móveis por aquelas bandas, com direito a foguetes, show de graça e gazeta descarada de aula... Procurei, primeiro algo básico: logo ao entrar, fui abordado por uma moça vestida de verde limão, com uma rosa estampada no bolso da camisa, por um instante pensei ter entrado numa floricultura, por causa da estampa sugestiva, mas logo percebi que estava na primeira de muitas revendedoras de móveis e eletrodomésticos daquela região da cidade. – O senhor já tem ficha conosco?... – Sim... Mas ao constatar que já fazia muito tempo que eu não comprava naquela loja, pediram para eu cprovidenciar um desorientado para servir de avalista. Nem procurei, porque hoje em dia já não se fazem loucos como antigamente.
Pensei em chegar na loja do pingüim... Só pensei, porque com o calor que fazia, certamente não sobraria nenhum pingüim para me atender, peguei um folheto, mas não encontrei o que procurava... Na próxima loja entrei com muito orgulho, afinal, também “soy latino americano e nunca me engano...” Escolhi minha tábua, mas o vendedor viajou na maionese tentando ser simpático: -Não quer levar o ferro também? Tem um ótimo na promoção, sua esposa vai adorar! – Desculpe-me, mas não tenho esposa e já tenho ferro de passar...
Prosseguindo minha jornada, atravessei a rua e vi belas moças segurando o mastro de bandeiras enormes, algumas vermelhas, outras brancas, atrapalhando o estacionamento... Pensei comigo: - Será que é alguma passeata ou comício?... Mas, ainda estamos tão longe das eleições!... Só depois percebi que se tratava de mais uma loja de móveis. Encontrei o que procurava, só não encontrei dinheiro na carteira para a entrada. Oh! Que labuta!... Prossigo minha maratona e encontro um baianinho sorrindo para mim na placa... Pensei que encontraria um grupo de capoeira ou a Scheila Carvalho... Mas só encontrei uma vendedora normal com sotaque caçadorense, que também viajou na maionese ao me mostrar a tão sonhada tábua: Gostaria de ver também uma máquina de lavar da promoção? É um ótimo presente para sua mãe. – Sinto muito, mas minha mãe não precisa mais lavar roupas, ela faleceu há mais de um ano. (Porque será que todo vendedor pensa que precisamos mais do que procuramos?).
Desesperado, por pouco não endividado, atravesso a rua até a capela Nossa Senhora Aparecida: - Ô minha Nossa Senhora, como é difícil, para um pobre plebeu indeciso comprar uma tábua de passar?
Márcio Roberto Goes
Passando roupa na mesa mesmo

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

O uso da Internet emcampanhas eleitorais

O avanço da internet como veículo de comunicação no País vem produzindo efeitos também no campo eleitoral. Apesar do número de usuários ser ainda pequeno se considerarmos o universo eleitoral brasileiro, ele vem crescendo a cada dia e já se aproxima dos dez milhões segundo projeções do Comitê Gestor da Internet no Brasil.
Outro obstáculo a ser levado em conta é o fato de que a política não é propriamente o assunto mais procurado na internet. Assim como nos outros meios de comunicação o desinteresse por esse assunto é grande, mas em particular na internet, o seu espaço é ainda mais reduzido visto que o caráter informativo (aqui como forma de o usuário estar informado sobre as principais notícias) não é o seu forte. Busca-se na rede, em escala muito maior, assuntos diversos como música, sexo, relacionamento pessoal, programas de computador, compras on-line, além de outros. Mas este também é um dado que apresenta sinais de mudança, pois notamos que embora reduzido, cresce a cada dia o número de pessoas que se utilizam desse canal para se informar sobre os diversos assuntos que cercam o nosso cotidiano. Prova disso foi quando houve o atentado terrorista em Nova Iorque e Washington, onde a rede acusou um número gigantesco de acessos, a grande maioria de pessoas procurando informações sobre o acontecimento nos principais sites de notícias.
Assim, muito embora existam estes fatores, falando-se de campanhas eleitorais, ter um site na internet significa mais uma peça de artilharia na batalha pelo voto a um custo relativamente barato. Saber usar este instrumento é que se torna a grande questão.
Para tanto, em primeiro lugar é preciso saber o segmento em que o candidato está atuando, ou seja, qual é a sua base eleitoral, em que se baseia sua plataforma política e qual é o eleitor que se pretende atingir. Dependendo deste parâmetro, a internet pode ser tanto um canal inócuo, como também se tornar indispensável para a campanha.
Por exemplo, para um candidato que tem sua campanha baseada no tema ecologia, e que tem um bom histórico pessoal na luta pela preservação do meio-ambiente, ter um site hoje é fundamental. Note-se que este candidato possui um conteúdo específico de informações para poder transmitir através de seu site e o seu público alvo é formado por indivíduos que em geral tem acesso a esta tecnologia.
Mas mesmo que a massa de seu eleitorado não possua estas condições, é importante ressaltar que o público seleto que se atinge com esta mídia é composto geralmente por influenciadores de votos _ aqueles que pelo seu nível intelectual, cultural e social podem influenciar outros a seguirem suas opiniões _ sendo desta forma, a internet, um canal eficaz para atingir indiretamente o seu eleitorado.
Aliás, cumpre destacar que atualmente a principal função do site de campanha eleitoral não é exatamente fazer com que um eleitor indeciso vá procurá-lo para decidir em quem vai votar, mas sim de dar embasamento àquele que já fez sua opção e busca mais informações sobre o seu candidato gerando um entrosamento com ele e, significando assim, mais munição para que este influencie outros eleitores.
O Lado Operacional
Custo e Registro:
Há três momentos em que se deve despender recursos para colocar o site em operação. O primeiro é o registro, onde se deve pagar uma taxa inicial e depois taxas anuais para ter o seu domínio registrado, porém, o TSE nas eleições passadas disponibilizou o endereço www.(nome do candidato e número).can.br, que pôde ser usado sem o pagamento de taxas, o candidato interessado deveria providenciar o cadastro no registro.br, comunicando no prazo máximo de 48 após a efetivação do registro ao Juiz Eleitoral da zona onde pediu registro de sua candidatura, indicando o endereço eletrônico adotado. O segundo ítem é a hospedagem do site, pois é necessário se ter um provedor para que o seu site fique ali armazenado. E finalmente, a criação do site e sua manutenção, que poderá variar consideravelmente entre zero (se o candidato fizer ele mesmo, ou alguém o ajudar a elaborar o site) até um valor indeterminado, dependendo dos recursos e a estrutura utilizada no site.
Duração:
O site de campanha tem uma vida útil curta, aproximadamente três meses (ou um pouco mais em se tratando de campanhas de dois turnos), iniciados no dia 6 de julho do ano eleitoral e indo até o primeiro domingo de outubro, dia das eleições. Na verdade, esta restrição não foi imposta pela lei eleitoral, mas por uma resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que igualou o site de campanha à outras espécies de propaganda eleitoral e estendendo à ele a proibição de ocorrer antes do dia 6 de julho. Vale ressaltar, porém, que segundo o TSE, não é proibido que os candidatos tenham páginas pessoais, mas colocar em seus sites pesquisas de intenção de voto e referências, mesmo que indiretas, à ocupação de cargos políticos, caracteriza a propaganda eleitoral antecipada. Nas últimas eleições, só no Estado de São Paulo, houve cerca de 24 representações encaminhadas pelo Ministério Público sobre propaganda antecipada na Internet. Parte delas foi considerada procedente por justamente fazer referências ao cargo político pretendido e por apresentar propostas para o exercício do cargo. Em outros países como os EUA, por exemplo, não há uma restrição como aqui, o próprio presidente americano mantém o seu site pessoal atualizado mesmo fora do período eleitoral (www.georgewbush.com).
Conteúdo e Lay-Out
O conteúdo será ditado conforme o segmento eleitoral em que está enfocada a campanha do candidato, como já se disse antes. O site é sem dúvida, um instrumento eficaz para o candidato passar sua plataforma e histórico de maneira detalhada. Mas não convém criar um site muito extenso, mesmo porque este terá uma duração muito curta, como já se disse e além do que, pode-se tornar muito cansativo para o visitante.
Despertar Interesse:
O site deve ser interessante, a fim de atrair o eleitor. Mas sites interessantes já existem aos montes na internet, por isso, é importante que se crie algo mais específico para o seu público-alvo, inserindo algo relacionado diretamente à ele. Por exemplo, se se tratar de um candidato que atua num determinado bairro da cidade, é de valia colocar informações específicas sobre este bairro: linhas de ônibus, obras a serem realizadas, comércio, moradores ilustres, história ilustrada do bairro e outras curiosidades.
Facilidade de Navegação:
A página inicial do site (“homepage”) deve ter indicações para onde o visitante deva querer se dirigir, jamais preencha esta página com históricos do candidato ou outros trechos longos. O visitante é quem deve escolher o que quer ver. E as demais páginas devem ter um volume bem dosado de informações para não se tornar fatigante.
Vinhetas:
Geralmente em sites informativos não se usam vinhetas (animações gráficas associadas à música ou efeitos sonoros produzidas para internet através de programas específicos), mas num site de campanha estes artifícios são bem vindos, porque a informação prestada no site não deixa de estar inserida no contexto da propaganda eleitoral, logo, com este composto de movimento e som se atinge também o lado emocional do espectador.
Funções Acessórias
Comunicação com o Eleitor:
O site sem dúvida também pode desempenhar um importante papel de estabelecer um canal de comunicação com o seu eleitor. Através de formulários, o candidato poderá obter informações importantes sobre o perfil de seu eleitor e colher críticas ou sugestões importantes para nortear a campanha. É um meio interessante também noticiar a agenda do candidato, convidando todos os correligionários para os eventos da campanha.
Arrecadação de Recursos:
A coleta de fundos para campanhas no Brasil não é uma prática muito comum, mas existe e pode ser feita mais facilmente através da internet. Nos Estados Unidos, na última campanha, o candidato a presidente, John McCain, arrecadou cerca de US$ 2,5 milhões somente através de seu site.
A Divulgação
Aqui reside o principal problema de qualquer site. Como fazer para mostrar a todos que o meu site existe? Para um site se tornar conhecido há uma demanda considerável de tempo e muito investimento em publicidade, fórmulas mágicas são difíceis de acontecer.
Em relação ao sites de campanhas vimos que tempo já é um fator que podemos desconsiderar, mas por outro lado, para a publicidade do site o candidato tem a sua disposição todo o material usado na campanha, que pode perfeitamente ser usado para a divulgação do endereço do site de campanha.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O que é política?

Apesar das muitas acepções que a palavra política tem, devemos reconhecer que existe uma realidade homogênea da política.
Carlos Fayt aponta três significados para o vocábulo: no primeiro, política é uma forma de conduta humana, uma atividade que se expressa em relações de poder, de mando e de obediência. Quando a ação está referida ao fenômeno do poder, estamos na presença da política prática, aplicada, a arte política, ou seja, a técnica para adquirir, conservar e acrescentar o poder.
O conteúdo desta atividade tem como idéia principal a luta pelo poder. Contudo, também se apresenta como ação de governar, cujo fim básico é organizar e dirigir a comunidade, analisando a forma pela qual se conduzem os governantes para obter êxito em seus propósitos e metas. Assim mesmo, a ação política se entende como empresa comunitária, com especial referência à atividade dos governados, dos dirigidos.
Neste sentido, o poder deixa de ser um fim em si, para se transformar em um meio para se atingir este fim, ainda que ele não seja outro que não a própria institucionalização do poder. Deste modo, o poder atua como antecedente constante e incondicionado da ação política.
Fayt designa como dinâmica política ao processo da política como atividade ou ação que se dá no momento da conquista do poder. Visto assim, resultam três momentos diferentes da política.
O segundo significado é o resultado da política como atividade que tem surgido nos órgãos, na organização e na distribuição das competências que são atividades cristalizadas no Estado moderno, dando lugar à uma política estática. Isto tem levado a diversos autores a sustentar que antes do que o Estado surgiu a política, em virtude da sua maior amplitude.
Das duas idéias anteriores, da dinâmica política e da estática política, convertidas em objeto do estudo sistemático do vocábulo que estamos analisando, surge o seu terceiro significado que se refere a política teórica ou ciência política.
Na sua obra “Teoria de La Política”, o tratadista Carlos Fayt, com a intenção de fazer o termo política mais compreensível explica-o sob quatro sentidos diferentes.
a) Conceito amplo e genérico: Política e político vistos nestas dimensões se referem a toda classe de poder organizado, que significa que não devem ser associados unicamente com poder do Estado, sendo qualquer formação social em que se estabelece uma relação de mando e obediência entre os chefes e seus membros.
b) Conceito específico: Neste sentido o poder político se impõe coativamente e obriga a todos os membros da comunidade a respeitar suas decisões, podendo fazer uso da força material se necessário. Deste ponto de vista a política é a atividade humana que se realiza com a finalidade de influir na organização da vida estatal mediante o exercício do poder.
c) Sentido vulgar de política: Este critério parte da idéia de que a política é a atividade do homem para conquistar o poder, sem importar-se com os meios morais para consegui-lo. Nesta acepção o termo é usado em relação com o governo, com os partidos políticos e com os grupos que pretendem obter o poder do Estado.
d) Acepção científica: Política é o conjunto de conhecimentos sistematizados referentes à organização e governo das comunidades humanas passadas e presentes, de suas instituições e das diversas doutrinas políticas que tem inspirado seu desenvolvimento, levando em conta as relações de poder estabelecidas entre seus membros.

http://www.politicavoz.com.br/cienciapolitica/artigo_01.asp

Rascunhos

PERGUNTAS IMPERTINENTES
De onde os candidato tiram tanto dinheiro para distribui favores e pagar dividas de alguns eleitores, conceder bolsas e outras maracutais.

E o movimento cansei
E o movimento cansei, fizeram barulho no mês de julho e agosto e no mês de setembro parecem abatidos e cansados.

As três refeições
Nosso atual presidente manifestou no inicio do primeiro mandato o sonho de deixar o governo com os brasileiro fazendo três refeições.
Faltam 3 anos, veremos até onde vamos.

O DINHEIRO PARA AS CAMPANHAS
Tem gente que só acredita que pode fazer campanha com uma montanha de dinheiro. Vamos prestar bem atenção nessas concepções, é por ai que começam as grandes falcatruas que lamentavelmente só ficamos sabendo depois do pleito.

A complicada democracia

Vista a partir dos seus princípios, a democracia é sempre parcial e inacabada. São características essenciais de um regime democrático o sufrágio universal, as eleições sem pressões sobre os eleitores e a liberdade de associação e pensamento. Mas, na prática, a política se exerce competindo por ocupar os cargos de responsabilidade dentro do Estado. Fala-se, então, em democracia quando essa competição se faz de maneira suficientemente aberta e com certo controle popular. No entanto, o poder não está apenas nos palácios; tomam-se decisões nas famílias, nas empresas, nas associações, nas universidades; neles também a repartição de poder está em jogo e cabe investigar se a democracia se exerce por uma distribuição razoável dele.
É bom lembrar que sociedades não se alteram facilmente por decretos inspirados no bem comum, pois o poder está concentrado em diferentes esferas que podem resistir e contornar exigências legais. Os interesses financeiros são bons exemplos. Marc Fleurbaey, diretor do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França, lembra que os investimentos desempenham papel decisivo no jogo do poder, e diante deles os governos democráticos têm uma margem de manobra muito restrita.
É o caso do poder econômico associado a alguns dirigentes de grandes empresas: sem nenhum mandato eletivo, eles têm acesso direto às esferas superiores. Um cidadão comum se mete na fila de votação para tentar eleger um deputado que nunca vai ver. Já um empresário importante pode ter na sua agenda o telefone direto de vários ministros. Aliás, um dos mitos da política é certa postura ideológica que nos tenta fazer acreditar que os relatórios econômicos, numa economia de mercado, são informações técnicas objetivas, isentas de influências.
A economia, porém, é o lugar por excelência no qual se decide a repartição do poder. Imaginá-la como o espaço de fria racionalidade - e a política como área das paixões e dos interesses - é uma ilusão que impede o aprofundamento da democracia.
Entre a teoria e a prática diária da política há opacidades e contradições. Podemos radicalizar o conceito de democracia em esferas sucessivas de exigências. O primeiro referencial é a igualdade de poder de cada voto. Mas o pressuposto fundamental é que todas as decisões deveriam ser tomadas por aqueles a quem elas concernem, e que o poder de decisão seria repartido na proporção dos interesses em jogo.
O princípio democrático assim exercido se opõe, portanto, a todas as formas de paternalismo; e se funda na idéia de que os indivíduos são capazes de cuidar deles mesmos, desde que se lhes dêem condições para tal. Como conseqüência, a democracia não consistiria apenas em repartir o poder entre os indivíduos, mas em dar às pessoas envolvidas os meios de praticar sua autonomia. Radicalizando ainda mais, essa autonomia deveria ser exercida também pensando nas próximas gerações, já que elas ainda não estão aqui para se defender dos males que lhes podemos infligir. Veja-se a questão ambiental e o poder de nossas decisões de inviabilizar a vida futura num planeta envenenado pelo modelo de “progresso” que decidimos ter hoje.
Há, evidentemente, inúmeras e conhecidas objeções aos princípios democráticos acima apontados. Em Capitalismo, Socialismo e Democracia, Schumpeter fustiga a teoria democrática inspirada em concepções de Rousseau, segundo as quais a verdadeira democracia é capaz de identificar e exprimir a vontade popular. De fato, essa é uma visão utópica, já que muitos conflitos de interesses dentro de uma sociedade complexa são irreconciliáveis. Mas, ainda assim, abandonar a idéia de vontade popular implica estruturar algum objetivo de “bem comum”, fruto de um mínimo equilíbrio de interesses das forças sociais em disputa, orientado para o reforço da autonomia dos cidadãos. Há outras objeções.
As pessoas pobres e “simples” seriam boas para votar, mas incapazes de entender a complexidade das decisões que lhes dizem respeito. Ora, não é justamente um dos papéis da democracia fazer pressão e dar instrumentos para que esses indivíduos adquiram um nível de competência necessária para lidar corretamente com as decisões que lhes concernem?
Fleurbaye tem razão quanto à ambigüidade da idéia de que os indivíduos mais instruídos e competentes devam ter um poder suplementar, e decidam pelos outros. Afinal, um especialista pode influenciar uma decisão de duas maneiras. Uma delas é participar da tomada de decisões com direitos especiais; no entanto, stricto sensu, o exercício da tecnocracia contraria o princípio da plena democracia. Mas especialistas também podem usar sua competência para difundir informações, explicar o que sabem e tentar convencer o cidadão - e aqueles que decidem - da justeza de seus argumentos.
Essa forma de exercer influência é totalmente compatível com a democracia; no entanto, a condição é que a sociedade e o poder econômico viabilizem - para além da novela, do futebol e do programa de auditório - que temas vitais de interesse do cidadão tenham espaço e sejam amplamente discutidos na mídia. Em suma, deve-se dar a palavra aos especialistas, mas não há nenhuma razão democrática para lhes dar o poder. Aliás, uma das mais sérias limitações aos princípios democráticos é a difusão da informação. A voz dos mais fracos em geral tem acesso muito mais restrito às mídias do que os discursos hegemônicos dos que controlam o poder real.
Como se vê, quem sai por aí propagandeando virtudes ou falhas democráticas em regimes ou governos corre o grave risco de ser perguntado de que democracia está falando. E terá de dar explicações complicadas.

http://www.politicavoz.com.br/cienciapolitica/artigo_04.asp

Charge do Gerson


Pesquisa indica que compra de voto triplicou em 2006
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio Mello, rebateu a pesquisa da ONG Transparência Brasil, que revelou que a compra de votos teria sido três vezes maior nas eleições de 2006 do que na anterior. O ministro ressaltou que atribuir ao TSE este desvio, "é no mínimo uma injúria, descambando para calúnia". Ele garantiu ainda que não houve aumento no número de eleitores comprados, mas que houve mais transparência na eleição.
A ONG alega que o TSE não teria sido rigoroso na identificação das regiões mais vulneráveis à compra de voto, nem tomou medidas preventivas para evitar a situação. A pesquisa Ibope, encomendada pela Transparência Brasil e pela União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon), apontou que mais de 8,3 milhões de eleitores teriam sido sondados para vender seus votos, número superior ao apurado nas eleições de 2002. Para Marco Aurélio, o que cresceu não foi o número de tentativas de compra do voto, mas a transparência com que os casos foram mostrados.
O relatório ainda acusa os partidos políticos, que fingem que o assunto não é da sua alçada. Uma conclusão surpreendente é que as faixas mais vulneráveis à compra de votos não são os mais pobres ou os menos instruídos, mas os mais jovens.
Outra conclusão é que a cobrança de propinas por agentes públicos estaduais foi citada por 4% dos eleitores. A região mais afetada é a Nordeste, com 7%, seguida da Norte/Centro Oeste com 4%, Sudeste com 3% e Sul com 2%. Na Norte/Centro Oeste, 12% dos pesquisados não responderam à pergunta, ou disseram não saber – o dobro da média nacional.
A grande maioria dos eleitores avalia bem os antigos governadores e tem boas expectativas quanto aos novos. Mas um quarto dos eleitores acredita que os governadores cujos mandatos se encerraram em 2006 se aproveitaram do cargo para roubar, e um quinto dos eleitores crê que os novos titulares farão o mesmo.
Entre as regiões, a pior avaliação quanto à honestidade dos governantes vem dos estados do Nordeste. Um total de 29% dos eleitores consideram que o ex-governador roubou no cargo, e 21% têm expectativa igualmente pessimista em relação aos novos governadores.
Rouba mas faz
A boa noticia é que o “rouba, mas faz” é aceito apenas por uma pequena parcela do eleitorado. O brasileiro valoriza amplamente a honestidade associada à qualidade administrativa. Entre aqueles que consideram que o novo governador fará um bom governo, 15% são de opinião de que ele roubará no cargo, enquanto 71% acreditam que a administração será honesta.
O ministro Marco Aurélio lembrou que Justiça eleitoral só atua mediante provocação. Mesmo não sendo obrigado, o TSE fez a campanha Vota Brasil - propaganda institucional sobre a importância do voto consciente. “Não podíamos fazer mais nada além disso", ponderou o ministro, "a não ser que a Justiça fosse tutora dos eleitores; a não ser que substituíssemos o eleitor por servidores da Justiça Eleitoral".
Na declaração, o ministro aproveitou para fazer uma frase de efeito, dizendo que o TSE "atuou com punho de aço, muito embora com luva de pelica", ao tirar os registros de candidatos e partidos que tentaram comprar votos.
Marco Aurélio lembrou que a Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) – que proíbe a compra de votos – resultou da vontade popular, com apoio de organismos sociais e da igreja católica, com a tentativa de "preservar, acima de tudo, a dignidade do eleitor, evitando que ele, ante as vicissitudes da vida econômica acabe sucumbindo frente a pressões desse ou daquele candidato ou correligionário de candidato".

O QUE FEZ COM O DINHEIRO?

Até agora Roberto Jefferson não disse o que fez com o dinheiro que recebeu de Delúbio Soares, durante a campanha de 2004, Eram quatro milhões, fruto do caixa dois.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Sacoleiros


RASCUNHOS

REFORMA AGRÁRIA
A reforma agrária não anda, hoje, como historicamente não andou no passado. O atual governo só conserva a escrita dos anteriores.

CLERICALISMO
A igreja deveria ser menos clerical e mais voltada ao povo. Opinião do bispo Dom Mauro Morelli.

FALTARAM OS FOGOS
O governo federal encaminhou a proposta de criação de um piso salarial nacional para o magistério, de 850 reais, como era de se esperar, os fogos de comemoração não vieram. Também pudera. Sobrou foi críticas

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Alunos do Berger participam da OLIB




O Ipê mais famoso de Caçador



Frase

"Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos".
Winston Churchill (1874-1965)

Avacalhação oportuna

"Se teu irmão --filho do teu pai ou da tua mãe--, teu filho, tua filha, ou a mulher que repousa em teu seio, ou o amigo que é como tu mesmo quiser te seduzir secretamente dizendo: 'Vamos servir a outros deuses', deuses que nem tu nem teus pais conheceram --deuses de povos vizinhos, próximos ou distantes de ti, de uma extremidade da terra à outra--, não lhes darás consentimento, não o ouvirás, e que teu olho não tenha piedade dele; não uses de misericórdia e não esconda o seu erro. Pelo contrário: deverás matá-lo! Tua mão será a primeira a matá-lo e, a seguir, a mão de todo o povo. Apedreja-o até que morra, pois tentou afastar-te de Iahweh, teu Deus".
Tal passagem consta do "livro bom" (Deuteronômio, 13:7-11), aquele que deveria despertar o que temos de melhor em nós, segundo os defensores da religião. De minha parte, só tenho de agradecer o fato de meus ancestrais terem se tornado péssimos judeus, ignorando ordens diretas de Deus. Ou bem eles não leram o Deuteronômio ou optaram por não levar as Escrituras muito a sério. Se tivessem seguido à risca a injunção, minha avó materna (até onde sei a primeira atéia da família) teria virado uma poça de sangue bem antes de conhecer meu avô, e eu não estaria aqui, escrevendo estas palavras blasfemas.
Foi, aliás, o grande número de mensagens acusando-me de ter ofendido a Deus em minha última coluna que me leva a retomar o tema, oferecendo alguns esclarecimentos adicionais.
A melhor coisa que aconteceu ao Ocidente nos últimos quatro séculos foi ter se tornado, talvez não irreligioso, mas pelo menos pouco zeloso nessa matéria. Foi essa oportuna avacalhação que fez com que as fogueiras inquisitoriais não voltassem a acender-se e permitiu que a ciência avançasse por terrenos que antes lhe eram vedados.
A grande maioria dos ocidentais ainda não chegou ao ponto de simplesmente negar Deus --e nem creio que chegará--, mas pelo menos conseguiu relegá-Lo a uma espécie de limbo. Um ocidental típico diz que acredita em Deus e até vai a um culto cristão de vez em quando, mais por hábito do que por convicção profunda. Lê muito pouco a Bíblia e, felizmente, nem mesmo cogita de implementar as passagens que mandam apedrejar o filho que tenha simpatias budistas.
Registre-se, "en passant", que é justamente com esses fiéis relapsos que o papa Bento 16 pretende acabar, tornando-os católicos "autênticos". Torço --ou deveria dizer rezo-- para que fracasse. A Idade Média é um ótimo período para estudar, mas bastante chato para viver, em especial se você é membro de minoria religiosa ou, pior, um ateu declarado.
É dessa pequena revolução esculhambada que o islã se ressente. Lá muito mais do que cá, tomam-se ao pé da letra as passagens do livro sagrado que descrevem o sofrimento futuro dos infiéis e as determinações do "Hadith" (as palavras e os atos do profeta, que constituem, junto com o Alcorão, a base da lei islâmica) para que os apóstatas sejam assassinados. Como sustenta o filósofo Sam Harris, no seu instrutivo embora radical "The End of Faith", é esse excesso de literalidade que está por trás dos homens-bomba, um fenômeno quase que exclusivamente muçulmano. E mesmo os chamados moderados islâmicos não seriam tão moderados assim. Harris cita pesquisa de 2002 do Pew Research Center com cifras de fato impressionantes: 82% dos libaneses consideram justificável explodir a si mesmo levando consigo um bom número daqueles que nós chamaríamos de inocentes. Na ocidentalizada Indonésia, são 43% os que defendem abertamente a prática. Na quase européia Turquia, eles chegam a 20%. A pesquisa não foi feita em países como Arábia Saudita e Egito, onde o recorde libanês pareceria um numerinho acanhado.
Abordo agora algumas das objeções mais comuns feitas por meus leitores. Parece-me errado imputar à falta de religião os crimes cometidos por Stálin, Mao e Pol Pot, para citar apenas os mais ilustres. Se há algo a destacar no comunismo, é que ele se comportou exatamente como uma religião, na qual a palavra "deus" é substituída por "materialismo histórico" e outras variantes. Em comum, ambos têm a característica de tomar como fundamentos (dogmas) meia dúzia de "verdades" não-provadas e levá-las às últimas conseqüências.
É verdade que o cristianismo, consubstanciado no Novo Testamento, é bem menos rançoso do que o Antigo Testamento e do que o Alcorão. O Deus que emerge dos escritos cristãos é menos ciumento e sádico do que Iahweh. Não creio, entretanto, que isso baste para tornar o cristianismo uma "religião do amor" como querem muitos dos que me escreveram. Prova-o, em primeiro lugar, a história. A Inquisição e os massacres intercristãos estão aí para não me deixar mentir. No plano teológico, a chamada nova aliança revoga algumas das disposições mais arcaicas do Pentateuco. Só que textos irrevogavelmente bárbaros como Deuteronômio e Levíticos não deixaram de fazer parte do cânon cristão. No mais, embora o caráter intolerante das religiões monoteístas não esteja tão presente no Novo Testamento, ele não chega a desaparecer. Em João 15:6 é o próprio Cristo quem diz: "Se alguém não permanece em mim é lançado fora como o ramo, e seca; tais ramos são recolhidos, lançados ao fogo e se queimam". Ele não determina explicitamente que se apedrejem os apóstatas, mas a irrefreável vontade de "purificar pelo fogo" permanece. Receio que esse seja um traço inapagável das religiões monoteístas. Se todos os caminhos levam a Deus, por que diabos alguém deveria abraçar especificamente o judaísmo, o catolicismo, o protestantismo ou o islamismo? Para que a existência de cada um deles se justifique, é necessário que os demais estejam errados. Garante-se assim um belo suprimento de infiéis a quem poderemos odiar e matar livremente.
Há duas formas de mudar isso. Ou bem esquecemos Deus, assim como já deixamos de crer em Apolo, Afrodite, Wotan e Thor --nós ateus estamos apenas uma divindade à frente--, ou passamos a interpretar os ensinamentos extraídos das Escrituras de modo apenas alegórico, o que, em algum sentido, macula a idéia de que a religião traz a verdade imutável como revelada pelo Criador. O Ocidente vem dando alguns passos por esta última trilha. O problema do Islã é que ele continua irremediavelmente ortodoxo. Eu não chegaria ao ponto de dizer que o maometanismo encerra em si o germe do terrorismo, como faz Harris, mas não dá para fechar os olhos ao fato de que muçulmanos estão muito mais predispostos do que palestinos cristãos, por exemplo, a explodir-se em ônibus israelenses. Se as causas do terror islâmico fossem exclusivamente teológicas, o fenômeno deveria manifestar-se desde a Hégira, o que não é absolutamente o caso. Parece razoável, portanto, afirmar que é uma complexa mistura de razões religiosas com ingredientes políticos e caprichos da psicologia de massas que vem determinando o jihadismo contra o qual agora nos debatemos. Os recentes episódios no Reino Unido são um lembrete de que o problema veio para ficar.
É a própria universalidade do sentimento religioso que me faz crer que judaísmo, cristianismo, islamismo e tantos outros "ísmos" ainda estarão conosco por muito e muito tempo. Daí não decorre que não possamos apontar as contradições e os problemas das religiões e mesmo tratar Deus como uma hipótese científica. Devemos por certo fazê-lo, mas não acredito que isso jamais bastará para acabar com a crença Nele ou nelas. Na verdade, não dá nem mesmo para afirmar que a religião seja um veneno para todos. Podemos compará-la ao álcool. Uma boa parte da humanidade pode usá-la sem maiores problemas. Existem alguns, entretanto, que, como alcoólatras, não conseguem experimentá-la sem recair em comportamentos abusivos, que se materializam de diversas formas, desde o homem-bomba e o inquisidor até os ultraconservadores que pretendem vetar o ensino do darwinismo em escolas públicas. A religiosidade "benigna" dos moderados, entretanto, passa a ser um problema quando de algum modo sanciona o comportamento dos radicais (caso da pesquisa sobre o apoio aos terroristas no mundo islâmico) ou quando permite que bobagens e superstições se convertam em normas universais (caso de leis cujo propósito não é o melhor funcionamento da sociedade, mas apenas punir o "pecador"). Como certa vez observou o físico Steven Weinberg, "pessoas boas fazem coisas boas, e pessoas más fazem coisas más. Mas para pessoas boas fazerem coisas más é preciso a religião".
Hélio Schwartsman, 42, é editorialista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001.

Só de Sacanagem

Blog de Política Internacional

http://www.nelsonfrancojobim.blogspot.com/

Trailer de Tropa de Elite



segunda-feira, 24 de setembro de 2007

UM PLANETA DANIFICADO

Vivemos em um planeta absolutamente ameaçado. Não fomos capazes de preservar o que herdamos para as gerações futuras. Nosso legado é mundo muito pouco habitável.
Ao que tudo indica, todos vamos sofrer as conseqüências de tamanha irresponsabilidade coletiva, que hoje nos assombra, momentaneamente, como se fosse mais uma notícia desagradável. Não encaramos as mudanças ambientais, como uma realidade trágica que vai mudar nossas vidas para pior.
Muitos não acordaram, para as eminentes situações que estão batendo insistentemente em nossa porta. Quando enfim acordaremos?
Estamos sendo, diariamanente, informados sobre as mudanças climáticas, e sobre os seus efeitos, que mais graves serão, dependendo do nosso comportamento presente. Mas tudo isso tem sido pouco para mudar nosso posicionamento perante o mundo.
Muitos minimizam o que os estudiosos estão a nos alertar, e afirmam ser impossível viver em um mundo muito diferente do atual. O atual, no entanto, encontra-se irremediavelmente ameaçado, danificado, e o pior talvez com seus dias contados.

TIRADENTES NO FANTÁSTICO

VEJA O VÍDEO
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http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM734377-7823-E+MUITA+HISTORIA+TIRADENTES,00.html

Quase 2 anos Blogando

Em dois meses esse Blog estará completando dois anos. Nem eu imaginei que iria tão longe com ele. Inicialmente sonhei com milhares de visitantes e comentários, hoje sei que isso pode ser uma ilusão.
Manter um Blog, mesmo que com um número limitado de visitantes sempre será um convite ao bom diálogo, e ao debate de assuntos relevantes.
Um grande abraço!

Bom destino

Precisamos de uma infinita paciência, para não perdermos o bom destino. Nós brasileiros somos, inconfundivelmente, atrasados em relação a tudo e a todos. Existe quem ache que isso é pessimismo, não, não é, é a constatação triste de uma realidade.


Um Blog para o gremistas e simpatizantes

http://goldogremio.blogspot.com/

Chávez e o Mercosul

Blog do Murillo de Aragão: " Chávez não quer o MERCOSUL Só existe uma explicação pragmática para os ataques de Chávez ao Senado brasileiro: ele não quer mais entrar no MERCOSUL e trabalha para desmoralizar o tratado. Não existe outra razão. Sabendo que a Venezuela depende do Senado para entrar no bloco, Chávez trata de agredi-lo de forma periódica e sistemática. Sua atitude mantêm os senadores com raiva e na defensiva em relação à aprovação da entrada da Venezuela. É a única conseqüência prática de seus ataques. Difícil crer que Chávez seja tão idiota a ponto de acreditar que seus ataques resultarão na aprovação da Venezuela pelo Senado brasileiro. Ao praticamente inviabilizar a entrada da Venezuela no MERCOSUl, Chávez joga para fazer o seu próprio tratado financiado pelos abudantes petrodólares. A ALBA - Alternativa Bolivariana das Américas, criada por ele e por Fidel Castro, já conta com Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua e Venezuela. Para o Brasil, a saída da Venezuela do MERCOSUL é um bom negócio político e um péssimo negócio econômico. Perderíamos dinheiro. Estamos vendendo como nunca para a Venezuela. No entanto, o país não pode ser sistematicamente humilhado por um biruta como Chávez por conta de um punhado (grande) de dólares. Lula, ao contrário de Chávez, não deve entrar no jogo de Chávez. Cabe ao Senado responder remetendo a ratificação da entrada da Venezuela para os enormes arquivos mortos do nosso Congresso. "

Vocacionados para a bajulação

Somos uma nação de bajuladores. Se não fosse nossa vocação mesquinha para a bajulação já poderíamos estar em outro patamar de desenvolvimento.
Acontece que somos essencialmente bajuladores, não perdemos uma oportunidade de bajular, basta vermos uma autoridade, um artista, e nosso extinto bajulatório já entra em ação.
O que fazer? ABAIXO OS BAJULADORES!

domingo, 23 de setembro de 2007

Opinião de Leonardo Boff

BLOG DO PROFESSOR ATíLIO: "Mas, o que envergonha mesmo é a recaída de membros do PT. São pecadores públicos contumazes. Já haviam antes enviado a ética nem sequer para o limbo, mas diretamente para o inferno. Agora repetiram o ato pecaminoso. Por isso, são desprezíveis como Pilatos. Este se acovardou diante do povo e condenou Jesus. Mas, antes fez um gesto que passou à história como símbolo de pusilanimidade, de covardia e de falta de caráter. Diante do povo, lavou as mãos com água. Essa bacia de Pilatos foi ressuscitada no Senado. Mas a água não é água. São lágrimas dos indignados, dos cansados de ver injustiças e dos dilacerados diante da contínua impunidade."

O Globo Online - Ricardo Noblat - Chávez diz que imprensa quer afastá-lo de Lula

O Globo Online - Ricardo Noblat - Chávez diz que imprensa quer afastá-lo de Lula: "Chávez diz que imprensa quer afastá-lo de Lula Do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, hoje: - Essa é a mão do império (...), a grande imprensa tem sido a principal arma do império para dividir-nos. Menos mal que Lula e eu não nos prestamos a isso. - Eu não disse nada do Congresso do Brasil, revisem todas as minhas intervenções e verão que não disse uma só palavra. É falso que fui a Manaus para fazer questionamentos sobre o Senado ou o governo brasileiro. Quando vamos ao Brasil, vamos ratificar nossa vontade de unir-nos. - Saibam os brasileiros que está em marcha uma grande campanha para evitar a união entre Brasil e Venezuela. Chamo a atenção do povo do Brasil, dos políticos, para esta campanha. - Queria saber a opinião deste senador (Tião Viana - PT-SP) sobre o presidente dos Estados Unidos. Leia mais"

Tempo de escrever

Fundamental que façamos um esforço para colocarmos nossas idéias no papel. Quanto coisa não estamos perdendo nessa nossa infinita falta de prioridade para a escrita.

TÉDIO

Existem dias e não são poucos que somos absorvidos pelo tédio, aquele tédio sem causa aparente, e que teima em nos consumir em um vazio que não sabemos evidentemente explicar.
Somos assombrados por lembranças antigas, misturadas com novas, ronda uma sensação macabra de insatisfação geral.
O que podemos fazer com esses sentimentos que julgamos menores, mas que menores nem sempre são?
O que fazer quando aperta esse desejo sincero de ir para algum lugar, onde nem você mesmo faz idéia de onde seja?

Dicas de Cinema

Crônica do Márcio

DE VOLTA PRO FUTURO
Quem não tem saudade de alguns momentos que marcaram a vida de forma inesquecível?... A infância, a primeira namorada, os embalos da juventude... Afinal, um ser humano sem nostalgia não passa de um cadáver ambulante... Nos últimos dias, tenho alimentado minhas lembranças nostálgicas presenciando eventos maravilhosos e edificantes:
Primeiramente, conforme já relatei nesta coluna, fui espectador do recital de poesias na escola de minha infância: Dom Orlando Dotti (antiga EB Salgado Filho), fato que me fez perceber que não fui só eu quem cresci, a escola também.
Mais recentemente, atendendo ao convite da professora Regiane Terezinha Faedo, visitei a escola de minha juventude: EEB Paulo Schieffler, onde fiz, com muito orgulho, o curso de magistério que foi a mola propulsora da minha carreira de educador: Em dois encontros, realizamos um “bate-papo”, com alunos de ensino médio sobre a importância da leitura e produção textual na vida estudantil, com ênfase no conto e na crônica...
Na terça-feira à noite, interagimos com alunos do terceirão e do primeiro ano de magistério, fato que me deixou muito feliz, ao ver que ainda existe um número muito grande de pessoas que escolhem a educação como profissão, no dia seguinte, recebi a notícia de que os alunos estavam despertando o gosto pelas crônicas, inclusive produzindo textos voluntariamente.
Na sexta-feira, foi a vez do matutino: três turmas de segundo ano, que sentiram-se bem à vontade para debater sobre meus textos e obras de escritores famosos. Creio que também despertaram, na sua maioria, o gosto pela leitura e produção de texto, além de deixarem explícitas suas dúvidas e angústias na hora de escrever, inclusive me procurando depois da palestra para conversar e saciar algumas curiosidades.
Alimentei novamente minha esperança da escola ideal, que deu mais um passo graças a iniciativa da professora Regiane e da colaboração do corpo administrativo da “escola de minha juventude”, que acolheram a mim e alguns alunos alunos da escola Wanda Krieger Gomes de braços abertos, não poupando esforços para nos oferecer a estrutura física e humana necessária para a realização deste evento.
Me senti numa fascinante viagem no tempo, pois nestes dois encontros, estive presente na escola que me acolheu no passado como aluno, me acolhe no presente como professor e escritor, e prepara, desta forma, novas lideranças e formadores de opinião que num futuro muito próximo estarão interagindo com uma sociedade que os terá como protagonistas...
Quero agradecer, de coração a todo o corpo docente, que acreditou em mim enquanto estudante há mais de dez anos atrás e hoje, juntamente com o corpo discente, continua acreditando no potencial deste seu modesto filho que tenta dar seu grão de areia na construção de uma educação que prepare o jovem para a cidadania.
Valeu Paulo Schieffler!... Tenho certeza que muitos filhos seus, em breve voltarão para repartir esperanças e temores com os novos filhos, trazendo o conhecimento “de volta pro futuro”.
Márcio Roberto Goes
Nostálgico, mas feliz

Enquete Encerrada

Foi finalizada a votação da enquete do Blog que tinha a seguinte pergunta:
Os senadores que se abstiveram na votação de cassação do presidente do senado são?
Canalhas
27 (65%)
Covardes
11 (26%)
Equilibrados
1 (2%)
Não sei
2 (4%)
Total de Votos: 41

A miséria diminuiu

A notícia da semana foi de que a miséria diminuiu. O problema é que a miséria vem diminuindo, em uma velocidade quase impossível de se perceber.
Portanto me parece injustificado qualquer comemoração, enquanto dados mais concretos não vierem a tona.

sábado, 22 de setembro de 2007

Tião Viana X Hugo Chávez

"O [Hugo] Chávez é um louco. Ele não tem estatura para ser presidente de uma Nação, de um povo, de uma democracia. Aí confunde o espaço de poder com o espaço de uma ofensa gratuita.
"
Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado.

Motoboy


O Taxista

ESTAVA NA HORA

ESTUDANTES CARIOCAS PROTESTAM CONTRA RENAN CALHEIROS NOS RJ. CURIOSAMENTE A PRESIDENTE DA UNE PARECE ANDAR DEFENDENDO O LARÁPIO.

Hillary Clinton desmente boatos sobre homossexualidade

G1 > Mundo - NOTÍCIAS - Hillary Clinton desmente boatos sobre homossexualidade

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

As profissões do futuro


A arte contemporânea invade as ruas de Caçador

Parece que os alunos do curso de Artes Visuais da Universidade do Contestado conseguiram atingir seus objetivos. Ganharam as ruas com suas proposições artísticas. O público que acompanhou as intervenções urbanas se perguntam o que significa aquilo tudo, pois a arte ganha novos espaços que não seja aquele das galerias e dos museus.
Lembro o mistério que rondou as cruzes da professora e artista plástica Neocy Fin de Chapecó. A obra chamou atenção do povo caçadorense sobre seus significados, à exposição que durou alguns meses deixou marcas da arte contemporânea. Algo não muito comum por aqui, mas que aos poucos toma as ruas da cidade.
Muitos acharam que ali devia ter acontecido algum tipo de conflito social, outros já apostavam nas velhas lendas dos assassinos da guerra. Muitos me perguntaram o significado da “obra”, mas não existe uma explicação definida, cabe a cada um fazer sua releitura.
Para os entendidos da arte a exposição foi um sucesso, gerou reflexão sobre o trabalho sensível da artista em relação ao tema proposto. Para os leigos não passou de uma brincadeirinha com a sociedade.
Nesta nova intervenção os alunos da UnC idealizaram uma nova forma de mostrar a arte refletindo sobre a tríade que compõem a produção do sensível: Artista – Obra – Público.
O movimento artístico contemporâneo pra quem não sabe, surge nos meados da década do século XX e vai até os dias de hoje.
A arte adapta-se à funcionalidade, absorve tudo que acontece no mundo; transcende povos, costumes, história, enfim o mundo e sua genialidade. A arte passa por um processo de simplificação do mundo, surge então um novo conceito de modernidade, e a arte moderna apaga-se e dá lugar a pós-modernidade.
Surge um novo período com uma arte renovada, adaptável, prática, funcional, mas ainda sem nome. A arte contemporânea entra em cena quando importantes mudanças no mundo e na nossa relação de tempo e espaço transformam globalmente os seres humanos.
Hoje os movimentos mais célebres estão a Op Art, a Pop Art, Abstracionismo, Arte Povera, Body Art, Internet Art, Street Art baseada na cultura do grafite e inspirada na geração do hip-hop.
Erocilda Pereira

"O PT É MAIOR QUE LULA"

Já cansei de ouvir dizerem que o presidente Lula é maior que o seu partido, e penso que boa parte dos brasileiros acredite nisso, inclusive o próprio presidente e alguns líderes de seu partido.
Não concordo com essa tese, e a considero catastrófica para o nosso futuro. Seria como admitir que vinte anos de democracia não serviu em nada, em se tratando de consolidar uma cultura que valorize os partidos, as idéias, e não os personalismos.
No meu modesto entendimento o criador, o partido, é bem maior que a criatura o líder. É assim, e, é bom que assim seja.
Líderes acima das instituições normalmente significam, falta de democracia e de amadurecimento das instituições.

O estudante de 1907 em 2007

O estudante de 1907 em 2007
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A crise da modernidade afeta suas principais instituições, sobretudo a escola. Se um estudante falecido em 1907 ressuscitasse hoje, ficaria perplexo frente a tamanhos avanços e inovações. Mas com certeza não estranharia a escola, uma relíquia dos tempos de antanho.
Para que serve a educação escolar? Para muitos estudantes, é o túnel pelo qual se tem acesso ao mercado de trabalho. A luz no fim do túnel é a capacitação profissional, um bom salário, uma identidade social, graças a conhecimentos e habilidades adquiridos nos bancos escolares.
Seria a escola mera estufa de adestramento para o mercado de trabalho? Como me disse um adolescente de 16 anos, “na academia eu malho o corpo; na escola, o cérebro”. De fato, essa “malhação” cerebral tem seus efeitos positivos. As diferenças de salários são menores em sociedades que apresentam melhor resultado educativo.
Porém, o ressuscitado em 2007 notaria na escola uma diferença marcante em relação ao seu tempo: o caráter mercantilista fez a qualidade do ensino transferir-se da escola pública para a particular. A progressiva demissão do Estado frente a seus deveres sociais – e direitos da cidadania, como educação e saúde -, fruto amargo do neoliberalismo que, em nome do capital, apregoa a privatização do patrimônio público, sucateia o ensino público e permite que muitas escolas particulares funcionem como meras empresas que ofertam educação como mercadoria de luxo.
Educar deveria ser muito mais que propiciar ao educando conhecimentos e habilidades para que venha a obter melhores salários que seus pais e avós. Mais importante do que formar um profissional, é formar uma pessoa capaz de atuar como cidadã; inserir-se sem preconceitos nessa realidade multicultural; associar significados e construir sínteses cognitivas; superar a mera percepção da vida como fenômeno biológico para encará-la como fenômeno biográfico, processo histórico.
O educando de 1907 estava confinado numa pedagogia que não diferia muito do regime dos quartéis, e onde o aprendizado dependia do esforço memorial. Tratava-se de assimilar conhecimentos. Hoje, o aprendizado é um processo interativo e criativo. E o conhecimento é determinante no novo paradigma produtivo. Não basta assimilar informações. É preciso saber selecioná-las, relacioná-las e fazê-las convergir para processos criativos. Deve a escola dotar o educando de capacidade para enfrentar os novos desafios, lidar com as múltiplas racionalidades vigentes, aprofundar seu espírito crítico. Enfim, saber converter informação em cultura e cultura em sentido de vida.
Se quisesse reciclar-se, o nosso ressuscitado se veria impelido a evoluir da memorização à compreensão, da assimilação de informações à seleção crítica, do mero aprendizado à criatividade. Uma boa pedagogia o instigaria a analisar criticamente a realidade; conviver dialogicamente nesse mundo de pluralidade cultural; transformar idéias e sonhos em projetos sociais e políticos. O estudante de 1907 ficaria atordoado com as novas tecnologias de comunicação. Veria, espantado, o quanto o mundo encolheu. Vivemos agora na aldeia global. Em tempo real, o que ocorre do outro lado do planeta entra em sua casa através da janela eletrônica.
Ele se sentiria muito ameaçado se não soubesse como relacionar conteúdos globais e realidades locais. Sua identidade cultural estaria abalada frente ao rolo compressor da hegemonização televisiva da cultura de entretenimento como isca hipnótica de atração ao consumismo.
Educar é saber lidar com a diferença e o diferente. O educando que não se sente nem se sabe diferente corre o risco de ceder à massificação midiática. Buscará na imagem desse espelho retorcido uma face que não é a sua e, no entanto, o fascina pela ilusão de que, ao negar as suas raízes, haverá de alcançar aquele outro ser que só existe em sua fantasia.
Um dos grandes desafios da educação é como incutir vivências comunitárias como expressão de singularidades, jamais de despersonalização. Esse situar-se no lugar do outro, procurar ver o mundo com olhos do outro, é o que provoca mudanças de lugares social e epistêmico, e funda as condições de convivência democrática. Em suma, verbalizando uma expressão em moda, é preciso aprender a desterritorializar-se para saber ressignificar os sentidos.

Frei Betto

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Sócrates

Sócrates
Por: Keilla Renata Costa


Sócrates foi um grande filósofo grego. Nasceu por volta de 470 a.C, em Atenas. Ele pertencia a uma família de classe média, seu pai era mestre de obra e sua mãe era parteira.

Sócrates foi considerado um dos principais pensadores da Grécia Antiga e também o criador da filosofia ocidental, foi considerado durante sua época o homem mais sábio de todos os seres humanos.

Ele passeava pelas ruas conversando com as pessoas, o seu grande desejo era que as pessoas tivessem sabedoria e reconhecessem a sua própria ignorância.

O grande filósofo não fez nenhuma obra, porém seus pensamentos podem ser conhecidos através de outras obras: as obras de Platão e de Xenofone, que foram seus discípulos.

Sócrates participou até mesmo de uma guerra; a Guerra de Peloponeso, e foi destacado pela sua coragem e resistência física.

Sócrates morreu em 399 a.C. Foi preso, acusado de querer mudar a religião grega. Ele suicidou-se tomando veneno.

Revista Brasil Escola

Paulo Freire e o Marxismo



Diminuição da miséria

Deu no Blog do Noblat:

"Seis milhões deixam de ser miseráveis

Seis milhões de brasileiros deixaram a linha da miséria em 2006, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado nesta quarta-feira. O número, que representa uma queda de 15% da miséria entre 2005 e 2006, representa o melhor resultado entre todos os 15 anos analisados pela FGV (1992-2006) e reflete políticas públicas que beneficiaram a parcela mais pobre da população, como a expansão do Bolsa-Família e os aumentos do salário."

A CAMPANHA CONTRA O GLOBO

Tenho visitado alguns blogs, aparentemente, imbuídos em fazer uma campanha violenta contra a rede globo. Em outros tempos confesso, me sentiria extremamente motivado em participar de tal movimento, mas hoje vejo o tema com desconfiança.
Vejo nessas iniciativas, cinismo, mau gosto, e um certo desejo de implantar no Brasil o pior que existe em outros países, a ditadura e a falta de liberdade.
Que a globo merece ser questionada, merece, não acredito que ela seja um patrimônio do povo brasileiro, como disse o ex-capitão do presidente Lula, José Dirceu. Mas não sei, se o caminho é fazer uma campanha do tipo daquelas que estão aparecendo na internet, e, em alguns discursos esquisitos de certas lideranças políticas.
Acusar a rede globo de golpismo parece ser o caminho fácil, e um artifício mesquinho para esconder a essência, do que vem sendo divulgando pela imprensa, e, não, exclusivamente, pela globo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Telefonia privatizada

O PSDB GOSTA DE SAUDAR A PRIVATIZAÇÃO DA TELEFONIA. TODOS TEM TELEFONE, MILHARES TEM SEUS TELEFONES CORTADOS TODOS OS MESES POR ATRASO. O CURIOSO É QUE DEPOIS DE PAGA A CONTA ATRASADA, AS EMPRESAS RELIGAM O SERVIÇO EXATAMENTE QUANDO QUEREM.
ELAS MANDAM E DESMANDAM, COMO FAZEM OUTRAS EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS.

PERDENDO OPORTUNIDADES

O Brasil segue sendo uma nação incompleta, assolada pelas mais variadas dificuldades. Somos uma nação que teima em não se encontrar.
Passam os períodos históricos, e andamos na velocidade de uma tartaruga. É como se o tempo inteiro estivesse a nossa disposição.
Não temos, no entanto, todo o tempo do mundo, este, aliás, é bastante cruel com aqueles que não se organizam para aproveitar as oportunidades disponíveis.
A morosidade pode nos condenar a sermos uma eterna nação do futuro, de um futuro tão incerto quanto longínquo.

O sudeste

Houve um longo período na história do Brasil em que a região sudeste abocanhava a maior parte dos investimentos federais, e as demais regiões ficavam a ver navios.
Hoje seria de fundamental importância a integração econômica, no sentido de uma descentralização dos investimentos, que atuasse como um multiplicador da prosperidade e não mais da escassez, como tem sido a realidade dos últimos anos no Brasil.
Não seria exagero dizermos que o Brasil cresceu torto e assim permanece por quase meio século.
Distorções como essas já alimentaram movimentos separatistas no passado e podem vir a alimentar movimentos semelhantes, em um futuro não muito distantes.

Blog não é só coisa de Jornalista

Tem muita gente que pensa que Blog é coisa de jornalista. Não é não, qualquer cidadão pode criar um, e postar aquilo que entender relevante.

Mercadante se explica

Senador Aloizio Mercandante subiu na tribuna do senado, ontem, para explicar sua abstenção no caso Renan Calheiros, fez força, mas ainda não conseguiu.

Entrevista Rudá Ricci - Conferência Caio Prado Jr



Entrevista Aldo Rebelo


O PT SÓ FICA COM O CARROÇO

É assim que muitos petistas vêem o governo Lula. O que é bom é do presidente e dos aliados, o que é ruim é culpa dos aloprados do PT.
Dizem que quem se abaixa muito, acaba mostrando as calcinhas.

Guerrilha do Araguaia

FIES




Colegas professores seus alunos não tem culpa:

Pelo seu salário baixo
Pelas suas contas atrasadas
Pelos seus amigos desonestos
Pelo seu companheiro que não corresponde as suas expectativas
Pelos seus problemas de saúde
Pelos seus sonhos não realizados
Pelos...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Coluna do Rafael Seidel

Eleições 2008 – 3 frentes definidas?
Tomando por base as palavras do vereador Marcos da Silva Creminácio, dá para se ter uma boa noção do que já está desenhado para o pleito de 2008. Trata-se de um cenário completamente mutável, que terá, no mínimo, 3 fortes candidatos a prefeito.
Creminácio fez a análise de que, de um lado, vem o PMDB, como sendo o partido do Governo do Estado, provavelmente com o apoio do DEM. Já o prefeito Saulo Sperotto, do PSDB, vem formando a outra frente, tentando a sua reeleição. Seus apoiadores continuariam sendo os partidos da sua base atual, com poucas exceções. Numa outra posição vem o PT, que, conforme diz Creminácio, nunca ocupou a posição de governista em Caçador. “Queremos fazer diferente, principalmente na área social”, afirma, citando as casas populares construídas pela Administração atual, que tiveram a contrapartida do Governo Federal.
O vereador apenas esqueceu de citar a suposta vinda do prefeito de Calmon, João Batista De Geroni, para tentar uma histórica eleição aqui em Caçador.
O cerco está fechando e as definições ficando cada vez mais aparentes. É esperar para ver.
Fortalecimento
Mais uma liderança comunitária poderá também estar carimbando a sua entrada no Partido dos Trabalhadores. O presidente do bairro Berger, Sandro Cuccarolo, provavelmente fará parte do grupo petista. Tudo pensando nas eleições do próximo ano.
Fortalecimento I
Não foi só o PT que filiou lideranças comunitárias. O PMDB também partiu para o lado das pessoas ligadas a movimentos de bairros e agregou mais nomes ao seu arsenal. “E tem mais nomes de peso que já estão com as fichas na mão”, garante um peemedebista, que faz parte da Câmara de Vereadores.
Resposta
Em resposta à nota publicada por esta coluna de que o vereador do PMDB, Deoclides Sabedot estaria tendo seu nome bicado pelos tucanos, ele garantiu que as tais bicadas existiram realmente, mas que de maneira nenhuma iria fazer parte do ninho do Partido. “Não existe nem vai existir nenhuma possibilidade”, garante enfático.
Audiência
A Audiência para as definições acerca do transporte coletivo acontece na noite desta terça-feira, 18. Questionamento é com relação à não-presença do prefeito Saulo Sperotto, que estará em uma reunião da Federação Catarinense dos Municípios, em Florianópolis. Segundo a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, a presença do prefeito na capital é inadiável, já que o evento foi marcado muito antes da Audiência em Caçador. Noticiado o fato.
CPI
Presidente da CPI da Folha de Pagamento, Beto Comazzeto, afirmou que os trabalhos de investigação já iniciaram. Segundo ele, nesta semana, foram pedidos alguns dados para os bancos onde os possíveis cheques com os pagamentos foram depositados. O vereador revela que assim que as informações forem liberadas, os depoimentos já iniciam. “Queremos terminar essa CPI em cerca de 60 dias”, revela.
CPIs
Pergunta: E o resultado das outras CPIs há tempos envidas pela Câmara ao Ministério Público?
Palavras
“Temos que cuidar com o que falamos aqui no Plenário, pois muitas pessoas interpretam de uma maneira errônea e isso tem causado problemas”. Frase do agora mais cauteloso ainda presidente do Legislativo, Gilberto Gonçalves.
rafacdr@hotmail.com

Brasil - A bacia de Pilatos

Leonardo Boff *
Adital -
A nação está perplexa e indignada. Na cara da maioria dos políticos e, particularmente, dos jornalistas que acompanharam o caso do Senador Renan Calheiros e sabiam as manobras escusas que usava a partir de seu cargo de presidente da Casa, para se manter no poder, se estampava decepção e abatimento. E com razão, pois, o Senado se transformou num sinédrio, cheio de herodianos, aliados do poder dominante. Esses votaram a favor e 6 se abstiveram. Exatamente o número que Renan precisava para escapar-se da punição. Abster-se é dizer não à cassação. Supõe-se que muitos destes votos, secretos, vieram do PT e aliados. O Senador Mercadante revelou seu voto de abstenção. A líder do PT no Senado, Ildeli Salvati, cabalava votos em favor de Renan e deve ter se abstido, facilitando a vitória do acusado.
A propósito de falta de decoro por permitir que um lobista pagasse suas contas pessoais referentes ao filho que tivera com sua amante ­ isso se chamava antigamente de adultério público - descobriram-se muitas outras irregularidades graves, atestadas pela polícia federal e pelo jornalismo investigativo da televisão. Esta foi ao local, em Alagoas, documentou em som e em cores as mentiras e falsas alegações de Calheiros o que comprovava ainda mais sua falta de decoro. Além do mais, mentiu aos Senadores e sonegou informações e documentos ao conselho de ética.
Aliados do absolvido falaram em vitória da democracia. Que democracia? Esta, convencional no Brasil, encurtada e farsesca, montada em cima de conchavos, do uso do poder público em benefício próprio, infectada de tráfico de influência e de desvio de dinheiros públicos?
O que envergonha os cidadãos é verem Senadores, alguns velhos provectos, sem qualquer dignidade, verdadeiros mafiosos do poder, voltarem as costas à sociedade e fazerem-se cegos e surdos ao clamor das ruas. Estão tão enjaulados em seus privilégios na redoma do Senado que nem lhes importa o que a mídia e a opinião pública pensam deles.
Mas, o que envergonha mesmo é a recaída de membros do PT. São pecadores públicos contumazes. Já haviam antes enviado a ética nem sequer para o limbo, mas diretamente para o inferno. Agora repetiram o ato pecaminoso. Por isso, são desprezíveis como Pilatos. Este se acovardou diante do povo e condenou Jesus. Mas, antes fez um gesto que passou à história como símbolo de pusilanimidade, de covardia e de falta de caráter. Diante do povo, lavou as mãos com água. Essa bacia de Pilatos foi ressuscitada no Senado. Mas a água não é água. São lágrimas dos indignados, dos cansados de ver injustiças e dos dilacerados diante da contínua impunidade.
A "onorebile famiglia Calheiros" tem novos membros em sua máfia. Todos os que se abstiveram, podem acrescentar a seus nomes o sobrenome de Calheiros. Como revelou publicamente seu voto, o Senador Aloísio Mercadante merece agora ser chamado de Aloisio Mercadante Calheiros. Pelo esforço da argumentação em favor da não cassação de Renan, a Senadora Ildeli Salvatti merece que lhe apodemos de Ideli Salvatti Calheiros. Ela fez a figura inversa da mulher do covarde Pilatos que o advertiu: "não te comprometas com este justo, pois sofri muito hoje em sonhos por causa dele". Ela e outros devem estar sofrendo muito, sim, roídos pela má consciência. Esse sofrimento transparece em seus olhos revirados e em seus rostos desfigurados.
O povo não merece ser representado por espíritos menores, faltos de ética, desavergonhados e esquecidos de que são meros delegados do poder popular. Que mostrem a cara, que falem ao povo, que se expliquem por quê, diante de tantas provas dos relatórios da comissão de ética e do clamor das ruas, puderam agir de forma tão traiçoeira.
* Teólogo e professor emérito de ética da UERJ

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Inclusão digital

Muito se falou da tal inclusão digital, na prática, no entanto 3600 municípios brasileiros mais da metade não em acesso a Internet banda larga.
Já deu tempo para sermos um pouco mais ágil nesse quesito, os laboratórios de informática das escolas públicas, em boa parte encontram-se fechados, e todo mundo assiste com a maior tranqüilidade, um espetáculo de descaso vergonhoso.
Cadê o Ministério Público, tido como o fiscal da lei, estão fazendo o que?

LUIS CARLOS PRESTES

Prestes foi o maior líder comunista brasileiro no século XX, morreu em 1990. Cometeu erros, acertos, foi aventureiro, heróico, sectário, deixou se nome gravado na história brasileira.
Cabe a nós professores de história apresentarmos para os jovens uma visão mais ou menos fiel a este brasileiro, que inclusive foi acusado de ser inimigo da pátria, mais que mereceu um lugar de destaque na história desse pais.

CIRO X SERRA

Muita gente tem apostado que essa será a polarização da próxima eleição presidencial. Para que assim seja, o PT teria que aceitar apoiar a candidatura de Ciro Gomes. Essa tese conta com poucos apoiadores dentro do PT.

RENAN CALHEIROS QUERIA SER VICE

E o senador Renan Calheiros trabalhou duro para ser vice na chapa do presidente Lula, agora se sabe porque foi excluído logo de cara. O serviço de informações da campanha Lula sabia um pouco mais dos labirintos da vida do nobre aliado.
Querem que ele continue presidindo o senado mais não queriam ele de vice de jeito nenhum. Não é muito engraçado?
É desgraçadamente engraçado, pode presidir o senado, um cidadão que de jeito nenhum poderia ser vice-presidente

MSM - Movimento dos Sem-Mídia - Manisfesto

AS PROMESSAS DOS POLÍTICOS

As promessas dos políticos sempre nos emocionam, passada a emoção invariavelmente vem a triste realidade, não tem verba, estudamos é não é possível, não conhecíamos a realidade, vamos inicialmente arrumar a casa. As desculpas são as mais variadas, criativas e safadas possíveis.

Crise, instituições e governabilidade

Uma frase corrente no meio político – e que o presidente Lula repete com freqüência – sustenta que as instituições, hoje, no Brasil, funcionam a pleno vapor. Será? Se assim fosse, o Senado não teria vivido por 120 dias em estado de paralisia quase absoluta em face de acusações lançadas sobre seu presidente, Renan Calheiros.
O mesmo se deu no caso do Mensalão, que resultou em três CPIs que paralisaram por mais de seis meses as duas casas do Poder Legislativo e o próprio Poder Executivo. As instituições funcionam, sim, mas não ao ponto de neutralizar os traumas do processo político e permitir que as crises convivam com a governabilidade.
É possível que, após o affair Renan Calheiros, o Legislativo venha a dispor de mecanismos mais democráticos e transparentes para administrar suas eventuais crises internas. Mecanismos, que, por exemplo, impeçam que um parlamentar, acusado de quebra de decoro, prossiga, no curso do processo, presidindo a instituição, e administrando ele próprio a liturgia e os critérios de seu julgamento.
Foi assim com Renan Calheiros, que voltará a ser julgado em mais dois outros processos por quebra de decoro. E aí já se tem outra anomalia: se há três acusações contra ele, todas envolvendo o mesmo quesito – quebra de decoro -, por que não juntá-las num único processo, poupando a instituição, o país e o próprio acusado do mesmo e constrangedor rito paralisante?
Na quarta-feira, o Senado, em sessão secreta, julgou a menos consistente das acusações contra Renan: a de que teria tido as pensões alimentícias de sua filha pagas por um empreiteiro-amigo. Não há prova material de que isso aconteceu.
Mesmo a fonte acusadora – a jornalista mãe de sua filha – não afirmou que o dinheiro não era dele. Disse apenas que lhe era entregue em espécie e pelo empreiteiro-amigo. É um indício, mas não prova concreta. Também não se constatou sincronicidade entre os pagamentos da pensão e os saques bancários. Mais um indício, mas também não prova concreta. Em qualquer tribunal, as acusações até aqui apresentadas seriam insuficientes para condená-lo.
Renan se complicou não por isso, mas pelo que se seguiu a essa acusação. Ao inverter o ônus da prova (que, segundo a lei, cabe a quem acusa), seguro de que demonstraria com facilidade que ganha o suficiente para pagar o que pagou como pensão à sua filha, acabou oferecendo sinais concretos de outras irregularidades, que são objeto de mais três processos por quebra de decoro.
Um deles refere-se a suposta intermediação junto ao INSS para saldar dívida volumosa de uma fábrica de cerveja. Outro de que se teria valido de laranjas para adquirir empresas de comunicação em seu estado. E finalmente, o mais recente, que está sendo encaminhado à Mesa Diretora do Senado, de que se teria valido de operadores para obter propina em ministérios e órgãos públicos cujos titulares obedeciam a seu comando político.
Em cada um desses casos, há depoimentos mais substantivos, capazes de levá-lo efetivamente à perda do mandato. Os que agora votaram pela absolvição tinham o pretexto da escassez de provas, isolando a acusação em pauta – a do pagamento da pensão - das demais, muito embora todas figurem simultaneamente no cenário político, incompatibilizando-o para o exercício do cargo.
Diante de tal anomalia – e tendo em vista a repercussão negativa da sessão secreta de quarta-feira -, alguns senadores da oposição tiveram a iniciativa de propor mudanças regimentais e constitucionais, para tornar o rito legislativo mais funcional e transparente. Primeira (e elementar) proposta: fim de sessões secretas e votos secretos em julgamento de parlamentares.
Segunda: parlamentar acusado de quebra de decoro deve ser afastado do cargo de direção que eventualmente exerça, só voltando a ele se absolvido. Terceira: processos afins contra o mesmo parlamentar – caso dos três processos que ainda há contra Renan – devem ser juntados num só, para um julgamento único.
São providências evidentes que, no entanto, encontrarão resistências fortes para ser implantadas agora. Afinal, o acusado continua na presidência e dela se valerá, como o fez até aqui, para prosseguir. Se o episódio servir ao menos para evitar casos futuros, já não terá sido em vão. Se a cada escândalo, for possível dar um passo à frente, então um dia as instituições, quem sabe, venham a funcionar mesmo a todo vapor, isolando as crises e garantindo a governabilidade.
Ruy Fabiano - Jornalista

COISAS QUE FASCINAM PODEM VICIAR

domingo, 16 de setembro de 2007

O fim da Era Collor

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Será que todos vão se acovardar?

A pergunta que ficou no ar depois do julgamento secreto do presidente do senado federal, é se todo o país vai se acovardar diante de um coronelzinho de merda?

Sendero Luminoso: ascensão e queda de um grupo guerrilheiro

Por JOÃO FÁBIO BERTONHA
Doutor em História e Professor da Universidade Estadual de Maringá
A recente queda de Alberto Fujimori da presidência do Peru e a eleição de Alejandro Toledo trouxe de volta às manchetes um nome que causava calafrios em muitas pessoas que acompanhavam o noticiário internacional nos anos 80 e que desapareceu na última década: Sendero Luminoso. Fujimori (e seu assecla Montesinos) proclamam que um dos méritos de seu governo foi a derrota desse grupo, o que é negado por seus opositores. A importância desse grupo na história do Peru e as razões de sua ascensão e queda merecem alguma atenção e reflexão de nossa parte, por indicarem caminhos e problemas da história recente da América Latina, nem de longe limitados ao Peru.
O Sendero Luminoso não era o único grupo em atuação no Peru nas últimas décadas. Havia também, por exemplo, o Puka Llacta (Pátria Vermelha) e o Tupac Amaru, ligados a grupos urbanos e mesmo a correntes políticas e militares mais à esquerda. O Sendero, contudo, foi o mais importante e o que mais chama a atenção.
A origem desse movimento deve ser buscada no XX Congresso do PCUS em 1956. Este Congresso, ao denunciar o estalinismo, causou uma divisão na esquerda em todo o mundo. O Peru não foi exceção: em 1964, ocorreram fraturas no Partido Comunista do Peru e, entre legendas e sublegendas em choque, desenvolveu-se um grupo que defendia a tese do caráter semifeudal e semicolonial do Peru e a necessidade da revolução comunista caminhar do campo para a cidade, numa clara inspiração na revolução chinesa de Mao Tsé Tung. Nascia o Sendero Luminoso.
Nos anos 70, Abimael Guzman, líder desse grupo, concentrou seus esforços em organizar seus quadros e fazer um trabalho de doutrinação em Ayacucho, região miserável onde Guzman era professor de filosofia e que ele via como o lugar ideal para fazer a pregação de suas idéias. Em 1980, finalmente, o Sendero Luminoso iniciou sua luta armada, também em Ayacucho.
No decorrer dos anos 80, a guerrilha do Sendero cresceu, se espalhando por todo o país e engajando as próprias Forças Armadas na sua repressão. Eles se espalharam pela selva e pelas periferias das cidades, e a luta foi intensa por longos anos, com enormes violações dos direitos humanos e grande número de mortes de lado a lado.
Para o Sendero, o Estado peruano seria uma ditadura de latifundiários feudais e grandes burgueses apoiados pelo imperialismo norte-americano. Esse Estado se sustentaria pela violência. Frente a esta, o povo, organizado em torno do Sendero, deveria responder na mesma moeda, através da violência revolucionária, prosseguindo no objetivo de cercar as cidades a partir do campo. Para eles, eleições seriam apenas uma ilusão, a serem ignoradas na busca de mudanças.
Dentro dessa visão senderista (a qual é claramente influenciada pelo maoísmo, obviamente reinterpretado a partir da situação peruana), portanto, a violência armada é o único caminho para a revolução e também para mudar efetivamente a ordem social do país quando e se o poder fosse conquistado. Cálculos do próprio movimento nos anos 80 estimavam em 1 milhão o número de pessoas que deveriam morrer para a consolidação do novo Estado e a mudança dos padrões da sociedade. Feito isto, mais um passo teria sido dado para a quebra da ordem capitalista, com a quarta espada, a de Guzman, se reunindo as de Marx, Lenin e Mao no caminho da Revolução Mundial.
Essa visão de violência como solução para os problemas estava presente não apenas nas palavras, mas também nos atos do Sendero: eram contínuas as denúncias de massacres de camponeses e opositores, de julgamentos sumários, etc. Sendo realmente assim, poderíamos nos perguntar de onde vinha a força do movimento. Como é possível que ele tenha quase chegado ao controle do Estado lutando contra todo o poder das forças armadas do Peru enquanto tratava a população civil com tamanha brutalidade?
A questão é realmente intrigante. Como um movimento extremamente violento, repudiado pela esquerda tradicional e incompreensível para grande parte da intelectualidade peruana conseguia apoio popular?
O primeiro elemento a ser levado em conta para explicar isso é o fato do Sendero Luminoso procurar se integrar à vida dos camponeses pobres. Ao contrário dos políticos tradicionais, fazendo seus discursos em espanhol sobre democracia, parlamentos e outras questões longe do cotidiano dos camponeses, o Sendero fazia sua propaganda em idioma indígena e oferecia soluções práticas para o dia a dia de muitos peruanos: aplicação sumária da justiça, com a eliminação de elementos anti sociais (como estupradores e ladrões), repartição de bens, etc. Além disso, o Sendero Luminoso tinha uma política de respeito aos camponeses que era inovadora em termos de uma sociedade racista e desigual como a peruana. O Manual do Sendero Luminoso dava, por exemplo, algumas regras chaves para os guerrilheiros: obedecer em todas as ações, entregar o objeto capturado, não maltratar os prisioneiros, não estragar as plantações, respeitar as massas, não tomar nem uma agulha das pessoas, falar com cortesia. Evidentemente, essas regras não se aplicavam aos que, claramente, se opunham ao movimento, que eram tratados então com extrema brutalidade.
Um outro elo de ligação do Sendero com as massas camponesas era a sua apropriação das lendas e da mitologia indígena. O movimento se apresentava, ao menos aos olhos dos camponeses, como a reedição do Império Inca, pronto a destruir o Império dos brancos e aproveitava todas as oportunidades de reforçar essa imagem. As mortes de delatores, por exemplo, eram anunciadas por um cadáver de cachorro. Algo aparentemente absurdo, mas que passa a fazer sentido se nos recordarmos que, na cultura inca, os mortos deviam ser enterrados com seus cachorros.
A forma de luta do Sendero e sua ligação com as massas camponesas e das periferias das grandes cidades peruanas poderia ser, portanto, algo totalmente incompreensível para nós, mas fazia algum sentido para ao menos parte da população peruana. Evidentemente, isso não significa dizer que todo camponês ou indígena era um senderista, mas essa combinação de violência extrema e uma proposta com algum apelo popular conseguiu fazer do Sendero Luminoso um sério candidato ao poder no Peru do início dos anos 90.
No entanto, a própria violência do movimento conseguiu alienar a maioria dssas pessoas que podiam ver algum sentido naquelas propostas. Para completar, o governo Fujimori decidiu abandonar quaisquer regras e abriu uma verdadeira “guerra suja” contra a guerrilha e seus adeptos ou simpatizantes. Uma avaliação do quanto sangue correu durante essa “guerra suja” (e de quantos civis e inocentes pagaram o preço por ela) é algo que ainda vai ocupar tempo e energia da sociedade peruana por alguns anos. Mas é possível reconhecer que essa repressão maciça ajudou a eliminar a força da guerrilha (já abalada, sem dúvida, por seus próprios erros e problemas). Também a hipótese da ligação do fujimorismo com os traficantes de cocaína ter eliminado uma das fontes de sustento financeiro da guerrilha não deve ser descartada para explicar sua decadência. De qualquer forma, o Sendero Luminoso hoje é uma sombra do que foi e poderíamos considerá-lo uma página virada da História. No entanto, sua derrota final ainda não foi decretada e talvez possamos aprender algo mesmo se nos restringirmos aos acontecimentos até o presente momento.
Várias questões maiores emergem, realmente, da experiência do Sendero Luminoso. Uma delas é sobre a singularidade peruana. Algumas pessoas dizem que, na Colômbia, por exemplo, uma explicação para as guerrilhas que varrem o país há décadas deve ser buscada na distribuição homogênea de população (e poder) pelo seu território, levando a um Estado central fraco e incapaz de reprimir adequadamente os descontentes. E para o Peru? Talvez uma especificidade peruana que explique a existência do Sendero Luminoso tenha sido a existência de um líder como Guzman e de uma população de origem indígena capaz, como visto, de ver algum sentido nas suas propostas. Mas por que a situação não se repetiu, então, na Bolívia ou Equador, onde os indígenas também são maioria? Isso para não falar do caso brasileiro, onde não conseguimos encontrar uma explicação convincente do porquê de não termos tido movimentos guerrilheiros de importância nos anos 60 e 70. Estado centralizado, ausência de população indígena, erros da esquerda? Não temos uma resposta clara, mas são questões que merecem alguma reflexão para entendermos as enormes particularidades dos países da América Latina.
Questões mais gerais também emergem. Quando o Estado democrático (ainda que democrático apenas na forma) se vê em ameaça por uma força que deseja ostensivamente eliminá-lo, ele tem o direito de reagir, mas devem haver limites para sua reação? Provavelmente, mas e se esses limites realmente tornarem impossível a preservação do Estado de direito frente a seus inimigos? Mas valeria a pena preservá-lo usando os mesmos instrumentos dos que querem destruí-lo ou para manter apenas uma “casca” democrática encobrindo uma sociedade corrupta e desigual? E será que a repressão total e aberta é o único caminho para resolver impasses como este? São pontos a discutir, evidentemente, mas o fato de Vladimiro Montesinos estar preso, agora, na mesma prisão que ele mandou construir para abrigar os líderes do Sendero Luminoso e a enorme satisfação que essa ironia da História dá ao autor indica um pouco nossas opiniões a respeito.